Qual tem sido a mensagem pregada pela igreja atual?

Ao abdicar da Palavra, abdicamos do verdadeiro chamado.

Fonte: Guiame, Bruno dos SantosAtualizado: segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019 às 18:58
Ilustração Reprodução/Facebook
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Em Jeremias 3:15, lemos:

“E eu lhe darei pastores de acordo com o meu coração, para que possam alimentá-lo com conhecimento e compreensão”.

A Igreja tem caído no maior erro possível. Ela se estabeleceu sobre forças ocultas, a Bíblia Sagrada chama uma delas de Mamom (riquezas), mas também da força da influência política, estrutural, denominacional, histórica, fenomenológica e até visionária (leia-se empreendedora)… menos sobre a real força, sobre a força que sobressai todas as outras. A saber: a Proclamação do Evangelho. Pra quem não entendeu, vou traduzir. A igreja, em muitas das suas expressões sociais, não prega mais a PALAVRA DE DEUS.

Ela não é mais a tradutora inspirada das mensagens do Eterno. Ela não leva mais a reflexão teológica a sério. A igreja chamada “evangélica" não é mais cristológica. Ela está cheia de influências filosóficas, transformou-se num mosaico cultural de tradições e aspirações homocêntricas.

O pastor não quer mais ser pastor, mas agora um coaching com reconhecimento internacional.

O apóstolo não quer mais ser apenas missionário, mas agora detentor de uma visão atual e que agrupe o maior número de igrejas para a sua cobertura.

O profeta não quer mais denunciar os abusos de poder e denunciar o descaso com os oprimidos, mas possuir uma revelação que impacte os mais abastados financeiramente para o sustentarem.

O evangelista não quer mais sair pelas praças ou de casa em casa, mas reunir milhões em cruzadas internacionais e televisivas.

O mestre não quer mais saber de igrejas e destruir novas heresias e modismos, mas ser reconhecido pelos inúmeros doutorados acadêmicos nas universidades e dar palestras teóricas e estatísticas sem relação com o chão da vida.

Ao abdicar da Palavra, abdicamos do verdadeiro chamado; ao não termos chamados centrados na Bíblia, o que produzimos não pode ser nomeado de rebanho, mas de seguidores… de todo tipo, raça, ética e valores. É por isso que estamos longe de uma unidade de propósito e fé. Cada um atira naquilo que acredita e temos “igrejas” dos mais variados tipos e fés!

O que pode nos salvar é voltarmos para a Palavra, é clamar como Jeremias, que Deus nos envie pastores que nos alimentem com conhecimento e compreensão. É voltar para o caminho da humildade e buscar ser o servo fiel que o Senhor procura. É denunciar os abusos e a manipulação espiritual. É jogar no lixo a teologia do sucesso e da prosperidade que tanto mal produziram. Nem mesmo a reforma nos é suficiente, mas o construir sobre a Pedra Angular de fato (Ef 2:20)! E saber que Deus já nos abençoou em Cristo Jesus e nos deu toda a sorte de bênçãos espirituais nas regiões celestiais (Ef 1:3).

Por Bruno dos Santos, Teólogo, Escritor, Lifecoaching e Palestrante nas áreas de Espiritualidade, Liderança e Autogestão.

* O conteúdo do texto acima é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

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