O desespero da solidão

O desespero da solidão

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:35

"Estou esquecido no coração deles, como morto; Sou como vaso quebrado." SALMOS, 31:12

APÓS a morte do marido, a Rainha Vitória disse: "Não há mais ninguém para me chamar de Vitória." Ainda que fosse uma rainha, sabia o que significava a solidão.

H.G. Wells disse em seu sexagésimo quinto aniversário: "Tenho sessenta e cinco anos, estou só e nunca tive paz."

Isadora Duncan, a grande bailarina que dançava para a realeza da Europa e foi considerada uma das maiores estrelas do balé de todos os tempos, disse: "Nunca fiquei sozinha sem que meu coração doesse, meus olhos se enchessem de lágrimas e minhas mãos tremessem por uma paz e uma alegria que nunca conheci." E prosseguiu dizendo que, cercada de milhões de admiradores, era na verdade uma mulher muito solitária.

Há alguns anos, uma bela e jovem estrela de Hollywood, que em aparência possuía tudo que uma garota pode desejar, pôs fim à vida. No breve bilhete que deixou, havia uma explicação de incrível simplicidade — sua solidão era insuportável.

O salmista disse: "Sou como o pelicano no deserto, como a coruja das ruínas. Não durmo e sou como o passarinho solitário nos telhados" (Salmos, 102:6-7).

E ainda: "O opróbrio partiu-me o coração, e desfaleci; esperei por piedade, mas debalde; por consoladores e não os achei" (Salmos, 69:20).

A Solidão de Quem Está Só

Primeiro, há a solidão de quem está só.

Já senti a solidão do oceano, onde nunca há som algum a não ser o da rebentação ao longo das costas rochosas. Já senti a solidão da planície, em que há apenas o uivo triste e ocasional do coiote. Já senti a solidão das montanhas, quebrada apenas pelo sussurro do vento.

O sentinela solitário, em serviço em um posto de fronteira, as milhares de pessoas em hospícios, os reclusos em prisões e campos de concentração conhecem o significado da solidão de quem está só.

Louis Zamperini, o grande atleta olímpico, falou sobre a terrível solidão de quem está só em uma balsa de salvamento, onde passou quarenta e oito dias durante a II Guerra Mundial.

Em seu fascinante livro, Alone (Sozinho), o almirante Richard E. Byrd discorreu sobre o tempo que passou em uma escuridão atordoante e dilacerante. Morava sozinho em uma cabana literalmente enterrada na calota glacial do Pólo Sul. Passou cinco meses lá. Os dias eram tão escuros quanto as noites. Não existia nem uma criatura viva de qualquer espécie em um raio de cento e sessenta quilômetros. O frio era tão intenso que ele ouvia a respiração congelar e cristalizar quando o vento a soprava na direção de seus ouvidos.

"À noite," diz ele, "antes de apagar o lampião, eu costumava planejar o trabalho do dia seguinte." Tinha que fazer isto para preservar sua sanidade. "Era maravilhoso", continua ele, "conseguir distribuir o tempo desta forma. Isto me dava um extraordinário senso de controle; e sem atividade constante, os dias não teriam finalidade; e sem finalidade, eles acabariam - como tais dias sempre acabam - se desintegrando."

A Solidão da Sociedade

É provável que você pense que naquele deserto gelado, Richard Byrd era o mais solitário dos homens. Contudo, a solidão de quem vive na sociedade é muito pior do que a solidão de quem está só, pois existe nas grandes cidades solidão muito pior do que a dele.

Aquela criatura infeliz que vive em um cortiço, que nunca recebe uma carta, que nunca ouve uma palavra de incentivo, que nunca experimenta o aperto de mão de um amigo - aquele poderoso líder da sociedade, cujo dinheiro comprou tudo, menos amor e felicidade - cada um conhece uma solidão que poucos podem entender.

Há a solidão das pessoas que vivem pelas ruas em portais e caixas de papelão, cavando comida em latas de lixo - uma solidão inigualável.

Um recente programa de televisão mostrou a solidão degradante de alguns velhos nos Estados Unidos, esquecidos e desprezados em instituições malcuidadas. A total falta de objetivo e o olhar vazio me assombraram. Eles são mortos vivos. No entanto, ao fundo, um velho abandonado estava tocando com um só dedo no piano também abandonado a canção "What a friend we have in Jesus" (Que amigo temos em Jesus).

Em João, 5, lemos sobre a caminhada de Jesus pelas ruas estreitas de Jerusalém. Ao chegar à porta das ovelhas, próxima ao tanque de Betesda, observou uma grande multidão atormentada por variadas enfermidades, esperando para ser levada até a água. De repente, notou uma pobre criatura que parecia mais necessitada do que todas as outras e com ternura, perguntou-lhe: "Queres ser curado?" O desamparado paralítico ergueu a cabeça e respondeu: "Senhor, não tenho ninguém que me ponha no tanque, quando a água é agitada." Pense nisto, trinta e oito anos longos e cansativos, este fardo da dor fora empurrado pela agitada onda humana de Jerusalém, e, após todos esses anos, ele precisava dizer a Jesus "Senhor, não tenho ninguém." Estava absolutamente sem amigos.

Você pode ter um amigo mais chegado a você do que um irmão. Jesus Cristo pode tornar a vida alegre, satisfatória e gloriosa para você. No mundo inteiro, há milhões de homens e mulheres que amam e servem a Jesus Cristo. Existe uma rede gigante de verdadeiros cristãos em todas as comunidades no mundo todo. No momento em que você aperta as mãos deles, sabe que tem amigos.

Mas, primeiro, precisa arrepender-se, render-se e confiar o coração e a vida a Cristo. Deixe-O perdoar seus pecados passados, e Ele o receberá em Sua família; Ele o levará até a lareira, e você sentirá o calor do fogo. Se está sozinho hoje, eu lhe imploro, chegue-se a Cristo e conheça a amizade que ele oferece.

Texto de Billy Graham ...

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