Netflix é acusada de promover a sexualização de meninas de 11 anos em filme

O filme conta a história de uma menina de 11 anos que foge de suas 'raízes fundamentalistas' para se unir a um grupo de dança sensual.

Fonte: Guiame, com informações do Faith WireAtualizado: sexta-feira, 21 de agosto de 2020 às 13:14
O cartaz de divulgação do filme gerou grande polêmica por sugerir a sexualização de crianças de 11 anos. (Imagem: Netflix)
O cartaz de divulgação do filme gerou grande polêmica por sugerir a sexualização de crianças de 11 anos. (Imagem: Netflix)

No dia 9 de setembro, a plataforma de streaming Netflix lançará um novo filme chamado "Cuties" (“Lindinhas”, em português), um filme francês que segue a protagonista Amy, uma criança pré-adolescente que espera escapar das raízes profundamente conservadoras de sua família senegalesa, entrando para uma trupe de ‘Twerk’ — tipo de dança sensual — com outras garotas, menores de idade. Porém a produção está sendo apontada como uma forma de promover a sexualização precoce de meninas.

De acordo com a sinopse, Amy de repente fica ciente de sua "feminilidade crescente" e incentiva suas colegas "a abraçar com entusiasmo uma rotina de dança cada vez mais sensual" enquanto elas "esperam preparar seu caminho para o estrelato".

A crítica de cinema argumentou que o próximo filme é "um atrativo para o público" que "anuncia uma voz indelével na direção" e deve ser "respeitado por sua audácia".

Muitos outros usuários afirmaram que "Cuties" é na verdade uma forma de mostrar "como as garotas acabam se tornando excessivamente sexualizadas em uma idade jovem". Mas parece contra-intuitivo sexualizar intencionalmente meninas menores de idade em um esforço para explicar por que a sexualização intencional de meninas menores de idade é uma coisa ruim.

Muitos acusaram a Netflix e a criadora de "Cuties", Maïmouna Doucouré, de promover a sexualização grotesca das meninas do filme.

Além do roteiro em si, a própria divulgação do filme já sugeria a sexualização das garotas, expostas pela Netflix em um cartaz, no qual aparecem com roupas curtas e algumas poses sensuais da conhecida dança.

“Nossa cultura está tão profunda e irrevogavelmente quebrada”, comentou uma usuária do Twitter ao mostrar o cartaz.

“Empoderamento feminino”

A própria cineasta francesa reconheceu em uma entrevista ao ‘The Wrap’ que o filme tem uma proposta de dar mais autonomia a garotas e acredita que a produção possa alcançar esse objetivo

Tendo crescido na França com pais tradicionais do Senegal, onde a religião predominante é o Islã, Doucouré disse que queria que "Cuties" ponderasse em voz alta que as meninas deveriam "ter o direito de escolher quais mulheres podem ser neste mundo".

“Em nossa cultura, ainda hoje, posso dizer que não sou totalmente livre”, explicou ela. “Porque adoro usar vestidos curtos e, ao mesmo tempo, quando vou a uma cerimónia religiosa, uso véu. Basta escolher como mulher: quem você quer ser?”.

“Retratação”

Após as inúmeras críticas, a Netflix emitiu uma “nota de retratação” em suas redes sociais, reconhecendo que errou ao divulgar o cartaz com a imagem das meninas, mas não criticou o conteúdo do filme, que ainda será lançado em 9 de setembro.

“Lamentamos profundamente a arte inadequada que usamos para o filme Mignonnes / Cuties. Não estava bem, nem representava esse filme francês que ganhou um prêmio no Festival de Sundance. Agora, atualizamos as fotos e a descrição”, publicou o perfil da plataforma no Twitter.

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