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Como era a Festa dos Tabernáculos nos tempos de Jesus? Arqueologia oferece respostas

Saiba detalhes de como era a festa há 2 mil anos, na época em que Jerusalém era controlada pelo Império Romano.

Fonte: Guiame, com informações do Jerusalem PostAtualizado: quarta-feira, 22 de setembro de 2021 às 14:30
Uma construção na estrada de peregrinação na cidade de Davi. (Foto: Koby Harati/Cidade de Davi)
Uma construção na estrada de peregrinação na cidade de Davi. (Foto: Koby Harati/Cidade de Davi)

Há cerca de 2.000 anos, quando o Sucot (ou Festa dos Tabernáculos) se aproximava, milhares de judeus deixavam suas casas em todo Israel e viajavam a Jerusalém — na época, uma cidade monumental controlada pelo Império Romano. 

Apesar da dificuldade de encontrar vestígios antigos da festa, que tem como principal característica construir uma tenda temporária, escavações em Jerusalém em conjunto com fontes históricas apontam características da festividade nos tempos de Jesus.

“Quando falamos sobre uma peregrinação, usamos a expressão em hebraico aliyah al a-regel, que não significa simplesmente peregrinar, mas literalmente subir usando os pés”, disse o Dr. Guy Stiebel, professor na Universidade de Tel Aviv, ao Jerusalem Post.

“As pessoas faziam uma pausa na vida cotidiana, deixavam suas casas e viajavam em direção a Jerusalém, onde chegavam através do que hoje chamamos de Cidade de Davi”, acrescentou.

Escavações arqueológicas indicam o caminho feito pelos peregrinos:

“Eles se purificavam no tanque de Siloé e depois iam direto para o Monte do Templo, por uma rua com degraus que acreditava-se ter sido construída na época do rei Herodes”, observou Stiebel. “Agora sabemos que o projeto foi realmente executado pelo governador da Judeia, Pôncio Pilatos. Apesar de sua má reputação aos olhos do cristianismo, ele construiu alguns dos monumentos mais impressionantes de Jerusalém.”

O mandamento para os judeus subirem a Jerusalém durante a Páscoa, Shavuot (Pentecostes) e Sucot está na Torá, ou seja, os primeiros cinco livros da Bíblia.

Rituais de purificação

No Antigo Testamento, a Bíblia apresenta especificações para o mikvé, o ritual de banhos de purificação, quando os judeus se encontravam impuros. Por isso, o Dr. Yonatan Adler, professor sênior da Universidade de Ariel, explica que as peregrinações não eram uma novidade nos tempos de Jesus.

“Alguma forma de peregrinação já acontecia durante o período do Primeiro Templo”, disse ele, referindo-se ao período entre 1200 a.C e 586 a.c, quando o templo em Jerusalém existia, antes de ser destruído pelos Babilônios.


Restos de uma construção destruída pelos Babilônios em 586 a.C. em Jerusalém. (Foto: Rossella Tercatin)

Por volta do primeiro século d.C., o historiador judeu-romano Flávio Josefo disse que milhões de pessoas participavam da peregrinação, levando milhares de sacrifícios ao templo sagrado. 

“Na época de Herodes, o Monte do Templo era conhecido como um dos maiores complexos religiosos do mundo romano”, disse Stiebel.

O tanque de Siloé foi apenas um dos muitos banhos rituais públicos que foram descobertos nas proximidades do Monte do Templo. “De acordo com minha contagem, encontramos cerca de 1.000 mikvés no país, e um grande número — cerca de 200 delas — estão em Jerusalém ou seus arredores”, disse Adler. 

Os historiadores, porém, não sabem identificar alguns detalhes dos rituais de purificação: se havia separação entre homens e mulheres, se entravam na água usando roupas ou se os mergulhos eram coletivos ou individuais.

Jerusalém: o maior local religioso do mundo

Judeus de todas as origens participaram da peregrinação em Sucot, “independentemente de seu status social”, explicou Stiebel.

Embora não haja vestígios das antigas tendas que foram construídas para celebrar a festa, a arqueologia fornece outras evidências importantes.

“As Quatro Espécies (um composto de folhagens de tamareira, murta, salgueiro e cidra, usadas no Sucot) apareceram nas moedas cunhadas pelos rebeldes contra os romanos durante a Primeira Revolta Judaica”, avaliou Adler.

Uma palmeira com alguns ramos frondosos aparecem em artefatos que também eram um símbolo de liberdade e independência contra os romanos.

“É razoável pensar que os rebeldes consideravam as Quatro Espécies um símbolo que qualquer um iria reconhecer”, disse Adler.

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