Relatório revela que a Coreia do Norte organizou uma campanha para ‘exterminar cristãos’

Segundo pesquisadores, os cristãos enfrentam prisões, tratamento cruel, desumano e degradante, além de torturas, execuções e a negação sistemática dos direitos de liberdade religiosa.

Fonte: Guiame, com informações de Christian TodayAtualizado: sexta-feira, 27 de agosto de 2021 às 18:06
Líder norte-coreano Kim Jong-un lidera uma ditadura que visa exterminar cristãos. (Foto: Reuters)
Líder norte-coreano Kim Jong-un lidera uma ditadura que visa exterminar cristãos. (Foto: Reuters)

A ditadura comunista norte-coreana está determinada a erradicar o cristianismo do país, a qualquer custo, concluiu um novo relatório da Comissão dos Estados Unidos sobre Liberdade Religiosa Internacional (USCIRF).

“A campanha para exterminar todos os adeptos e instituições cristãs na Coreia do Norte foi brutalmente eficaz”, diz o documento que relata prisões e detenções arbitrárias, tratamento cruel, desumano e degradante, além de torturas, execuções e a negação sistemática dos direitos de liberdade religiosa.

Essas são as manobras que o governo norte-coreano usa, de acordo com o relatório  denominado “Perseguição Organizada — Documentação de Violações da Liberdade Religiosa na Coreia do Norte”.

Ditadura e paranoia ditatorial

“Essas violações, que foram documentadas e que ocorreram recentemente, em 2020, são aparentemente planejadas para remover todos os vestígios do cristianismo na sociedade”, diz o documento.

A perseguição organizada pelo Estado continua acontecendo por meio do trabalho do Ministério da Segurança, através de redes de informantes que se estendem pela China e da existência de campos para prisioneiros políticos.

Além disso, há um esquema de lavagem cerebral que os líderes norte-coreanos chamam de “sistema educacional e organizacional”, que exclui a possibilidade de escolher qualquer tipo de religião ou crença, estabelecendo dessa forma uma paranoia ditatorial.

Torturados e condenados à morte por praticar o cristianismo

Os pesquisadores da USCIRF entrevistaram sobreviventes e testemunhas das violações da liberdade religiosa em 2020 e 2021. A maioria dos entrevistados escapou da Coreia do Norte em 2019.

“Identificamos 68 casos de indivíduos que foram processados por sua religião ou crença ou por sua associação com pessoas religiosas”, diz o documento. Um ex-detento compartilhou sobre um cristão que foi preso por “contrabandear um pequeno exemplar da Bíblia”, da China para a Coreia do Norte. Ele enfrentou confinamento solitário pelo “crime”. 

"Os agentes penitenciários pegaram uma vara de metal e pediram ao prisioneiro para esticar as mãos. Eles as golpearam impiedosamente”, relatou. Os pesquisadores também colheram testemunhos sobre a execução de vários cristãos.

“É digno de nota que os detalhes desses incidentes vêm de ex-oficiais de segurança, refletindo o nível de sigilo com que o estado lida com os incidentes contra os cristãos”, continua o relatório.

Em julho de 2011, uma mulher cristã e seu neto foram executados por um pelotão de fuzilamento, no condado de Onsong, província de North Hamgyong. Em outro caso, seis pessoas condenadas por praticar o cristianismo foram executadas em segredo por um pelotão de fuzilamento em 2015. 

“Isso aconteceu no condado de Yeonan, na província de Hwanghae do Sul, onde 40 outras pessoas foram condenadas a um campo de prisão política perpétua”, diz as anotações de Inje Hwang, pesquisador da organização de direitos humanos Korea Future, e de James Burt, diretor de estratégia da Korea Future.

A USCIRF é uma comissão do governo federal criada pela Lei de Liberdade Religiosa Internacional de 1998 e que se reporta ao Presidente, Secretário de Estado e Congresso dos EUA.

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