Em culto, Bolsonaro diz que vai indicar ministro 'terrivelmente evangélico' para o STF

Presidente participou de culto de Santa Ceia na Câmara dos Deputados, cerimônia para encerramento do semestre legislativo.

Fonte: Guiame, com informações do EstadãoAtualizado: quarta-feira, 10 de julho de 2019 às 17:38
Bolsonaro participa de culto na Câmara dos Deputados. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Bolsonaro participa de culto na Câmara dos Deputados. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O presidente Jair Bolsonaro participou de culto na Câmara dos Deputados para comemorar o fim do semestre legislativo. A cerimônia, realizada pela bancada evangélica, composta por 102 deputados, aconteceu na manhã desta quarta-feira (10), mesma data da votação da Reforma da Previdência na Casa.

Em sua fala, o presidente disse que “o Estado é laico, mas nós somos cristãos”. Bolsonaro reafirmou seu desejo de indicar um ministro evangélico para a próxima vaga no Supremo Tribunal Federal.

“Poderei indicar dois ministros para o Supremo Tribunal Federal. Um deles será ‘terrivelmente evangélico'”, disse o presidente, usando frase dita pela ministra Damares Alves (ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos), quando rebateu críticas por ser evangélica.

O culto de Santa Ceia foi realizado pela Frente Parlamentar Evangélica na Câmara dos Deputados. 

O presidente disse ainda que “esse espírito deve estar presente em todos os poderes. Por isso, meu compromisso”, disse Bolsonaro, aplaudido pelos parlamentares da frente, assessores e convidados que lotaram o auditório Nereu Ramos.

Bolsonaro já havia indicado antes a intenção de indicar um cristão ou um evangélico para o Supremo, mas sem assumir um compromisso explícito publicamente.

Base política

O presidente disse que os evangélicos foram essenciais na inflexão da pauta moral nos últimos anos, a partir de 2010. Segundo ele, a família vinha sofrendo nos últimos governos. “Aquele chavão que era da política passou a ser de todos nós: Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”, disse, citando seu slogan de campanha.

Em maio, o presidente já tinha dado sinais de que pretendia emplacar um evangélico no STF, quando fez uma série de crítica à Corte. “Não me venha a imprensa dizer que eu quero misturar a Justiça com a religião. Todos nós temos uma religião ou não temos. Respeitamos e tem que respeitar. Será que não está na hora de termos um ministro do Supremo Tribunal Federal evangélico?”, perguntou o presidente, aplaudido de pé por fiéis que participaram da Convenção Nacional das Assembleias de Deus, em Goiânia, na ocasião.

O presidente entrou na Câmara sem falar com a imprensa. Na chegada ao auditório Nereu Ramos, ao ser questionado pelo Broadcast Político sobre se vai aproveitar a ida à Câmara para discutir pontos da proposta de reforma da Previdência com deputados, Bolsonaro disse, em tom de brincadeira, que já está entre parlamentares. “A discussão está com eles, a bola está com eles”, afirmou o presidente.

Já o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse que “graças a Deus hoje teremos uma grande vitória no plenário da Câmara dos Deputados para começar a transformar o Brasil”, em referência à votação da reforma.

Apresentado como “o escolhido” de Deus por Onyx, Bolsonaro afirmou ser apenas um instrumento e destacou o potencial da parceria entre o Planalto e o Congresso.

“Vocês são mais que amigos, são irmãos. Homens e mulheres que querem o bem do próximo e nós juntos podemos fazer aquilo que o povo quer e merece, um Brasil melhor para todos. Ninguém faz nada sozinho. A Força do Executivo com o Legislativo é inimaginável, ainda mais tendo paz e Deus no coração”.

Este conteúdo foi útil para você?

Sua avaliação é importante para entregarmos a melhor notícia

Siga-nos

Mais do Guiame

O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições