Cristãos podem ser 'eliminados' em Burkina Faso, alerta líder de igreja

Cerca de 60 por cento da população em Burkina Faso é muçulmana, enquanto os cristãos representam cerca de um quinto.

Fonte: Guiame, com informações do Christian TodayAtualizado: terça-feira, 27 de agosto de 2019 às 12:01
Bandeira de Burkina Faso. (Foto: Reprodução/Reuters)
Bandeira de Burkina Faso. (Foto: Reprodução/Reuters)

Um líder da Igreja em Burkina Faso está temendo a "eliminação" de cristãos do país, enquanto os ataques de extremistas islâmicos continuam inabaláveis.

O presidente da Conferência Episcopal do Burkina Faso e do Níger, Laurent Dabiré, disse à ONG Aid of the Church in Need (ACN) que em um ataque na aldeia de Bani, no nordeste de Burkina Faso, as vítimas foram mortas porque estavam usando crucifixos.

"Os islamitas chegaram e forçaram todos a se deitarem no chão", disse ele sobre o ataque, ocorrido em 27 de junho.

"Eles os revistaram. Quatro pessoas estavam usando crucifixos. Então eles as mataram porque eram cristãs", afirmou.

Outros moradores da aldeia foram informados de que também seriam mortos se não se convertessem ao islamismo, diz ele.

É o quinto ataque contra os cristãos registrado pela ACN este ano.

"No início, eles estavam ativos apenas na região da fronteira entre o Mali e o Níger", disse Dabiré. "Mas, lentamente, eles se mudaram para o interior do país, atacando o exército, as estruturas civis e o povo".

Cerca de 60 por cento da população em Burkina Faso é muçulmana, enquanto os cristãos representam cerca de um quinto e são principalmente católicos.

Durante anos, eles viveram em paz, mas o líder da igreja teme que os extremistas estejam tentando provocar um conflito entre os diferentes grupos religiosos do país.

"Hoje o alvo principal deles parece ser os cristãos e acredito que eles estão tentando desencadear um conflito interreligioso", disse Dabiré.

Segundo ele, algumas pessoas foram atraídas pelos grupos radicais porque não tinham muitas oportunidades de emprego.

"Eles incluem jovens que se juntaram aos jihadistas porque eles não têm dinheiro, trabalho e perspectivas, mas há também elementos radicalizados envolvidos nesses movimentos que eles veem como a expressão de sua fé islâmica", disse ele.

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