Ex-traficante se entrega a Jesus e abandona crime: ‘Deus fez uma obra incrível em mim’

A transformação de vida de Claud Jackson, de traficante de drogas ao encontro com Deus, é contada em um livro autobiográfico.

Fonte: Guiame, com informações do PremierAtualizado: quarta-feira, 6 de outubro de 2021 às 12:54
Claud Jackson compartilha sua jornada do tráfico de drogas, armas e violência a Deus no livro “Armas para Deus”. (Foto: Reprodução / BBC)
Claud Jackson compartilha sua jornada do tráfico de drogas, armas e violência a Deus no livro “Armas para Deus”. (Foto: Reprodução / BBC)

A história de Claud Jackson é tão impactante que acabou se tornando o livro autobiográfico “Armas para Deus: Minha jornada do tráfico de drogas à libertação”.

Seu envolvimento com o mundo do crime começou cedo. Claud nasceu e foi criado em uma casa movimentada no sul de Londres. Sua infância foi turbulenta e houve muita violência doméstica. Segundo ele, sua família tinha uma relação “promíscua e inconsistente com a religião”.

“Papai distribuía a Bíblia a cada poucos meses e exigia que todos nós nos sentássemos à mesa de jantar enquanto ele lia o Salmo 23. Certa vez, ele decidiu que todos iríamos a um culto pentecostal em Birmingham, dirigimos três horas até lá”, diz Claud, contando que nunca mais isso aconteceu.

Essa falta de comprometimento com Deus fez com que a família não tivesse convicção de fé. Foi nesse ambiente que as coisas começaram a se tornar ruins para eles.

Claud conta que seu irmão mais velho saiu de casa, e acabou se tornando traficante. Quando ele voltava para casa, contava histórias de tesouros e aventuras que encantavam Claud.

“Ele sempre teve os Nike Airs mais novos, e eu queria crescer e ser como ele. Eu tinha seis anos quando ele voltou para casa com uma arma e a me deixou segurar - eu me lembro disso vividamente”, diz.

A vida de crimes de seu irmão o levou para a prisão, onde Claud e sua mãe iam para visitá-lo. “Eu tinha oito anos. Era como ver seu super-herói trancado em uma gaiola. Quando saí, me afastei porque estava chorando e não queria que ele pensasse que eu era fraco. Quando entramos no corredor, mamãe escondeu o rosto e chorou também”, lembra o homem.

Negociação de drogas

Quando estava no início da adolescência, Claud conta que perdeu o interesse por qualquer tipo de atividade escolar e começou a vender cigarros na escola. “Eu vendia maconha desde os 15 anos. No final da minha adolescência, vendia cocaína e, aos 25, vendia heroína”, conta Claud.

As atividades criminosas de Claud cresceram e se tornaram um grande negócio, mesmo que ele não esperasse por isso: “Você nunca pensa quando é um adolescente no meio do parque, sentado em um balanço e tomando um baseado, que o tráfico de drogas vai se transformar em um grande negócio onde você está ganhando muito dinheiro”.

Com 20 e poucos anos, ele diz que já estava tão envolvido com a riqueza, carros de luxo e aquele estilo de vida que não se importava com as outras pessoas.

“Eu tinha me convencido de que é um mundo que come cachorro. Eu vi muitas coisas horríveis e desumanas. Em meu círculo social eu conheceria o estuprador, o estuprado, o assassinado e o assassino. Decidi que estou aqui para ganhar o máximo de dinheiro que puder, de qualquer maneira”, relata.

O encontro que mudou tudo

Depois de 20 anos negociando, Claud decidiu que precisava de um álibi. Ele se tornou voluntário, orientando jovens infratores. “Se alguém me parasse e perguntasse o que estava fazendo, eu mostraria minha identidade do conselho e diria que sou um mentor”, explica sobre suas intenções.

Claud diz que o gerente do lugar era uma pessoa simples e humilde. “Minha calça jeans valia mais do que toda a sua roupa. Eu estacionava meu conversível e ele ia para o trabalho de bicicleta”, conta.

Como preparativos para integrar a equipe do conselho, ele participou de teambuilding com outras pessoas que seria dirigido por aquele gerente. Claud conta que houve um ‘quebra-gelo’ em que todos precisavam dizer algo pessoal sobre eles.

“Achei que o gerente poderia dizer: ‘Eu jogo Dungeons and Dragons’. Mas ele tirou uma pequena caixa do bolso. E dentro estava um crucifixo. E ele disse: ‘O que você não sabe sobre mim é que sou cristão e Jesus mudou minha vida’”.

‘Orei para Jesus entrar em minha vida’

Claud diz que naquela hora algo o tocou, pois ele vergonhosamente já havia usado armas e se envolvido em brigas de faca. “Passei minha vida inteira me condicionando a não ter medo. E aquele cara se levantou com sua calça jeans, saiu na frente de 100 pessoas, mostrou uma cruz e anunciou sua fé em Jesus. Isso foi muito maior do que qualquer coisa que eu poderia ter feito”, relata.

Claud diz que ficou intrigado e queria saber o que fazia aquele homem funcionar. Então no final, Claud o agarrou para perguntá-lo e o gerente sugeriu que ele fizesse o curso Alpha.

“Fui junto na primeira semana e só me lembro de como todos foram amigáveis. No meu passado, você não diz olá para estranhos - você nem mesmo olha na cara deles”, diz sobre sua chegada àquele lugar tão diferente para ele.

Depois da primeira semana, Claud conta que pensava que as pessoas estão tentando fazer uma lavagem cerebral nele. Na segunda semana, ele voltou e ao dar a mão para cumprimentar uma senhora, ela o abraçou. “Eu estava estupefato. Lembro-me de ter pensado: nunca fui abraçado”.

Assistimos aos vídeos e eles disseram: “Se você quiser convidar Jesus para sua vida, pode.” Então eu orei e disse: “Eu te desafio a entrar na minha vida, Jesus, e fazer o que essas pessoas dizem que você pode fazer”.

“Eu senti uma presença tão acolhedora tomar conta de mim. Eu soube naquele momento que havia encontrado algo e era real”, diz.

Surpreendido pela alegria

Claud conta que no dia seguinte acordou muito animado. “Fazia muito tempo que eu não ficava tão feliz. As pessoas viram uma mudança em mim instantaneamente. Eu era o traficante de drogas mais feliz do mundo!”, conta.

“No dia seguinte, eu tinha um saco de cocaína que estava pesando. E pela primeira vez em quase 20 anos, vi o que realmente era. Pensei: essa é minha contribuição para a sociedade? Eu não percebi, mas o Espírito Santo estava agindo e eu apenas pensei: tenho que parar o que estou fazendo. Isso é uma loucura. Estou envenenando pessoas”, relembra.

Claud diz que no final do curso Alpha, Deus estava fazendo uma obra tão grande em sua vida que ele simplesmente teve que confessar ao pastor que era um traficante.

“E ele disse: ‘Bem, Claud, você vai ter que parar com isso e encontrar um emprego, não é?’”. Com esse conselho, Claud decidiu inutilizar seus telefones e nunca mais ter contato com o mundo do crime.

“Na época, tornei-me cristão, meu irmão mais velho, a quem amo, pensou que eu tivesse enlouquecido. Ele e eu não estamos mais em contato, o que dói, mas é o melhor”, diz.

A persistência de Claud em sua nova vida o levou a viver coisas novas. “Deus é incrível. Ele realmente fez uma obra em minha vida. Agora sou um ordenando e, se Deus quiser, me tornarei um pastor na Igreja da Inglaterra".

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