Rodrigo Bibo aponta ‘arrogância’ como um dos maiores problemas da Igreja moderna

Em seu novo livro, o autor extrai mensagens relevantes da carta de Paulo aos filipenses, aplicando-as ao século 21.

Fonte: Guiame, Cris BeloniAtualizado: quarta-feira, 8 de dezembro de 2021 às 14:52
Rodrigo Bibo, em entrevista ao Guiame. (Foto: Captura de tela/Guiame)
Rodrigo Bibo, em entrevista ao Guiame. (Foto: Captura de tela/Guiame)

Em entrevista ao Guiame, Rodrigo Bibo, um dos pioneiros dos podcasts cristãos no Brasil, fala sobre seu novo livro “Nova Mentalidade” e destaca a riqueza profunda contida na carta de Paulo aos Filipenses

O livro é uma espécie de “roda de conversa” entre amigos, já que Bibo não é seu único autor. “Trata-se de uma transcrição de podcasts com a linguagem adaptada, textos ampliados e a participação de pessoas especiais”, contou.

Embora a Igreja em Filipos fosse pequena, como as demais igrejas da época, que se reuniam em casas, ela já apresentava seus problemas. “A proeminente cidade era chamada de ‘pequena Roma’ e as pessoas apresentavam uma certa arrogância”, iniciou.

Paulo combateu o orgulho dos filipenses

“O importante é considerar o outro superior a nós mesmos”, Bibo lembrou que Paulo enfatizava essa postura por fazer parte da essência do Evangelho

Naquela cidade onde moravam muitos generais romanos, conforme ele explica, existia um certo orgulho por ser um filipense. “Paulo disse que a gente não deve se alegrar nisso, pois a nossa cidadania está no céu”, lembrou.

Além disso, Paulo se identificava como escravo de Cristo. “Ele escreveu essa carta estando preso. E a palavra ‘escravo’ descrevia alguém sem vontade própria”, apontou.

Lembrando que Cristo se esvaziou e se submeteu à morte, e morte de cruz, Bibo aponta para o nosso papel de ser como Cristo e servir aos irmãos, cuidando uns dos outros. 

“O mundo fala muito de atitude, mas ter atitude, conforme a Bíblia, é servir aos irmãos. E ter a atitude de Cristo vale para qualquer período da história”, disse ao enfatizar que a carta de Paulo também foi escrita para a Igreja deste século.

“Somos escravos de Deus ou somos escravos do pecado”

Sendo uma mensagem atual, Bibo lembra que é do agrado de Deus que as pessoas abandonem a arrogância e a justiça própria.  “Paulo fala daqueles que querem alcançar a salvação pelos seus próprios méritos”, mencionou.

Mas, esse posicionamento é um tipo de arrogância, segundo o teólogo. “Quem brilha é Cristo em nós”, disse. Dentro desse pensamento, Bibo esclarece que sempre haverá essa “escravidão” para o ser humano.

“Paulo deixa claro em Romanos 6 que, ou você é escravo de Deus ou você é escravo do pecado”, lembrou e citou o desejo de liberdade humana e de querer ser o centro de todas as coisas. 

Trazendo a era do Iluminismo — movimento cultural europeu que enalteceu a razão em detrimento do pensamento religioso — na conversa, Bibo lembrou que o fruto direto do Iluminismo são as guerras mundiais. “Por quê? Porque o ser humano não dá conta de si mesmo”, ele refletiu.

Assista na íntegra:

O que a liderança precisa entender

“É preciso entender que antes de ser pastor, apóstolo, bispo, presbítero ou diácono, é preciso ser escravo de Cristo. Se não, com certeza você vai  atrapalhar o testemunho da Igreja neste mundo”, alertou.

Ao citar a Igreja Perseguida, Bibo disse que é possível que ela compreenda com mais facilidade a urgência de tudo o que Paulo escreveu. “Quem vive em perseguição não discute o tipo de planta que vai enfeitar o púlpito, não se preocupa com o Datashow ou se o pastor ligou no dia do aniversário”, relacionou.

A Igreja Perseguida tem uma perspectiva mais clara da volta de Jesus. “O cristão perseguido sabe que cada dia pode ser o último, então não perde tempo para discutir picuinhas”, frisou ao citar a necessidade de “uma nova mentalidade” por parte da Igreja livre. 

Ainda sobre a Igreja Perseguida, Bibo cita histórias de enfermeiros que não receberam equipamentos de segurança para trabalhar em meio à pandemia, simplesmente por serem cristãos. 

Sobre Rodrigo Bibo

Natural de Santa Catarina, Rodrigo Bibo de Aquino chegou à fé aos 17 anos de idade. “No primeiro mês de conversão já me apaixonei pela Bíblia”, declarou. “A Bíblia é um pouco complexa, tem coisas que a gente lê e não entende, por isso é preciso estudar”, continuou. 

Bibo é formado em Teologia pela Faculdade Luterana e Mestre em Teologia pela Faculdade Batista do Paraná, além de ser licenciado em Filosofia. Casado com Alexandra, pai da Milena e do Kael. 

Além do livro “Nova Mentalidade”, é autor de “O Deus que Destrói Sonhos” e “Mosaico Teológico”. Fundador do Bibotalk, considerado o maior podcast de teologia do Brasil, onde fala de forma descontraída e com profundidade sobre o Evangelho. Já foi demitido de uma faculdade e de uma rádio “por não conseguir ver a teologia encaixotada”, como ele descreve.

“Quando uma igreja sequestra a teologia ou algum movimento diz que possui a ‘teologia certa’, está redondamente enganado, pois existe uma pluralidade saudável dentro da teologia cristã”, esclareceu ao citar as denominações.

Em seu ministério online, Bibo segue produzindo vídeos, podcasts (desde 2011) e cursos de teologia. “Eu faço tudo isso para instigar as pessoas a aprenderem mais sobre a Bíblia, conhecerem teologia e, principalmente, servirem a sua igreja local”, concluiu.

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