Países que perseguem a Igreja: como vivem os cristãos no Mali

Muitos seguidores de Cristo tiveram suas casas e igrejas destruídas e agora vivem deslocados e vulneráveis à perseguição de extremistas islâmicos.

Fonte: Guiame, com informações de Portas AbertasAtualizado: sexta-feira, 5 de março de 2021 às 14:42
No Mali, algumas famílias cristãs enviam seus filhos para regiões mais seguras para protegê-los da perseguição. (Foto: Portas Abertas)
No Mali, algumas famílias cristãs enviam seus filhos para regiões mais seguras para protegê-los da perseguição. (Foto: Portas Abertas)

POPULAÇÃO: 20,2 milhões 
CRISTÃOS: 467 mil 
RELIGIÃO: Islamismo, cristianismo, animismo e ateísmo 
GOVERNO: República semipresidencialista 
LÍDER: Bah Ndaw
POSIÇÃO: 28º na Lista Mundial da Perseguição

O país conhecido como República do Mali é o sétimo maior da África. Os cristãos que vivem por lá sofrem opressão islâmica e hostilidade etno-religiosa. Os ataques às igrejas são violentos e orquestrados por redes criminosas, quadrilhas ou grupos extremistas de outras religiões.

Em áreas do Norte amplamente controladas por grupos extremistas islâmicos, quem segue a Cristo corre maior risco. Cristãos ex-muçulmanos são mais visados por serem vistos como apóstatas pela comunidade islâmica. Para os familiares é motivo de vergonha ter um parente que se converte à outra religião. 

"Mais de uma vez, minha família enviou jihadistas à minha casa para nos matar ou pelo menos intimidar. Os planos deles nunc funcionaram. Mas um dia, enquanto meu marido estava em uma viagem de negócios, ele foi morto a tiros. Ele foi morto pela fé, e por se casar com uma ex-muçulmana. Seus colegas me deram a terrível notícia. Mesmo agora, eu não tenho ideia do que aconteceu com o corpo dele", disse Naomi, cristã ex-muçulmana no Mali.

Incidentes violentos contra a igreja no Mali

Em 2012, quando grupos extremistas islâmicos assumiram o controle da parte norte do país, muitas igrejas foram incendiadas e cristãos foram forçados a fugir. O deslocamento que aconteceu ainda afeta os cristãos que perderam suas casas e cujas igrejas foram destruídas. 

Atividades evangélicas são especialmente arriscadas e costumam atrair os extremistas islâmicos. Missionários cristãos vivem sob a constante ameaça de sequestro e alguns foram de fato sequestrados por jihadistas. 

Mesmo no Sul do país, onde os cristãos gozam de mais liberdade religiosa, as ameaças de grupos extremistas islâmicos aumentaram. Além disso, o golpe no final do verão de 2020 deu continuidade à agitação política no país, deixando a porta aberta para que extremistas se enraizassem em lugares que não tinham uma liderança forte.

Situação de mulheres e homens cristãos

As ex-muçulmanas são especialmente vulneráveis ao abuso sexual, divórcio forçado e, quase sistematicamente, casamento forçado. Isso é comum no Norte do Mali. Embora existam leis nacionais para proteger mulheres e meninas em geral, as práticas tradicionais acabam prevalecendo.

Sequestrar meninas cristãs e forçá-las a se casar com muçulmanos é uma tática comum usada por extremistas islâmicos para espalhar o islã. Algumas meninas cristãs acabam recorrendo à prostituição para sobreviver. As viúvas também são vulneráveis.

Homens e meninos cristãos estão sujeitos a ataques físicos violentos por causa da fé. A pobreza generalizada em um dos países mais pobres da África pode impulsionar o recrutamento entre os jihadistas, principalmente os cristãos que vivem em áreas rurais. Na tentativa de proteger os meninos cristãos, os pais acabam por enviá-los para regiões mais seguras.

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