Igreja, corpo mantenedor de vida

Se colocamos toda responsabilidade nas mãos das autoridades governamentais, retornaremos a construir seres ilhados e distantes do sofrimento alheio.

Fonte: Guiame, Ubirajara CrespoAtualizado: sábado, 11 de abril de 2020 às 15:19
(Foto: iStock)
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Se existe uma pergunta difícil de responder hoje, tem a ver com os estragos provocados pelo Covid19: vamos salvar vidas do corona e deixar que morram de fome em um mundo egoísta?

Pergunta difícil de responder. Será que temos uma proposta que traga soluções para as duas pontas deste problema?

Se colocamos toda responsabilidade nas mãos das autoridades governamentais, retornaremos a construir seres ilhados e distantes do sofrimento alheio.

Veja este você mesmo: Pretende permanecer assistindo a miséria alheia, confortavelmente sentado na frente da TV?

Oh da poltrona de que vale saber mais a respeito dos desdobramentos desta crise, quando a sua única reação é suspirar: que horror!?!?!

Você se torna um monumento congelado construído em homenagem a sua misericórdia emperdenida. Monumentos duros e inertes na sua poltrona não servem para nada. Sua misericórdia feita de gelo, logo, logo derreterá. Saia da poltrona e faça alguma coisa.

- Minha esposa dispensou a presença da faxineira, mas continuou pagando como se ela tivesse comparecendo ao serviço.

- Minha nora nos dá uma cesta básica, que podemos repartir.

- Meus filhos e noras nos ajudam na nossa velhice.

- Você ouviu o vizinho chorar e perguntou o que poderia fazer?

Se até empresas fazem isso, mesmo sendo por força de lei, por que não fazer, voluntariamente, em nossas casas?

Todo mundo precisa me ajudar, mas esta necessidade morre na minha casa. Não peça para o governo fazer o que você não está disposto a fazer. Vamos criar a cultura do desapego.

Que tal liberar uma bola de neve solidária capaz de provocar uma avalanche de amor ao nosso redor?

Pequenos gestos passados adiante minimizam os efeitos de qualquer crise.

Mateus 10: 42. “E quem der a beber, ainda que seja um copo de água fria, a um destes pequeninos, por ser este meu discípulo, em verdade vos digo que de modo algum perderá o seu galardão.” (Jesus Cristo)

As pessoas usarão com você o mesmo peso com o qual você as mede.

É antigo o incentivo dado aos mais abastados, para não colherem só para si. Era necessário separar, para os outros, uma porção generosa do que plantaram. Aquela porção deve ser deixada para os mais pobres colherem para suas famílias. Não era pouco, era toda a área ao redor de seus campos.

Levítico 23: 22. "Quando fizerem a colheita da sua terra, não colham até às extremidades da sua lavoura, nem ajuntem as espigas caídas da sua colheita. Deixem-nas para o necessitado e para o estrangeiro. Eu sou o Senhor, o Deus de vocês".

Pastoreando por muitos anos, promovi muitos bazares nas igrejas por onde passei. Pedia aos membros que trouxessem coisas boas para distribuir entre os necessitados. Apesar desta recomendação, via as pessoas levarem roupas, cuecas rasgadas, ventilador sem hélice, liquidificador queimado etc. Parecia que consideravam aquelas pessoas como um tipo de animal, que deve ser tratado com trapos. Não faço isso nem com minhas cachorrinhas.

Tomem jeito, irmãos.

Por Ubirajara Crespo, pastor, conferencista, editor, autor das notas de rodapé da Bíblia do Guerreiro e dos livros “Qual o limite para o sofrimento” e “Rota de colisão”.

* O conteúdo do texto acima é uma colaboração voluntária, de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

Leia o artigo anterior: Jesus não falava ao sistema, mas ao coração humano

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