
Na tarde da última terça-feira (7), a tocha olímpica passou por Fortaleza, sendo carregada por personagens que trazem consigo testemunhos de fé, força e superação. Exemplo disso, foi o preparador físico Antônio Carlos Santos, que mesmo em meio a uma luta contra o câncer, aceitou o convite do comitê olímpico para participar do revezamento, no trecho que foi da passarela da Unifor até o viaduto ao lado do Centro de Eventos do Ceará. Atualmente, seu estado de saúde é considerado estável, porém ele continua sendo submetido a sessões de quimioterapia.
Professor da Escola Estadual José de Alencar - que foi escolhida como representante da educação para participar do evento olímpico - Antônio Carlos foi indicado por seus colegas para carregar a tocha. Após receber o convite oficial do Comitê Olímpico para o evento, o preparador físico destacou que "disse sim, apenas confiando em Deus".
"Deus está em primeiro lugar, em todas as coisas. Se não fosse a presença de Deus, eu não teria forças para suportar", disse.
Com um testemunho emocionante, Antônio Carlos falou com exclusividade para o Guiame e mostrou que tem avaliado este período de batalhas contra um câncer que o levou à retirar o seu estômago, como um tempo de provas do cuidado de Deus.
"Desde o momento em que eu recebi a notícia de que eu estava doente, Deus providenciou todas as coisas na minha vida, como bons médicos, a minha cirurgia foi bem sucedida, o hospital - mesmo com os problemas que o nosso país enfrente na área da saúde. Diante desse problema eu poderia estar dizendo: 'Por que isto está acontecendo?', mas Deus me mostrou o outro lado", destacou.
"A gente tem que seguir em frente, tem que ter fé e acreditar que Ele vai providenciar todas as coisas".
Antônio Carlos reconheceu que a notícia sobre sua enfermidade chegou a deixá-lo um tanto abalado, mas com sua fé em Deus e muita resiliência, essa luta contra o câncer tem sido vencida diariamente.
"Falta o chão, a gente não sabe onde vai ficar, mas aos poucos eu fui aprendendo a conviver com a doença. Não é fácil... teve quimioterapia, cirurgia, e estou fazendo quimioterapia de novo. Deus tem cuidado espiritualmente, para que eu não entre em depressão, porque isso influi no tratamento", confessou.
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Professor Antônio Carlos posa ao lado de sua esposa, Renata, com a tocha olímpica nas mãos. (Foto: Alexandre Lutz)
Igreja = Família
Segundo o professor, o apoio da família e também dos amigos da igreja Batista Central de Fortaleza - na qual é membro - têm sido de grande importância em seu tratamento.
"A igreja tem sido muito importante. O pessoal do GR [Grupo de Relacionamento], que mesmo antes de me conhecer já enviava mensagens de apoio e expressava o desejo de estar perto, e que orava por mim", disse.
"Isso foi e ainda tem sido de extrema importãncia. Deus transformou a minha vida".
Fé e Força
Apesar de trabalhar como preparador físico e prezar pelo cuidado de seu corpo, Antônio Carlos já havia vivenciado uma batalha anterior contra o câncer, quando o seu pai fora diagnosticado com a doença - também no estômago - e acabou falecendo em 2013.
Segundo os médicos, o fator hereditário pode ter sido crucial para explicar a descoberta da enfermidade no professor de educação física.
"O câncer é uma doença 'silenciosa'. Eu não tinha sintomas de nada. Foi realmente um baque muito grande quando eu descobri. [...] No momento passa tudo pela cabeça. O meu primeiro sentimento foi o que eu iria morrer. Mas hoje, graças a Deus, eu consigo me alimentar, lógico que com algumas restrições", explicou.
Antônio Carlos também destacou que a decisão de não se deixar abater pela doença também é essencial para que a vida continue e o tratamento seja bem sucedido.
"Eu não me deixei abater. Se eu ficasse pensando só na doença o tempo todo, eu teria me abatido, mas eu pensei nas possibilidades. Enquanto eu estou vivo, quero continuar vivendo e Deus tem me proporcionado isso. Qualquer um de nós pode vir a falecer, ninguém sabe. Eu tenho me inspirado em uma frase que diz: 'Os homens vivem como se não fossem morrer e morrem como se nunca tivessem vivido", disse.
"Eu quero continuar vivendo, com a presença de Deus, com a força que Ele tem me dado e que tem me transformado", afirmou.
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