Missionários sequestrados no Haiti enviam mensagem no WhatsApp: “Por favor, orem por nós!”

A gangue que sequestrou o grupo de cristãos está pedindo um resgate de 1 milhão de dólares por pessoa.

Fonte: Guiame, com informações de CBS NewsAtualizado: quarta-feira, 20 de outubro de 2021 às 19:54
O grupo foi raptado após deixar um orfanato, a 30 km de Porto Príncipe. (Foto: Associated Press).
O grupo foi raptado após deixar um orfanato, a 30 km de Porto Príncipe. (Foto: Associated Press).

O grupo de 17 missionários e suas famílias sequestrados por uma gangue no Haiti neste sábado (16) enviou uma mensagem pelo WhatsApp pedindo oração. De acordo com a CBS News, os cristãos, do grupo missionário Christian Ais Ministries, entraram em contato com uma pessoa não identificada.

Parte da mensagem dizia: "Por favor, ore por nós, estamos sendo perseguidos/sequestrados… Eles têm o controle de nosso veículo”.

A gangue “400 Mawozo” está pedindo um resgate de 1 milhão de dólares por pessoa, cerca de 95 milhões de reais no total, de acordo com o ministro da Justiça do Haiti, Liszt Quitel, à CNN. O ministro afirmou que os sequestradores ligaram para a Christian Aid Ministries já no sábado (16), exigindo o valor para a libertação do grupo. 

A polícia haitiana e o FBI estão orientando a organização missionária no caso e as negociações estão am andamento. Os agentes do FBI estão no Haiti, mas não lideram as investigações. 

Segundo Quitel, os reféns estão sendo mantidos em algum lugar fora de Croix-des-Bouquets, o subúrbio de Porto Príncipe controlado pela gangue.

“A gangue tem locais onde costumam manter seus reféns para que possam sentir que estão seguros. Eles se sentem confortáveis ​​em mantê-los lá. Os sequestradores foram avisados ​​sobre as consequências para eles se ferissem os reféns”,  disse Quitel à CNN.  O Ministro garantiu que os sequestradores estão cumprindo as exigências até o momento.

A Christian Aid Ministries, organização que enviou os missionários ao Haiti, divulgou um comunicado de atualização sobre o caso, nesta segunda-feira (18). Segundo o documento, a missão está monitorando a situação de perto e as autoridades dos Estados Unidos e do Haiti já estão cientes do sequestro e oferecem assistência. 

O ministério agradeceu as orações de cristãos de todo o mundo e pediu que a intercessão pela libertação dos missionários continue. “Junte-se a nós em oração para que a graça de Deus sustente os homens, mulheres e crianças que estão sendo mantidos como reféns”, afirmou.

E acrescentou: “Ao mesmo tempo que desejamos a libertação segura de nossos trabalhadores, também desejamos que os sequestradores sejam transformados pelo amor de Jesus, a única fonte verdadeira de paz, alegria e perdão”.

Entenda o caso

17 missionários e suas famílias, incluindo crianças, foram sequestrados por uma gangue em Porto Príncipe, no Haiti, neste sábado (16). De acordo com a Christian Aid Ministries, o sequestro aconteceu após o grupo deixar um orfanato situado a 30 km da capital haitiana.

Segundo a CNN Internacional, cinco homens, sete mulheres e cinco crianças foram sequestrados. Entre as vítimas, 16 são americanos e um é cadanense. O sequestro aconteceu enquanto os missionários viajavam em um ônibus para Titanyen, após visitarem um orfanato na área de Croix des Bouquets. 

A gangue chamada “400 mawozo” montou barricadas na estrada, já controlada por ela, desviou vários veículos e raptou os missionários e também cidadãos haitianos, conforme informações da Rádio França Internacional (RFI).

Crise no Haiti

A violência no Haiti aumentou com a crise instaurada no país, após o assassinato do presidente Jovenel Moise, em julho, e um terremoto, em agosto, que deixou mais de 2 mil mortos. 

Nesse contexto, se tornou comum gangues realizarem sequestros a fim de conseguir dinheiro. De acordo com o grupo de vigilância Fondasyon Je Klere, hoje mais de 150 gangues atuam no Haiti. 

Desde janeiro, pelo menos 628 sequestros foram registrados. Entre as vítimas, 29 eram estrangeiros, de acordo com dados do Centro de Análise e Pesquisa em Direitos Humanos em Porto Príncipe.

 

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