Os partidos de oposição ao governo anunciaram nesta sexta-feira (20) que vão coletar assinaturas na próxima semana para a criação de comissões parlamentares de inquérito (CPIs) a fim de apurar as circunstâncias da evolução patrimonial do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci. PSDB, PPS, DEM e PSOL querem investigar supostas denúncias contra Palocci após frustradas tentativas de convocá-lo para comissões no Congresso. Segundo reportagem publicada no último domingo (15) pelo jornal "Folha de S.Paulo", o ministro aumentou em 20 vezes o patrimônio entre 2006 e 2010, quando exerceu mandato de deputado federal.
Nesse período, por meio da empresa de consultoria Projeto, da qual é proprietário, o ministro adquiriu dois imóveis no valor total de R$ 7,5 milhões - em 2006, segundo o jornal, o patrimônio de Palocci era de R$ 356 mil.
A assessoria da empresa divulgou nota nesta quinta (19) informando que "todas as atividades da Projeto foram realizadas estritamente dentro do marco legal, respeitando limites éticos e exigências de informação por parte dos órgãos de controle".
O PPS anunciou que pedirá uma CPI na Câmara, cuja instalação exige as assinaturas de apoio de 171 dos 513 deputados. O pedido do PSDB, com apoio do DEM, é de uma CPI Mista (CPMI, envolvendo deputados e senadores), que necessita de 171 assinaturas na Câmara e 27 no Senado (que tem 81 parlamentares). No começo desta sexta-feira, o PSOL também aderiu ao movimento dos partidos e anunciou que coletará assinaturas para CPI mista na semana que vem.
Já conversamos com o líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias, e com o presidente do partido, Sérgio Guerra. Dada a gravidade do caso, que a cada dia ganha maiores proporções e aumenta a suspeição em torno do ministro, é preciso que haja uma apuração profunda, e uma CPI Mista é o melhor instrumento, disse o líder tucano na Câmara, deputado Duarte Nogueira (SP).
Aqui na Câmara, vamos cumprir o nosso papel e tentar aprovar a CPI, que nos dará maior poder para iniciar uma investigação, afirmou o líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR).
O PSOL quer investigações sobre o tipo de consultoria prestada e quais clientes foram atendidos pelo ministro. O PSOL apresentou também requerimento de informação cobrando explicações do ministro Antônio Palocci sobre os mesmo fatos, já que o Executivo não fará qualquer investigação interna, diz trecho do texto.
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