Apascenta minhas ovelhas

Apascenta minhas ovelhas

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 3:32

 O ofício de pastor, em ambos os sentidos, não é nada fácil. Muitas vezes, as ovelhas se enroscam em espinhais, se desgarram do rebanho e até mesmo, perdendo sua característica de ovelha, algumas atacam as outras ovelhas do rebanho e até o pastor.

Porque será, então, que tantas pessoas buscam de qualquer forma este tão espinhoso ofício?

Ao ler o texto de João 21:15-17, pude observar dois detalhes que considero de grande importância para aqueles que almejam o pastorado:

1)      A insistência de Cristo na pergunta "tu me amas?", até que Pedro sentisse o peso do significado da pergunta e deixasse de dar uma resposta automática e sem reflexão.

2)      A frase "apascenta as minhas ovelhas" não deixa qualquer dúvida sobre a propriedade do rebanho.

Chegamos, então, a conclusão que para se apascentar o rebanho do

Senhor, o pastor deve ter um profundo amor pelo Dono das ovelhas e ter plena consciência de quem é esse Dono do Rebanho. Conceitos, hoje, ignorados por aqueles pretendem "pastorear" o rebanho do Senhor.

Para tristeza nossa, o capítulo 34 de Ezequiel se encaixa perfeitamente no perfil de muitos pastores de nosso dias, que apascentam-se a si mesmo e esquecem das ovelhas. O versículo 3 deste capítulo afirma que eles "comem a gordura, se vestem da lã, degolam o cordeiro cevado.... mas não apascentam as ovelhas".

Eu acrescentaria uma prática muito comum nestes últimos tempos: "vendem as ovelhas". Como iremos chamar alguém que vende algo, ou alguém, que não lhe pertence? O próprio Cristo se encarrega de nos dar a resposta de João 10:01: "aquele que não entra pela porta no curral das ovelhas, mas sobe por outra parte é ladrão e salteador."

Voltando a Ezequiel, o versículo 4 diz: "a fraca não fortalecestes, a doente não curastes, a quebrada não ligastes, a desgarrada não tornastes a trazer e a perdida não buscastes, mas dominais sobre elas com rigor e dureza".

Usar o cajado para espancar as ovelhas é fácil. Mas devemos nos lembrar que há outros utensílios que fazem parte das ferramentas do pastor, como a ligadura para a que manqueja e o bálsamo para a que está ferida. Aliás, o cajado não é como muitos acreditam, instrumento de correção, mas sim de condução. Pastores dão preferência ao cajado mais pela rapidez de resposta à "agressão" sofrida pela ovelha, do que pela eficiência da correção.

Depois de ouvir a insistente pergunta de Cristo, Pedro começou a ter consciência da grande responsabilidade que pesa sobre aquele que se propõe a apascentar o rebanho do Senhor. A definição do termo "apascentar" é: 1. Levar ao pasto ou pastagem; 2. Guardar durante o pasto. Assim, a preocupação primeira do pastor é alimentar e proteger as ovelhas. Mas, não é essa a preocupação daquele que sobe por outra parte. Nos versículos 12 e 13 do capítulo 10 de João, Cristo o chama de mercenário, ou seja, aquele que trabalha sem qualquer outro interesse senão o dinheiro.

O mercenário que entra (por outra parte) no curral das ovelhas, obviamente, não está interessado em alimentar e proteger as ovelhas, mas em alimentar-se e proteger-se usando as ovelhas. O rebanho é para ele apenas uma fonte de renda.

Infelizmente, o que mais vemos hoje são pastores que não entram pela porta do curral, e ainda assim querem dominar sobre as ovelhas. Alguns destes caminhos alternativos se tornam tão comuns que chegam a ser confundidos com a verdadeira porta. Mas as verdadeiras ovelhas conhecem a voz do Pastor e não seguirão o mercenário. Este só será seguida pelas ovelhas que não são do aprisco do Senhor (v. 26), pois não conhecem a Sua voz.

Se você pretende ser pastor não se esqueça destas três diretrizes:

1) entre pela porta.

2) tenha consciência de quem é o Senhor das ovelhas;

3) esteja pronto para enfrentar leões, ursos e lobos pelas ovelhas.

Elias Soares é pastor, escreveu artigos literários para a revista "O Poder da Oração", e autor do livro "O espetáculo em Nome da Fé",  onde aborda a ética cristã e sua vivência.

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