“Não vou morrer, tenho Jesus no coração”, disse missionária vítima de bala perdida no RJ

A cantora e missionária Eunice Veiga foi morta aos 59 anos por uma bala perdida dentro de casa, em São Gonçalo.

Fonte: Guiame, com informações da Folha de S. PauloAtualizado: terça-feira, 15 de dezembro de 2020 às 14:37
Eunice Veiga, 59 anos, morreu após ser atingida por bala perdida dentro de casa no RJ. (Foto: Arquivo pessoal)
Eunice Veiga, 59 anos, morreu após ser atingida por bala perdida dentro de casa no RJ. (Foto: Arquivo pessoal)

A missionária Eunice Veiga, de 59 anos, morreu após ser atingida por uma bala perdida dentro de sua casa no último sábado (12) em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

Por volta das 16 horas, Eunice fazia café na cozinha de casa quando um tiro atravessou seu pescoço. “Meu Deus”, disse depois de chegar na sala. Sua filha, Rayane, de 23 anos, a encontrou caída e se desesperou. 

“Fica calma filha, não vou morrer não, eu tenho Jesus no coração”, disse Eunice para consolar a filha, que a segurava nos braços.

Eunice foi colocada às pressas no carro de um vizinho, ainda consciente, mas sem falar mais. O projétil da arma de fogo atravessou seu pescoço e foi alojado no pulmão, provocando uma hemorragia interna.

A missionária foi levada para o Hospital Estadual Alberto Torres, também em São Gonçalo, mas não resistiu aos ferimentos.

Minutos antes de ser atingida, Eunice chegou a comentar com uma prima no WhatsApp sobre o tiroteio, que vinha acontecendo todos os dias, por causa de conflitos entre facções criminosas na região.

“Se abaixa aí, deita aí”, aconselhou a prima por mensagem. Eunice disse que só terminaria de fazer o café e depois sairia da cozinha.

Eunice era cantora de música gospel e membro da Igreja Batista Lagoinha de Niterói. Apesar de não ser famosa, usava a música como expressão de sua fé.

Seu filho Davi, de 26 anos, diz que a fé cristã foi o legado deixado por sua mãe. “Ela sempre nos levou para a igreja, fez com que fôssemos pessoas do bem pra sociedade, foi o legado que ela deixou”, disse ele à Folha de S. Paulo.

Eunice era uma pessoa sempre disposta a ajudar o próximo, tirando até mesmo daquilo que tinha. Muitas vezes, separava sabão ou feijão das compras do mercado para partilhar. Além de se dedicar a Deus, também se dedicou aos cinco filhos, de 39 a 23 anos, e aos seis netos. 

“Pode deixar que quando eu for para a rua levarei sombrinha e casaco, tá bem? As marmitas e roupas que a senhora passava e fazia, eu aprendi! Os ensinamentos? Eu aprendi também. Seu legado na Terra não será esquecido”, escreveu Davi nas redes sociais.

Outras duas pessoas também foram baleadas naquele dia e chegaram a ficar internadas, mas já receberam alta. A Delegacia de Homicídios da região foi acionada para investigar o caso.

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