Google tem política que visa limitar alcance de organizações contra o aborto

A denúncia foi feita por uma jornalista do 'The Guardian', que explicou que o Google proibiu que centros pró-vida usem o termo 'aborto' em suas palavras-chave.

Fonte: Guiame, com informações do Christian PostAtualizado: sexta-feira, 23 de agosto de 2019 às 14:56
Uma vista externa da sede do Google, também conhecida como "Googleplex", em Mountain View, Califórnia, EUA. Foto tirada em 13 de abril de 2014. (Foto: Wikimedia Commons/Noah_Loverbear)
Uma vista externa da sede do Google, também conhecida como "Googleplex", em Mountain View, Califórnia, EUA. Foto tirada em 13 de abril de 2014. (Foto: Wikimedia Commons/Noah_Loverbear)

Uma política do Google é destinada a limitar o alcance que anúncios de centros de gravidez em crise pró-vida voltados para afastar as mulheres das clínicas de aborto, de acordo com um relatório do jornal 'The Guardian'.

No início deste ano, o Google anunciou que as organizações de saúde que anunciam sobre o aborto no site principal dos mecanismos de pesquisa devem ter um rótulo indicando se elas realmente fornecem ou não abortos.

No entanto, Stephanie Kirchgaessner, do 'The Guardian' informou na última segunda-feira (19) que a política do Google só pareceu a funcionar quando o termo específico "aborto" foi pesquisado por um usuário.

Outros termos de pesquisa como "teste de gravidez livre" e "sintomas de gravidez" não incluíram um aviso, explicando se a entidade fornecia abortos.

"Embora a diferença possa parecer semântica, há uma preocupação de que ela leve as mulheres a confundirem um centro pró-vida de apoio a gestantes em crise com uma clínica de aborto", escreveu Kirchgaessner.

Em resposta ao relatório, o Google forneceu ao 'The Guardian' uma declaração defendendo sua política atual de divulgar se uma clínica anunciada realiza abortos.

"Essa transparência adicional é destinada a ajudar os usuários a decidir quais anúncios relacionados ao aborto são mais relevantes para eles", afirmou o Google. "Nossas políticas já proíbem falsas declarações em anúncios e, se encontrarmos anúncios que violam nossas políticas, os removeremos imediatamente".

Em maio, o Google anunciou que clínicas e organizações que exibem anúncios no Google usando palavras-chave relacionadas ao aborto nos Estados Unidos e no Reino Unido devem primeiro ser "certificadas como anunciantes que oferecem abortos ou não fornecem abortos".

"Se você não for certificado, não poderá veicular anúncios usando palavras-chave relacionadas à obtenção de um aborto", afirmou a empresa de tecnologia na época.

"As divulgações serão exibidas em todos os formatos de anúncios de pesquisa e ajudarão a garantir que esses anúncios forneçam, de forma transparente, informações básicas que os usuários precisam para decidir quais anúncios relacionados ao aborto são mais relevantes para eles", acrescentou a empresa em nota.

A mudança veio em resposta aos ativistas pró-aborto, argumentando que o Google estava fornecendo aos centros pró-vida a capacidade de anunciar como se fossem provedores de aborto.

Por exemplo, as deputadas democratas Carolyn B. Maloney, de Nova York, e Suzanne Bonamici, do Oregon, enviaram uma carta ao Google antes de sua decisão de implementar a política.

Na carta, as mulheres do Congresso exigiram que a plataforma removesse propagandas promovendo o que eles chamavam de "clínicas falsas".

"O Google deve estar bem ciente das práticas enganosas de publicidade desses tipos de organizações", escreveram os legisladores.

"Sua empresa já realizou diversas ações para remover anúncios de centros de gravidez em crise porque eles violam a política de publicidade interna do Google", acrescentou.

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