Igreja Ortodoxa Sérvia expressa “profunda decepção” com a deportação de Djokovic

Em julgamento final, a Austrália decidiu deportar o tenista Novak Djokovic por não ter se vacinado contra a Covid-19.

Fonte: Guiame, com informações do Premier Christian News e Eternity NewsAtualizado: segunda-feira, 17 de janeiro de 2022 às 18:10
Novak Djokovic durante treino em junho de 2018. (Foto: Wikimedia Commons)
Novak Djokovic durante treino em junho de 2018. (Foto: Wikimedia Commons)

O escritório do Bispo da Austrália e Nova Zelândia da Igreja Ortodoxa Sérvia condenou neste domingo (16) a decisão das autoridades australianas de deportar o tenista Novak Djokovic por não ter se vacinado contra a Covid-19.

“Achamos necessário expressar nossa profunda decepção com a forma como nosso governo tratou o caso do Novak. Ser mantido em isolamento, ter o celular confiscado, ser despojado de qualquer meio de comunicação e ser submetido a um interrogatório no local nas primeiras horas da manhã após um voo de 25 horas é o tratamento que a maioria consideraria impróprio para a maioria dos fugitivos”, disse a igreja em comunicado.

A Igreja Ortodoxa Sérvia diz ainda que sentiu a necessidade de lembrar ao ministro da Imigração da Austrália, Alex Hawke, e ao governo australiano que “Novak é um jogador de tênis profissional, não um bandido.”

O tenista número 1 do mundo chegou na Sérvia nesta segunda-feira (17), depois que a Austrália o deportou por não estar vacinado. Com o cancelamento do visto, o atleta ficou fora do Australian Open

Durante o julgamento, o advogado do governo da Austrália, Stephen Lloyd, argumentou que a presença de Djokovic no país poderia influenciar outras pessoas por se tratar de uma celebridade. 

O mesmo foi defendido pelo ministro Alex Hawke, que tomou a decisão com base no “interesse público”, pois acredita que sua presença encorajaria o sentimento antivacinação.

Ao comentar o caso, a Igreja ponderou: “Desde o início, notamos que Hawke aceita publicamente, devido à recente infecção e recuperação da Covid-19 de Novak, que ele apresenta um ‘risco insignificante para aqueles ao seu redor’. Portanto, o governo não pode dizer que é do interesse do público deportar Novak com base no fato de que ele é uma ameaça à saúde pública.”

A decisão do Tribunal Federal da Austrália para manter o cancelamento do visto de Djokovic — inicialmente concedido com uma isenção médica, já que ele teve Covid-19 há pouco tempo — consternou seus apoiadores, inclusive sua igreja.

“Esse assunto nos angustia profundamente, pois vai além de simplesmente invadir o direito à liberdade de expressão, ou mesmo a liberdade de pensamento. Em resumo, Novak está sendo removido à força da Austrália porque há uma suspeita de que, porque ele não foi vacinado e se recusou a divulgar seu status de vacinação, isso pode levar a distúrbios civis”, a Igreja afirmou.

Por fim, a Igreja elogiou “a graça e a tolerância de Novak” em meio à situação e declarou: “Oramos para que nosso Senhor conceda força e coragem a Novak, sua família e sua equipe.”

Relação de Djokovic com a Igreja


Novak Djokovic ao receber a mais alta honraria da Igreja Sérvia. (Foto: Igreja Ortodoxa Sérvia)

Novak Djokovic é cristão ortodoxo e membro da Igreja Ortodoxa Sérvia. Ele usa regularmente uma cruz de madeira no pescoço e é conhecido por orar durante as partidas, assim como sua esposa.

Em 2009, durante o Aberto da Austrália, Djokovic se emocionou ao descobrir o apoio de torcedores do jogador cipriota grego Marcos Baghdatis, um cristão ortodoxo grego.

“Eu nunca experimentei algo assim antes na minha vida, onde meu time adversário está cantando meu nome… Somos irmãos ortodoxos”, disse Djokovic, emocionado, em entrevista pós-jogo.

Em 2011, ele recebeu a Ordem de São Sava – a mais alta honraria concedida pela Igreja Ortodoxa Sérvia – por sua generosidade e dedicação à religião.

“Este prêmio é certamente o mais importante que já recebi”, disse Djokovic. “Como atleta e pessoa religiosa, é difícil para mim encontrar palavras apropriadas para descrever meus sentimentos de gratidão pela confiança que ganho com o Santo Sínodo. Só posso dizer que isso só pode ser conquistado com trabalho duro e autoconfiança, confiança em seus entes queridos e em Deus.”

A Igreja Ortodoxa Russa também honrou Djokovic com um prêmio de 2012 por “Excelente Atividade no Fortalecimento da Unidade das Nações Cristãs Ortodoxas e pela Consolidação e Promoção dos Valores Cristãos na Vida da Sociedade”.

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