Pastor preso no Canadá é ordenado por juiz a citar 'especialistas médicos' no púlpito

O pastor Artur Pawlowski disse que não tem intenção de cumprir a ordem judicial.

Fonte: Guiame, com informações da Fox NewsAtualizado: segunda-feira, 18 de outubro de 2021 às 18:58
Pastor Artur Pawlowski foi preso por policiais canadenses. (Foto: Rebel News)
Pastor Artur Pawlowski foi preso por policiais canadenses. (Foto: Rebel News)

O pastor canadense Artur Pawlowski, que foi preso por realizar cultos presenciais na cidade de Calgary, na província de Alberta, recebeu uma ordem judicial para ecoar publicamente as opiniões de especialistas médicos sobre a Covid-19 em sua igreja.

Em uma decisão divulgada na sexta-feira (15), o juiz do Tribunal Superior de Alberta, Adam Germain, sancionou Pawlowski a 18 meses de liberdade condicional e o pagamento de multas.

Além disso, a decisão exige que o pastor repita “a maioria dos médicos especialistas em Alberta” a respeito do distanciamento social, uso de máscaras e vacinas, mesmo quando fala na igreja.

A decisão diz que “o prazo final de seu mandado de liberdade condicional” será quando ele deixar de falar contra as recomendações dos órgãos de saúde de Alberta. Além disso, o juiz indicou um texto para ser dito pelo pastor quando estiver “em uma reunião pública”, incluindo as redes sociais.

“Estou ciente de que meus pontos de vista podem não ser defendidos pela maioria dos especialistas médicos em Alberta. Embora eu possa discordar deles, sou obrigado a informar que a maioria dos especialistas médicos é favorável ao distanciamento social, uso de máscaras e evitar grandes multidões para reduzir a disseminação da Covid-19. A maioria dos médicos especialistas também apoia o programa de vacinação, a menos que por uma razão religiosa ou médica válida você não possa ser vacinado. As vacinações demonstraram, estatisticamente, salvar vidas e reduzir a gravidade dos sintomas da Covid-19”, diz o texto sugerido pelo juiz, para que seja recitado por Pawlowski.

“Forçado como em ditaduras”

Pawlowski disse à Fox News que não tem intenção de cumprir a ordem de Germain, que ele considera “inconstitucional” e um exemplo de “discurso forçado como na China e na Coreia do Norte”.

“Este juiz desonesto quer me transformar em um repórter da CBC da CNN, que toda vez que estou em público, toda vez que estou abrindo minha boca, devo orar seu mantra ao governo”, disse ele.

De acordo com a advogada do pastor, Sarah Miller, a condição do juiz é “sem precedentes” no Canadá e vai contra a Constituição canadense, que garante liberdade de expressão. “Nunca ouvi falar de qualquer tipo de liberdade condicional que inclua condições que obrigassem a certas palavras”, disse Miller à Fox News. 


Pastor Artur Pawlowski em discurso público. (Foto: Artur Pawlowski)

A advogada do pastor disse que ainda não está claro como os discursos de Pawlowski serão monitorados, mas observou que seus sermões estão em risco.

“Eles estão me dizendo o que posso e não posso pregar”, disse Pawlowski. “Eles estão me dizendo que toda vez que eu quiser falar ao público, tenho que vomitar a mentira deles primeiro para que eu possa entregar minha mensagem. Essa é a China. Essa é a Coreia do Norte.”

Pawlowski, cuja liberdade condicional também o proíbe de deixar a província, disse que as medidas do governo canadense trazem de volta memórias do comunismo. Ele cresceu na Polônia, atrás da Cortina de Ferro, e viveu isso de perto.

“Quando eu cresci sob as botas dos soviéticos, tribunais como este eram chamados de 'tribunais de exibição'”, disse Pawlowski. “Era para mostrar que o governo pode fazer com você o que quiser e não há nada que você possa fazer a respeito. É só para assustar o público, dizendo a você: 'Veja, podemos acabar com quem quisermos.' Eles estão com medo da verdade.”

Ele acrescentou: “Não estou me escondendo. Não sou um criminoso. Eu disse que não vou obedecer a essa ordem judicial. Eu me recuso a obedecer à ordem de um juiz desonesto. Ele não é um juiz, é um ativista político”.

Desde o início da pandemia, outras igrejas em todo o Canadá também tiveram pastores presos, templos trancados, multas altas e interferência contínua de funcionários do governo.

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