J.K. Rowling diz que prefere ser presa do que ser obrigada a usar pronome neutro

O comentário da autora é uma resposta ao plano do Partido Trabalhista do Reino Unido de penalizar quem não usar pronomes neutros para transgêneros.

Fonte: Guiame, com informações de The Christian Post e Daily MailAtualizado: quinta-feira, 19 de outubro de 2023 às 19:08
J.K. Rowling. (Foto: John Mathew Smith e www.celebrity-photos.com de Laurel Maryland, EUA/Wikimedia Commons)
J.K. Rowling. (Foto: John Mathew Smith e www.celebrity-photos.com de Laurel Maryland, EUA/Wikimedia Commons)

J.K. Rowling, autora da série de livros Harry Potter, afirmou recentemente que prefere ir presa do que ser submetida a usar pronomes neutros.

A declaração da autora veio depois que o jornal “The Mail on Sunday” revelou que o Partido Trabalhista planeja introduzir sentenças mais rígidas para o que consideram como crime direcionados a pessoas trans.

“Errar deliberadamente o gênero de alguém já é um crime de ódio se for motivado pela hostilidade à identidade transgênero da vítima", afirmou o governo no ano passado.

Segundo o Daily Mail, a política significaria penas mais duras para os perpetradores. Caso seja considerado “crime agravado”, o assédio baseado na identidade de gênero pode resultar numa pena de até dois anos de prisão.

No entanto, devido à intervenção da polícia em casos anteriores, os críticos temem que a medida possa fazer com que os ativistas contra a linguagem neutra sejam processados ​​por se recusarem a usar os pronomes escolhidos por uma pessoa transgênero.

Posicionamento de J.K. Rowling 

Na última terça-feira (17), J.K. Rowling se manifestou na rede X, antigo Twitter, depois de postar a palavra “não” acima de uma imagem com o slogan “mulheres trans são mulheres”.

Em resposta, um usuário disse que se a autora não apoiar o Partido Trabalhista na utilização dos pronomes neutros, significaria dois anos de prisão. Então, ela declarou:

“Ficarei feliz em cumprir dois anos se a alternativa for o discurso forçado e a negação forçada da realidade e da importância do sexo”.

A deputada trabalhista Rosie Duffield, que, semelhante à J.K. Rowling, enfrentou ataques por se opor à ideologia de gênero, também respondeu: “Vejo você lá [na prisão], Jo”.

Apoio a autora

Em março deste ano, o biólogo evolucionista ateu Richard Dawkins defendeu a autora no programa “Piers Morgan Uncensored”. 

O apresentador Piers Morgan denunciou o esforço de ativistas trans para “desgenerificar e neutralizar a linguagem”, lamentando que “eles estão fazendo isso a partir de um pretexto completamente falso de que você pode de alguma forma fingir que a biologia não existe, especialmente quando se trata do sexo de alguém”.

Em junho de 2020, J.K. Rowling expressou sua indignação no Twitter depois que um artigo de opinião foi publicado na empresa Devex com a frase “pessoas que menstruam”. 

Na ocasião, a escritora confessou sua preocupação de que a “linguagem inclusiva de gênero” e o cancelamento de espaços para pessoas do mesmo sexo sejam prejudiciais às mulheres. Como também afirmou que o sexo biológico “é real”.

Segundo o The Christian Post, a partir disso, os seus comentários sobre a realidade do sexo biológico geraram reação do público LGBT

Em dezembro de 2020, em uma entrevista à revista Good Housekeeping, ela contou que recebeu cartas de indivíduos que passaram por cirurgias transgênero detalhando seus arrependimentos. 

De acordo com a autora, mais de 90% das cartas que recebeu foram de “apoio” às suas palavras públicas, incluindo cartas de “equipe médica, assistentes sociais, trabalhadores penitenciários, trabalhadores em refúgios de mulheres e membros da comunidade LGBT, incluindo pessoas trans".

“Algumas das cartas mais comoventes que recebi foram de mulheres jovens que se arrependeram das cirurgias irreversíveis que realizaram. Essas histórias precisam ser contadas”, disse Rowling.

Segundo o Daily Mail, o Partido Trabalhista ainda não respondeu aos comentários de J.K. Rowling.

 

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