O culto racional

O culto racional

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:32

É possível prestar a Deus um culto racional?

Se dermos uma boa olhada em nossas igrejas, vamos descobrir uma realidade muito séria: é preciso racionalizar o cristianismo.

Racionalizar o cristianismo não significa excluir da liturgia a emoção, mas apenas não deixar que a emoção anule a razão. Emoção e razão não estão necessariamente de lados opostos. O antônimo de razão não é emoção, mas loucura.

Antes que eu seja mal-interpretado, quero deixar claro que o que combato não é a emoção, nem mesmo a presença dela no culto, mas sim o emocionalismo, que é o culto da emoção. Veja bem, há uma grande diferença entre a emoção do culto e o culto da emoção.

Paulo teve importante participação no processo de racionalização do cristianismo, o que evitou que o cristianismo se tornasse apenas mais uma seita do judaísmo. Mas podemos afirmar que essa racionalização começou com o próprio Cristo. E não podia ser diferente, sendo Ele não apenas o fundador, mas o próprio fundamento do cristianismo.

Cristo jamais pregou um evangelho baseado na emoção, como o que vemos hoje em muitas igrejas. Sua preleção não era baseada em uma utopia, mas em elementos concretos. Até mesmo as mais loucas afirmações de Cristo tinham objetivos claros.

Vejamos este exemplo: depois de alimentar uma grande multidão com o pão da multiplicação, Jesus deixa a mesma multidão escandalizada com a afirmação de que deveriam comer sua carne e beber o seu sangue. Loucura?? Para aquela multidão, que só conseguia enxergar o pão material, que enche o estômago, mas deixa a alma vazia, sim. Mas não para os 12 apóstolos que ficaram com Cristo. Eles sabiam o que aquilo significava, e, podemos ver isso na resposta dada à pergunta de Cristo: só tu tens palavras de vida eterna. Graças à intimidade que eles tinham com o Cristo, haviam aprendido que: 1) "Ele e a palavra são um"; 2) Ele é o pão vivo que desceu do céu; 3) nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.

Com esse conhecimento torna-se fácil entender que "comer e beber Cristo" nada mais é do que alimentar o espírito com palavras de vida eterna. Infelizmente, esse é um alimento muito escasso em nossos dias.o povo prefere o "circo" ao invés do Pão.

Elias Soares é pastor, escreveu artigos literários para a revista "O Poder da Oração", e autor do livro "O espetáculo em Nome da Fé",  onde aborda a ética cristã e sua vivência.

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