Vacina: uma questão de civilidade, coletividade e espiritualidade

Mas, no fim das contas, a escolha de ser prudente e se proteger é só sua...

Fonte: Guiame, Alisson MagalhãesAtualizado: quarta-feira, 7 de julho de 2021 às 16:23
(Foto: Canva)
(Foto: Canva)

Quem me conhece de perto sabe que não gosto de aparecer em fotos, mas fiz questão de registrar e publicar a foto na qual tomei a primeira dose da vacina da Covid-19, e o fiz por uma questão de civilidade, coletividade e espiritualidade.

Civilidade porque é responsabilidade de todos, diante da pandemia, cuidarmos para tentar frear o avanço do vírus, seja porque não queremos virar estatística ou pelo fato de nos solidarizarmos com as famílias que, infelizmente, perderam alguém. Essa empatia faz parte do mandamento de “amar ao próximo como a si mesmo”.

Coletividade porque todos vivemos em uma sociedade e, apesar de sermos individualmente cidadãos com direitos, temos que lembrar que também temos deveres para com o todo no qual estamos inseridos, já que não vivemos sozinhos no mundo.

Espiritualidade porque, ao contrário do que muitos líderes religiosos andam dizendo por aí, a Bíblia me ensina que o Deus que eu sirvo é um Deus de milagres, mas que requer de nós prudência e não nos colocarmos em perigo sob argumento de uma fé, sem fundamento, de que Ele nos protegerá. Sim, é verdade que ele promete aos discípulos que mesmo se forem mordidos por uma serpente, não seriam afetados pelo veneno, mas em lugar nenhum Deus manda provocarem uma cobra para serem picados e, com isso, colocarem Deus à prova.

Se um líder, seja pastor, padre ou qualquer outra coisa, não está ensinando isso, ele não está lhe ensinando o que a Bíblia ensina. E ele também não vai adoecer por você nem emprestar um membro da família dele para sofrer no lugar de alguém da sua.

No fim das contas, a escolha de ser prudente e se proteger é só sua... E a responsabilidade também, sem falar na responsabilidade que a igreja possui de ser luz e um caminho de solução para as crises da nossa sociedade.

O livro de Tiago foi escrito com um objetivo bem claro em mente: ensinar aos cristãos primitivos que o cristianismo não era uma religião teórica ou baseada em misticismo puro. Tiago escreveu para chacoalhar aqueles cristãos, alertando que o verdadeiro cristão é alguém que vive aquilo que acredita, e é coerente com aquilo que Jesus lhe ensina em sua palavra. Foi Tiago que escreveu que a Fé sem obras é morta e, se encaminhando para o fim de sua carta, nos brinda com outro alerta sensacional. Lá no capítulo 4, verso 17, ele diz assim: "Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado".

Quando Israel estava atravessando o deserto, por exemplo, Deus fez vários e grandes milagres, mas orientou sobre higiene e cuidados de saúde, para prevenir o contágio de doenças e outros problemas sanitários. A igreja de Cristo vive em sociedade, e fomos chamados para sermos luz exatamente no meio de nossa comunidade, que hoje tem passado por dias dificílimos por causa da pandemia. Ainda assim, o mesmo Deus que pode curar usa pesquisadores e médicos para desenvolver vacinas que podem ajudar no controle da doença.

Agradeço a Deus, que deu capacidade aos homens para praticarem uma boa ciência, e a todos os profissionais envolvidos nessa missão de nos ajudar a virar esse capítulo de nossa história.

Deus abençoe a todos.

Alisson Magalhães é Ministro Ordenado na Igreja do Nazareno, formado em Teologia pela Faculdade Nazarena do Brasil, professor de Teologia em cadeiras teológicas, pastorais e na área de música e adoração. Autor do livro Cristianismo 4.0 - Desafios para a comunicação cristã no século XXI, à venda pela Book Up Publicações. Atualmente serve com sua esposa, Elaine, como Pastor na Igreja do Nazareno em Otacílio Costa, na Serra Catarinense, onde também atua como jornalista e Secretário de Administração e Comunicação Institucional na Prefeitura de Palmeira/SC.

* O conteúdo do texto acima é uma colaboração voluntária, de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

Leia o artigo anterior: Entre o bem e o mal: o perigo da inversão de valores

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