As redes sociais são como “vitrines” para o tráfico sexual, alertam especialistas

Eles explicam que as pessoas associam muito o tráfico ao sequestro, quando na verdade o crime acontece de forma muito sutil.

Fonte: Guiame, com informações de Christian PostAtualizado: quarta-feira, 22 de setembro de 2021 às 13:50
Garotas tirando selfie. (Foto ilustrativa: Freepik)
Garotas tirando selfie. (Foto ilustrativa: Freepik)

“Os cristãos deveriam estar indignados com o tráfico de meninos e meninas em nosso próprio quintal”, disse Kevin Malone, presidente e cofundador do Instituto dos  EUA contra o tráfico de pessoas.

A organização administra o único lugar seguro e credenciado do país para menores traficados. Malone é um ativista e ex-gerente geral do LA Dodgers  — uma equipe profissional de beisebol, em Los Angeles, na Califórnia.

Ele mostra como a mídia social cria a plataforma para que as pessoas sejam uma “criatura sexual atraente para outras pessoas” e explica que o tráfico humano encontra nisso uma espécie de “vitrine”.

Em entrevista ao Christian Post, Malone dá alguns detalhes sobre como crianças e jovens caem nessa armadilha. “Vemos nossos filhos sendo traficados por meio de fraude ou coerção por pessoas que são conhecidas por eles”, disse.

O que é tráfico humano

De acordo com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, a definição de tráfico de pessoas é qualquer situação em que alguém experimente “força, coerção, abdução, fraude, engano, abuso de poder ou vulnerabilidade, ou ainda, recebendo pagamentos ou benefícios de alguém que está no controle”.

Porém, a tendência é que as pessoas associem o tráfico humano ao sequestro. “Muitas vezes, achamos que é algo feito à força, como no filme 'Taken', onde a menina é sequestrada. Acho que a maioria das pessoas pensa que o tráfico acontece dessa forma”, disse Micah Washinski, que é chefe de operações do Instituto dos EUA Contra o Tráfico Humano. 

Segundo ela, vários relatórios mostraram que centenas de milhares de americanos com menos de 18 anos são atraídos para o comércio sexual, todos os anos.  “Os EUA são o consumidor número um de vítimas de tráfico em todo o mundo”, disse Washinski. 

“Portanto, nós somos os compradores. Somos nós que estamos comprando bens e serviços de mão de obra das vítimas de tráfico e também estamos comprando sexo em um ritmo acelerado”, alertou.

De acordo com a Organização Internacional do Trabalho, o tráfico de pessoas representa uma indústria de 150 bilhões de dólares por ano, em todo o mundo e os EUA estão liderando a demanda, conforme Washinski.

Ela esclarece que nas redes sociais, as pessoas não são elas mesmas, mas se transformam no que os outros querem que elas sejam. “Nós colocamos uma máscara e nossos filhos aprenderam a colocar essa máscara também para fazer com que as outras pessoas gostem deles”, disse. Preocupando-se com o que os outros pensam, as pessoas não estão mais focadas no que “Deus pensa sobre elas”.

Estupro e maus tratos

Os especialistas explicam que as vítimas se tornam objetos nas mãos dos traficantes e que muitas crianças e adolescentes vivem cenas de horror. “São pessoas feitas à imagem de Deus, mas são vistas como objetos para serem usados para o prazer de alguns”, explicou Washinski. 

Ela compartilhou que a maioria dos meninos foi estuprada várias vezes antes dos 15 anos. Um menino foi tão maltratado que foi hospitalizado por semanas antes de ser transferido para um local seguro. 

O perigo das mídias sociais

As plataformas de mídia social têm contribuído muito para o problemo da tráfico humano, pois muitos jovens hoje usam essas ferramentas para chamar a atenção. “Penso que a mídia social é usada como uma fachada”, explicou Washinski. 

Ela esclarece que nas redes sociais, as pessoas não são elas mesmas, mas se transformam no que os outros querem que elas sejam. “Nós colocamos uma máscara e nossos filhos aprenderam a colocar essa máscara também para fazer com que as outras pessoas gostem deles”, disse. Preocupando-se com o que os outros pensam, as pessoas não estão mais focadas no que “Deus pensa sobre elas”. 

“Deus não deseja que Seu povo busque a aprovação de outros”, ponderou. “Nossos filhos estão se deixando explorar por meio das redes sociais, numa conotação sexual, seja para ser popular, para ser cantor profissional ou modelo ou para ganhar dinheiro”, especificou.

Carência emocional

“Eles [traficantes] estão procurando preencher uma necessidade. Então, eles encontram uma criança que precisa de atenção, que não está recebendo atenção em casa, que não está sendo ‘aprovado’ por sua família ou amigos. Eles entram e desempenham esse papel”, explicou.

Especialistas dizem que, muitas vezes, as meninas traficadas são abordadas por um homem jovem e bonito que se aproveita de suas vulnerabilidades. Então, quando ele a tem em suas mãos, ele a força a “fazer algo por ele” que se transforma em tráfico.

A Exodus Road, outro ministério que está lutando para acabar com o tráfico sexual, forneceu à polícia evidências de traficantes explorando crianças usando “fotos pornográficas das vítimas como meio de controle, ameaçando envergonhá-las ao expor as fotos aos seus familiares”.

As fotos são vendidas para sites pornográficos, ao mesmo tempo que são usadas para explorar as vítimas que são coagidas à prostituição.

Identidade em Cristo

“Nossa sociedade está se tornando cada vez mais sexualizada e incentiva isso a cada dia”, lembrou Malone. 

“Acho que há uma grande ênfase sobre esse assunto, na América em particular. Fala-se muito sobre identidade sexual. Além de meninos e meninas, agora existem todas essas outras identidades transgênero por aí, com tantos pronomes”, mencionou.

“Porém, o mais importante é a nossa identidade em Cristo. Quem somos nós em Jesus? Sabemos que somos filhos e filhas do Rei, mas realmente sabemos o que isso significa?”, questionou.

“O mundo lá fora está dizendo que a sua identidade não é quem você realmente é. O mundo não quer saber de Deus, só quer saber de identificar você sexualmente e fazer você pensar sobre o que pode fazer com a sua sexualidade”, concluiu.

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