Um voto de confiança

Está cada vez mais difícil dar um voto de confiança, da mesma forma que está cada vez mais difícil recebermos um voto de confiança.

Fonte: Guiame, Edmilson Ferreira MendesAtualizado: quinta-feira, 19 de novembro de 2020 às 15:51
(Foto: Reprodução / Post Jesus)
(Foto: Reprodução / Post Jesus)

Já vivi bastante para saber que os políticos mais mentem do que falam a verdade. Entra eleição, sai eleição, as promessas são exatamente as mesmas: segurança, saúde, habitação, educação, emprego. As diferenças nos discursos ficam por conta dos recortes sociais que cada um decide abraçar, grupos, classes, minorias. Porém as propostas acompanhadas de promessas estão lá para nos convencer, nos conquistar. E o pedido é um só: me dê seu voto de confiança.

Dizem que confiança é como uma taça de cristal, depois que quebra é simplesmente impossível reconstruir. E quantas vezes já tivemos nossa confiança frustrada, traída, quebrada? Olhe ao redor, o que mais se verá são olhos desconfiados, ressabiados, e isso em qualquer classe social. Faz tempo que muitos votam no menos pior, num decepcionante exercício democrático que nos leva até uma zona eleitoral, na qual uma maioria entra sem motivação e sai sem esperança.

Em meio a lama de corrupção que nos cerca, dar novamente um voto de confiança é sempre arriscado, é quase uma aposta certeira na decepção. Inverta os papéis, e quando somos nós que estamos na posição de pedintes? E quando chega a nossa vez de pedir um voto de confiança? As pessoas podem confiar? Podem acreditar nas promessas que fazemos? Nos arrependimentos que juramos ser verdadeiros? Merecemos o voto de confiança daqueles que nos cercam?

Eis o drama. Nos movemos em cenários cujos artistas são limitados, falhos, incompletos, miseráveis pecadores, a começar por nós. É neste conflito de crenças, de interesses, de preferências, que a gente se relaciona, que a gente tenta ser melhor, fazer o bem, viver eticamente. E aí, a cada ciclo, chegam as eleições e voltam os pedidos de votos com base nas promessas que se repetem: “desta vez vai ser diferente, me dê seu voto de confiança, você não vai se arrepender!” Aham.

Em suma, está cada vez mais difícil dar um voto de confiança, da mesma forma que está cada vez mais difícil recebermos um voto de confiança. “Maldito o homem que confia no homem”, diz a palavra. “Devemos confiar desconfiando”, diz a sabedoria popular. Viver numa eterna desconfiança é terrível, é como termos nossa paz roubada. Isso mesmo, roubada. No exato momento que roubaram nossa confiança, sequestraram nossa paz.

Mas tem um que nos dá o voto de confiança. Não merecemos. Como pecadores, não somos confiáveis. Mesmo assim recebemos um voto de confiança. E recebemos não por aquilo que somos, mas apesar de como somos. Este voto quem nos dá é Jesus. A Bíblia diz que fomos eleitos nEle. Pela cruz nos elegeu. Nos sistemas políticos, milhões dão um voto de confiança para que um se eleja. No sistema celestial, apenas um dá seu voto de confiança para que milhões sejam eleitos. Não desperdice o voto de confiança dEle em você, pois Cristo te elegeu nEle e te sustenta com Suas promessas, para que você vá e dê muitos frutos. Confie!

Edmilson Ferreira Mendes é teólogo. Atua profissionalmente há mais de 20 anos na área de Propaganda e Marketing. Voluntariamente, exerce o pastorado há mais de dez anos. Além de conferencista e preletor em vários eventos, também é escritor, autor de quatro livros: "Adolescência Virtual", "Por que esta geração não acorda?", "Caminhos" e "Aliança".

* O conteúdo do texto acima é uma colaboração voluntária, de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

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