Um festival de cinema só com filmes sobre futebol. À vesperar da Copa do Mundo, uma seleção de longas e curtas metragem vão ser exibidos no Rio e em São Paulo no Cinefoot - Festival de Cinema de Futebol, o primeiro do tipo a ser realizado no Brasil. O evento, que tem entrada gratuita, começa nesta quinta-feira (27) no Rio e vai até o dia 1º no Unibanco Artplex, em Botafogo. Em São Paulo, as exibições serão de 4 a 6 de junho no Museu do Futebol.
O diretor e idealizador do festival, Antonio Leal, aposta na tabelinha entre futebol e cinema para consolidar o esporte popular como tema para futuras produções. "São duas artes centenárias e apaixonantes", diz Leal. "Queremos com este evento unir a magia do futebol à emoção do cinema e lançar o debate sobre como o cinema nacional vai se preparar para a Copa de 2014 que será realizada no Brasil."
No Rio, o festival vai contar com 23 produções, sendo nove longas e 14 curtas. O melhor curta e o melhor longa metragens, eleitos pelo do voto do público, serão premiados com um troféu. Em São Paulo será realizada ainda uma mostra especial, não competitiva.
Entre os filmes selecionados estão filmes sobre feitos históricos de clubes brasileiro, como "23 Anos em 7 segundos", de Di Moretti e Julio Xavier, que narra o fim do jejum do Corinthians em 1977 e "Inacreditável - A Batalha dos Aflitos", sobre a vitória do Grêmio sobre o Náutico em 2005, considerado um dos anos mais difíceis para o clube.
Personagens do futebol também são destacados. Garrincha surge em animação no curta "O Primeiro João", de André Castelão. O técnico Telê Santana é tema de duas produções: "Esperando Telê", de Rubens Rewald e Tales AbSáber, e "Telê Santana - meio século de futebol arte", de Ana Carla Portella e Danielle Rosa. Ademir da Guia, camisa 10 do Palmeiras, surge em "Um craque chamado Divino", de Penna Filho. Até um ilustre desconhecido, jogador do Íbis, o "pior time do Brasil", é tema do curta-metragem "Mauro Shampoo - Jogador, cabeleireiro e homem", de Leonardo Cunha Lima e Paulo Henrique Fontenelle.
O cinema é uma área na qual o futebol brasileiro ainda luta para conquistar o seu espaço. De 1996 até hoje, foram lançados em salas comerciais apenas 17 filmes sobre o tema, e a maioria não teve bom público. Produções como "Boleiros 1 e 2", "Todos os corações do mundo" e "Pelé Eterno" são as que mais se destacam entre os longa-metragens que usam o futebol como tema principal.
Para os cineastas, no entanto, este é um campo que pode ser bem explorado. Foi o que fez a documentarista japonesa Miki Kuretani, que se encantou com a paixão do brasileiro pelo esporte e produziu "Futebol brasileiro", com co-direção de Tatiana Vilela.
"O futebol sofreu, por muitos anos, porque uma geração de cineastas o considerava um "assunto menor", destaca Pedro Asbeg, um dos diretores de "O Deus da raça", curta-metragem sobre o zagueiro Rondinelli, ídolo do Flamengo. "É claro que não podemos comparar o futebol a temas sociais, politicos e econômicos, mas dentro do Brasil ele tem um valor antropológico tão grande quanto o cinematográfico. Por isso, felizmente, está ganhando cada dia mais espaço."
As dificuldades ainda são um grande obstáculo a quem quer produzir cinema sobre futebol. "Em relação ao filme do Telê, todo mundo achava lindo, maravilhoso o projeto, dava a maior força, mas dinheiro nada", destaca Ana Carla Portella. "As empresas precisam ver que o apoio ao um filme pode trazer muito mais retorno e conhecimento de sua marca do que eles imaginam."
CineFoot - Festival de Cinema de Futebol
No Rio: de 27 de maio a 1º de junho
Unibanco Artplex - sala 1 :: Praia de Botafogo 316, Botafogo
Baukurs Cultural: Rua Goethe, 15, Botafogo
Em São Paulo: de 4 a 6 de junho
Museu do Futebol - Praça Charles Miller, s/nº - Pacaembu
Entrada franca
Por Paulo Guilherme
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