Até quando?

O “até quando” não é exclusividade deste momento, tem nos acompanhado durante toda a vida.

Fonte: Guiame, Edmilson Ferreira MendesAtualizado: quinta-feira, 8 de outubro de 2020 às 17:17
(Foto: Joshua Raws / Unsplash)
(Foto: Joshua Raws / Unsplash)

As pessoas já não aguentam mais. A realidade imposta pela pandemia tem causado estragos enormes no ânimo, na emoção, na disposição, na motivação, no psicológico de milhares. As reações são as mais diversas, vão desde aqueles que engordaram muito até aqueles que surtaram e jogaram tudo pro alto, família, casamento, fé, vida.

Reclamações não param quanto ao uso de máscara, distanciamento, isolamento, restrições quanto a horários comerciais, limitações quanto a praia, não poder abraçar, número reduzido de pessoas nos ambientes religiosos, impossibilidade daquele churrasquinho com a turma, saudade da pessoa amada, enjoo de ter de ficar em casa suportando diariamente o mesmo cenário e mais uma série de inconveniências.

Calma! Chamei de “inconveniências” recomendações que visam nos proteger. Portanto, necessárias. E este é o ponto deste texto, mesmo que tudo seja necessário, embora em muitos aspectos discutível, no geral as pessoas estão cansadas. Exatamente por isso, exaustas e sem aguentar mais o status atual é que estão perguntando: até quando?

O “até quando” não é exclusividade deste momento, tem nos acompanhado durante toda a vida. Até quando suportarei esta doença? Até quando sofrerei as humilhações impostas pelo meu chefe? Até quando falsos pastores explorarão a boa fé do povo? Até quando o mundanismo vai continuar invadindo os templos? Até quando conseguirei sobreviver sem um emprego? Até quando ficarei sem ser reconhecido? Até quando serei rejeitado? Até quando vão durar as minhas lágrimas?

Foi exatamente esta a pergunta que fez o salmista no início do Salmo de número treze: “Até quando, Senhor? Para sempre te esquecerás de mim? Até quando esconderás de mim o teu rosto? Até quando terei inquietações e tristeza no coração dia após dia? Até quando o meu inimigo triunfará sobre mim?”

Se prestar bastante atenção aos “Até quando?” do salmista, verá que ele abrange todas as áreas da sua vida, na linguagem poética Deus estava escondido e tinha se esquecido dele, ou seja, nada de Deus! Nenhum mísero sinal divino, nenhum recado, apenas distância e isolamento. Por conta dessa realidade ele confessa a presença de um coração triste e inquieto, trocando em miúdos, uma ansiedade destruidora. Pra finalizar sua série de “Até quando?”, declara seu desespero pelo esmagamento do inimigo sobre ele. Para piorar um pouco mais, o salmista nos informa que tudo isso acontecia “dia após dia”! Simplesmente insuportável.

O que fazer diante de todos os nossos particulares “Até quando?”. O mesmo salmista que pergunta também responde. Seu exemplo é o melhor que temos a seguir: “Eu, porém, confio em teu amor; o meu coração exulta em tua salvação. Quero cantar ao Senhor pelo bem que me tem feito.” Estas são palavras dos últimos dois versos do Salmo treze, elas nos incentivam a seguir confiando pela fé no Senhor, pois mesmo sofrendo e não compreendendo a maioria das coisas que nos acontecem, devemos celebrar a Ele que, no tempo certo, nos dará a solução, o escape e a bênção para cada um de nossos “Até quando?”.

Edmilson Ferreira Mendes é teólogo. Atua profissionalmente há mais de 20 anos na área de Propaganda e Marketing. Voluntariamente, exerce o pastorado há mais de dez anos. Além de conferencista e preletor em vários eventos, também é escritor, autor de quatro livros: "Adolescência Virtual", "Por que esta geração não acorda?", "Caminhos" e "Aliança".

* O conteúdo do texto acima é uma colaboração voluntária, de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

Leia o artigo anterior: Enfim, a hipocrisia

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