Ator de "Deus Não Está Morto" criou produtora ao ver seus filmes rejeitados por Hollywood

O ator e diretor David A. R. White relatou que a criação da produtora surgiu de uma iniciativa em apoiar filmes cristãos.

Fonte: GuiameAtualizado: terça-feira, 27 de agosto de 2019 às 14:16



"Provavelmente, eu era a última pessoa do planeta que deveria ter entrado nessa indústria". O relato um tanto inusitado de David A. R. White - ator e um dos criadores de "Deus Não Está Morto" - revela parte de sua história e como acabou se aproximando do cinema e posteriormente das produções cristãs.

O ator, produtor e diretor contou em uma entrevista concedida ao pastor Maurício Fragale sobre parte de sua jornada pessoal e revelou que, por mais que sua relação com o cinema cristão hoje seja intensa, quem o conheceu na infância e adolescência não imaginaria esse futuro para sua vida.

"Eu cresci como um menonita, muito conservador. Eu só assisti a um filme no cinema com 18 anos de idade. Eu não sabia nada sobre entretenimento, não tivemos um programa de teatro na escola ou algo parecido. Até aquele momento, eu só ficava sentado em cima de um trator no meio de um campo de trigo, mas eu tinha esse desejo em meu coração de fazer parte da indústria do entretenimento. Eu não conseguia explicar, não fazia sentido", contou.

"Provavelmente, eu era a última pessoa do planeta que deveria ter entrado nessa indústria. Mas eu acredito que Deus coloca esses sonhos e desejos nos nossos corações. E lá estava eu, na escola bíblica, fazia um ano, e eu simplemente achei que devia ir para Hollywood", acrescentou.

David relatou que mesmo tendo o desejo vivo em seu coração, lutava contra ele, por ter sido criado sob uma cultura tradicionalista.

"Eu não diria a ninguém para fazer isso. Não foi fácil para os meus pais, também", explicou. "Durante seis meses eu dizia para mim mesmo que 'não podia ser bom'. 'Certamente, não pode ser bom sair da escola bíblica e ir para Hollywood, me tornar um ator'. Mas eu não consegui esquecer isso. E eu acredito que, muitas vezes, quando o Senhor coloca esses sonhos dentro de nós, não conseguimos esquecer. Eles são maiores que nós".

David disse que a reação inicial de seus pais foi um silêncio um tanto "preocupante", mas também destacou um importante ensinamento que seu pai lhe deixou e ele o ator quer repassar a seus filhos.

"Ele disse: 'Não importa o que você faz, contanto que você sirva ao Senhor em primeiro lugar'. Foi difícil para eles dizerem isso, mas eles disseram: 'Nós te apoiamos", relatou.

O ator então passou a trabalhar em filmes de Hollywood, mas o desejo de usar seu talento para divulgar a mensagem do Evangelho continuava vivo em seu coração.

"Me ofereceram um papel em um filme cristão e meu coração sempre esteve voltado para isso. Filmes cristãos não existiam. Apenas a organização Billy Graham, que produzia filmes a cada três anos. Às vezes, nos nossos de domingo à noite, nós assistíamos a um filme do Billy Graham. Mas não funcionava muito bem, o projetor não reproduzia direito ou comia o filme, o som não funcionava, nunca conseguíamos ver um filme direito", contou. "Lentamente, o Senhor me deu um coração e paixão por isso"

Apesar de estar realizando um sonho, David percebeu que ainda havia muitos obstáculos a serem vencidos. Foi então que ele deu um importante passo de fé: criou sua própria produtora.

"Quando começamos a produzir esses filmes, vimos que precisávamos de distribuição, porque os estúdios [Hollywood] nos bloqueavam. Eles diziam: 'Não queremos participação nisso... Isso é como um filme de igreja e não tem lugar aqui'. Então, em 2005 criamos a PureFlix Entertainment"

Sobre "Deus Não Está Morto"

Sem sombra de dúvida, o projeto que definitivamente colocou a produtora de David em evidência foi o filme "Deus Não Está Morto". Mas o ator revelou que o caminho até o sucesso da produção não foi nada fácil.

"No processo batemos de frente com tudo. Fizemos um filme que ninguém queria assistir. Não tínhamos como juntar 5 milhões de dólares necessários para colocar nos cinemas. Oramos e sentimos Deus dizendo: 'Faça!', mas não conseguíamos fazer. Então, começamos a ir em vários estúdios e perguntávamos: 'Vocês querem lançar esse filme nos cinemas?'. Ninguém queria", contou.

"Todos nos recusaram. E pensávamos: 'Deus, o Senhor nos deu esse desejo no coração. Nós acreditamos que esse filme precisa ser exposto. Mas ninguém quer e não temos dinheiro'. Então, esperamos e esperamos. Até que finalmente, no último momento, ele veio e nos deu a verba necessária, o filme foi aos cinemas e a semana seguinte mudou nossas vidas", acrescentou.

O primeiro filme da franquia "Deus Não Está Morto" ficou em primeiro lugar entre os filmes independentes de 2014 nos EUA, permanecendo por 20 semanas em cartaz nos cinemas e quebrando um recorde de bilheteria.

Ao comentar o sucesso do filme, David reconheceu a mão de Deus em todo o processo.

"Tudo volta à fidelidade de Deus. Isso é Deus. E eu acredito que foi por isso que Deus nos fez passar por tudo aquilo. Foi para dizer: 'não é você. Sim, vou usar seus dons e talentos e quero que seja excelente no que faz'. Mas no fim das contas é o bem e o favor que vem Dele", destacou.

 

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