Setor de turismo cresce cerca de 10% ao ano e emprega 7,2 milhões no País
SÃO PAULO - O Grupo Peraltas, formado pelo Brotas Eco Resort e Acampamentos Peraltas, localizado em Brotas, no interior de São Paulo, está, desde setembro, com mais da metade das ocupações já fechadas para a época das festas de fim de ano. É a primeira vez que isso acontece em 37 anos.
"As pessoas estão programando as viagens com mais antecedência, em especial, a classe C que está viajando", afirma a sócia e diretora do grupo, que conta ainda com a Agência Brotas Aventura, Marília Rabelo.
A situação vivida pela empresa é reflexo do incremento do setor - que leva o mercado de trabalho a reboque, claro. E o emprego deverá continuar a se expandir por conta de eventos como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.
Segundo dados do Ministério do Turismo, há, atualmente, 7,2 milhões de brasileiros trabalhando com atividades ligadas ao setor. "Nos últimos anos, estamos crescendo a uma média de 10% ao ano", afirma o ministro do Turismo, Luiz Barretto.
Um estudo produzido pelo Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) pode ser um indicativo do crescimento. Produzido no âmbito do Sistema Integrado de Informações sobre o mercado de trabalho no setor de turismo e realizado com oito mil estabelecimentos em todo o País, em 2008 - é a pesquisa mais recente da instituição -, o trabalho mostra que esses locais concentravam 2 milhões de pessoas ocupadas na área. Desses, 43% eram trabalhadores formais (com carteira assinada) e 57%, informais.
Na comparação com o estudo anterior, feito pelo IPEA em 2002, o crescimento de pessoal ocupado no turismo aumentou 24%. "O setor cresceu mais que a economia, que atingiu 17% no mesmo período", afirma a coordenadora do IPEA, Margarida Hatem Pinto Coelho.
Renda maior. Para Barretto, a economia aquecida é a maior responsável pela alta do setor. "Em 2010, um milhão de brasileiros viajou pela primeira vez de avião. Reflexo do poder aquisitivo maior da classe C."
E não são apenas os brasileiros os responsáveis por esse grande movimento. Passado o efeito da crise financeira internacional de 2008, os turistas estrangeiros estão viajando novamente. No ano passado, o Brasil recebeu 4,8 milhões de visitantes internacionais, que deixaram no País a quantia de US$ 5,2 bilhões.
Para 2010, a expectativa é que o número de visitantes internacionais chegue a 5,2 milhões, que gastarão por aqui US$ 6 bilhões, aproximadamente. E isso sem falar no número cada vez maior de brasileiros que viajam para o exterior, e que acabam movimentando o mercado de agências e aviação comercial.
Em falta. O crescimento do turismo exige mão de obra para atender a demanda. E, atualmente, já faltam pessoas especializadas para trabalhar. "O Brasil precisa se preparar, pois terá dois fortes picos no turismo com a Copa e as Olimpíadas", previne Barretto.
As oportunidades, segundo ele, estão espalhadas por diversas áreas, como hotelaria, agências de viagens, companhias áreas, locadoras de automóveis, museus, galerias de arte, bares, restaurante, tradutores e artesanato local.
"Hoje, 70% dos profissionais empregados no setor estão concentrados no segmento de hotelaria, bares e restaurantes", diz Barretto.
Nem sempre, porém, é fácil preencher as vagas. "É muito difícil achar profissionais qualificados e comprometidos. Em hotelaria, o funcionário precisa ter disponibilidade aos fins de semana, feriados e também nos meses de férias", diz Marília, que busca colaboradores em diversas áreas para continuar a expansão do Grupo Peraltas.
Na semana passada, ela contratou a assistente comercial Michele Rodrigues, de 24 anos, que aceitou o estilo de vida de quem trabalho no setor.
Opções. Segundo o ministro, entre as principais cidades na rota do turismo de lazer estão as capitais do Nordeste, com destaque para Salvador, além de Rio de Janeiro, Foz do Iguaçu e Florianópolis.
Há outros nichos que também seguem um movimento de consolidação e, consequentemente, geram mais postos de trabalho. Entre eles está o turismo de negócios, que tem a cidade de São Paulo como principal polo de eventos corporativos em todo o País - seguida por Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Campinas e Porto Alegre.
"Outros segmentos que ainda ganharão mais força são: turismo rural, ecoturismo e turismo religioso", aposta Barretto.
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