Os distintivos do ministro do Evangelho

Paulo, em Atos 20.24, fala sobre três marcas de um ministro do Evangelho.

Fonte: Guiame, Hernandes Dias LopesAtualizado: sexta-feira, 25 de junho de 2021 às 16:10
(Foto: Canva)
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“Porém em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus” (At 20.24)

O veterano apóstolo Paulo, depois de fazer três viagens missionárias, está se despedindo dos presbíteros de Éfeso, em Mileto. Nessa despedida, ele faz um discurso eloquente, onde dá testemunho de sua conduta nos três anos que viveu na capital da Ásia Menor e oferece importantes conselhos aos líderes que darão continuidade à sua obra. Paulo, no texto em tela, fala sobre três marcas de um ministro do evangelho.

Em primeiro lugar, um ministro do evangelho tem certeza de sua vocação. “… o ministério que recebi do Senhor Jesus…”. Paulo não era um voluntário, mas um homem chamado por Deus para ser apóstolo. Seu ministério não foi resultado de um comissionamento humano. Ele recebeu seu ministério do Senhor Jesus. A convicção do chamado é muito importante para aquele que trabalha na obra de Deus. É essa convicção que dá firmeza ao ministro do evangelho diante das adversidades. Vocação não é sugestionamento, é convicção. É como algemas eternas ou como um fogo no coração. A distribuição das vocações é mais importante do que a distribuição das riquezas, pois quando uma pessoa trabalha numa área sem aptidão para o que realiza, ela não faz com eficiência nem com entusiasmo. Paulo foi separado por Deus não apenas para a salvação, mas também para ser um embaixador, a levar seu nome aos gentios. Deus o chamou para ser um pregador, um mestre, um defensor do evangelho. Em cumprimento ao seu chamado ele percorreu os mais longínquos rincões do império romano e plantou igrejas nas províncias da Galácia, Macedônia, Acaia e Ásia Menor.

Em segundo lugar, um ministério do evangelho precisa demonstrar abnegação. “Porém em nada considero a vida preciosa para mim mesmo contanto que complete a minha carreira…”. Paulo não entrou para o ministério buscando vantagens pessoais, para auferir lucro e promoção humana. Ele foi chamado por Deus para dar sua vida. Estava consciente de que, para cumprir sua missão enfrentaria a oposição dos homens, a fúria de Satanás e a perseguição do mundo. Por onde passou foi apedrejado, fustigado com varas, preso, açoitado e escorraçado. Na sua jornada ministerial foi perseguido em Damasco, rejeitado em Jerusalém, esquecido em Tarso, apedrejado em Listra, açoitado e preso em Filipos, escorraçado de Tessalônica e enxotado de Bereia. Foi chamado de tagarela em Atenas, impostor em Corinto e enfrentou feras em Éfeso. Foi preso em Jerusalém e acusado em Cesareia. Enfrentou um naufrágio para Roma e foi picado por uma cobra em Malta. Passou por duas prisões em Roma. Foi vítima de uma acusação leviana por parte de seus inimigos e de um abandono cruel de seus amigos. Mesmo enfrentando circunstâncias tão adversas e providências tão carrancudas, não considerava sua vida preciosa para ele mesmo. A única coisa que lhe importava era testemunhar o evangelho da graça e completar sua carreira com fidelidade. Que o exemplo de Paulo nos inspire a viver de forma abnegada, sabendo que todo aquele que segue a Cristo, precisa primeiro levar a sua cruz, consciente de que a cruz precede a coroa.

Em terceiro lugar, um ministro do evangelho precisa revelar paixão. “… para testemunhar o evangelho da graça de Deus”. Testemunhar o evangelho da graça era o combustível que alimentava a alma desse bandeirante do cristianismo. Com respeito ao evangelho, sentia-se devedor, estava sempre pronto a pregá-lo e não se envergonhava dele, pois o evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo o que crê. Chegou mesmo a dizer: “Ai de mim, se não pregar o evangelho”. Ele pregava com saúde ou doente, em liberdade ou preso, de casa em casa ou publicamente, nas sinagogas ou nas praças. A pregação do evangelho inflamava seu coração e trazia brilho aos seus olhos. Que o nosso coração seja despertado para redescobrirmos os valores sublimes do ministério. Que haja em nós convicção do chamado, disposição para sofrer pelo evangelho e paixão para pregar o evangelho.

Por Hernandes Dias Lopes - pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil, escritor, membro da Academia Evangélica de Letras do Brasil e diretor executivo da Editora Luz para o Caminho.

* O conteúdo do texto acima é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

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