Turquia irá bloquear bens de autoridades dos EUA, em conflito pela prisão de pastor

A Turquia vai congelar os ativos das secretarias de Justiça e do Interior dos Estados Unidos em seu território, em resposta às sanções aplicadas pelo governo Trump.

Fonte: Guiame, com informações da CNNAtualizado: segunda-feira, 6 de agosto de 2018 às 12:50
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, está se movendo contra as ações dos Estados Unidos. (Foto: Reuters/Harun Ukar)
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, está se movendo contra as ações dos Estados Unidos. (Foto: Reuters/Harun Ukar)

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, anunciou no sábado (4) que vai congelar os ativos das secretarias de Justiça e do Interior dos Estados Unidos na Turquia. O movimento surge como retaliação às sanções aplicadas pelos EUA por causa da prisão do pastor americano Andrew Brunson.

“Congelaremos ativos, se houver, dos secretários de Justiça e Interior dos EUA na Turquia”, afirmou Erdogan em discurso no Congresso do Poder Feminino do Partido Justiça e Desenvolvimento (AK) em Ancara, capital do país.

Não ficou claro sobre quais oficiais dos EUA ele estava se referindo ou se estes funcionários, de fato, possuem algum ativo turco.

Na última quarta-feira (1), os EUA impuseram sanções sobre duas autoridades do gabinete do presidente turco — o ministro da Justiça, Abdulhamit Gul, e o ministro do Interior, Suleyman Soylu. O governo americano culpa ambos por estarem envolvidos na prisão e detenção de Brunson.

Erdogan classificou o movimento dos EUA como "ilógico" e disse que a nação turca não irá recuar por causa de "retóricas ameaçadoras e decisões tolas". Ele acrescentou que a ação do governo Trump em defesa do pastor "é um passo mal ajustado para um parceiro estratégico".

O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, fez uma declaração no Twitter: "O esforço dos EUA para impor sanções aos nossos dois ministros não ficará sem resposta. Não podemos resolver nossos problemas até que a administração dos EUA entenda que não pode obter suas demandas ilegais com este método".

Conflitos

As relações entre os EUA e a Turquia têm despencado por causa de Brunson, que ficou sob custódia por 21 meses em uma prisão turca até ser transferido para prisão domiciliar na semana passada.

“Não vimos nenhuma evidência de que o pastor Brunson tenha feito algo errado, e acreditamos que ele seja uma vítima da detenção injusta e irrazoável do governo da Turquia”, declarou Sarah Sanders, porta-voz da Casa Branca.

Brunson foi acusado de ajudar partidários de Fethullah Gülen, o clérigo norte-americano que, segundo as autoridades turcas, planejou uma tentativa de golpe contra Erdogan em 2016, na qual 250 pessoas foram mortas.

O pastor, que vive na Turquia há mais de vinte anos, pode pegar até 35 anos de prisão se for considerado culpado pelas acusações, que ele nega veemente.

O Departamento do Tesouro dos EUA anunciou que as sanções contra os ministros turcos foram motivadas por seus papéis na prisão de Brunson.

"A detenção injusta do pastor Brunson e a condução do processo pelas autoridades turcas são simplesmente inaceitáveis", disse o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin. "O presidente Trump deixou bem claro que os Estados Unidos esperam que a Turquia o libere imediatamente".

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