Cruz encontrada no Paquistão revela presença antiga de cristãos no país

Esculpida em mármore, a cruz pesa entre 3 e 4 toneladas e tem 2 metros de altura.

Fonte: Guiame, com informações do Ancient OriginsAtualizado: segunda-feira, 6 de julho de 2020 às 13:50
Grupo de moradores posando junto à cruz antiga no Paquistão. (Foto: Reprodução / Pamir Times)
Grupo de moradores posando junto à cruz antiga no Paquistão. (Foto: Reprodução / Pamir Times)

Pesquisadores descobriram uma enorme cruz antiga em uma região montanhosa remota do norte do Paquistão. As evidências sugerem que é um objeto cristão da Idade Média. Acredita-se que a cruz vem de uma época de grandes mudanças religiosas na região e ao redor do que é hoje o Paquistão.

A descoberta foi feita por pesquisadores da Universidade do Baltistão, no nordeste do Paquistão. O Prof. Muhammad Naeem Khan e dois de seus colegas estavam explorando as montanhas de Skardu acompanhados por moradores locais quando fizeram a descoberta.

Eles encontraram uma enorme cruz antiga de forma semelhante àquela que tem sido um símbolo do cristianismo há séculos. Mas determinar definitivamente sua origem e simbolismo não é simples, dizem os especialistas.

A enorme cruz é esculpida em mármore e pesa entre 3 e 4 toneladas e tem 2,1 metros de altura e 1,8 metros de largura. O objeto foi descoberto a cerca de 2 km do acampamento base da equipe, em um cenário com vista para o rio Indus.

O líder da equipe é citado pelo Herald Malaysia Online como afirmando que a cruz parecia ter descido "diretamente dos céus".

Os pesquisadores ficaram impressionados com a descoberta, pois não há cristãos nesta parte do Paquistão. O professor Khan disse ao The Telegraph que "os moradores disseram aos pesquisadores da universidade que sempre souberam da cruz, mas nunca se preocuparam com ela e a deixaram onde estava porque não podia ser movida".

Acredita-se que o objeto tenha entre 900 e 1200 anos. Os especialistas não conseguiram movê-lo devido ao seu tamanho, e as restrições de bloqueio significam que eles não foram capazes de examinar cientificamente a cruz. Suas suposições iniciais são de que se trata de um símbolo cristão.

Cristãos no Paquistão

A Rota da Seda guiou os cristãos pelo Paquistão e pela Índia.

Wajid Bhatti, especialista em cruzamentos cristãos na Universidade Quaid-i-Azam, em Islamabad, entrou em contato com a equipe e disse que ele poderia identificar o objeto misterioso.

Ele é citado pela CBN News como tendo dito que é “uma típica Cruz Thomoniana da Índia”. Segundo a tradição cristã, o apóstolo Tomé trouxe o Evangelho à Índia em 52 dC. Ainda existem minorias cristãs no Paquistão e na Índia, na casa dos milhões.

Bhatti, de acordo com a CBN News, também afirmou que “a cruz é uma das maiores já descobertas no subcontinente”. Cruzes menores com design semelhante foram encontradas na região geral e no extremo sul de Taxila em Punjab, no Paquistão.

Ele é citado pelo The Telegraph como afirmando que "a posição da região nas rotas comerciais da Rota da Seda poderia ter atraído viajantes cristãos". É sabido que os cristãos propagaram sua fé ao longo do caminho por séculos e até a espalharam até a China. Os membros da Igreja Nestoriana eram particularmente ativos na Rota da Seda.

Paquistão Medieval

Cruz antiga aumenta a compreensão do Paquistão Medieval, segundo alguns especialistas, que estão olhando para as referências de arte budista encontradas na cruz antiga. É possível que a cruz tenha sido feita por budistas que se converteram ao cristianismo há cerca de um milênio atrás, quando o budismo estava em declínio.

O Pamir Times relata que os “pesquisadores afirmam que pode ser a descoberta do elo que faltava entre o declínio do budismo e o surgimento do Islã nesta região histórica”.

Essa cruz antiga poderia mostrar que o cristianismo era mais difundido do que era aceito anteriormente na história medieval do Paquistão. "Isso mostra que o cristianismo existia nessa área e deve haver uma igreja e casas de cristãos", de acordo com Mansha Noor, que trabalha para a Caritas Paquistão, conforme publicado no Herald Malaysia Online. Isso sugere que poderia haver muitos artefatos mais significativos dessa religião nessa região montanhosa.

 

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