Países que perseguem a Igreja: como vivem os cristãos no Cazaquistão

Mesmo vigiados, tendo suas reuniões invadidas ou até sendo presos, os cristãos cazaques não desistem de sua fé.

Fonte: Guiame, com informações de Portas AbertasAtualizado: terça-feira, 16 de fevereiro de 2021 às 11:23
Igrejas domésticas na Ásia Central, como esta, contam com suas orações. (Foto: Portas Abertas)
Igrejas domésticas na Ásia Central, como esta, contam com suas orações. (Foto: Portas Abertas)

POPULAÇÃO: 18,7 milhões 
CRISTÃOS: 4,8 milhões 
RELIGIÃO: Islamismo, cristianismo e ateísmo 
GOVERNO: República presidencialista 
LÍDER: Kasym-Jomart Tokayev
POSIÇÃO: 41º na Lista Mundial da Perseguição

O governo do Cazaquistão teme a “perda de controle” sobre os segmentos religiosos existentes no país, em especial o cristianismo protestante. Por isso, usa a ameaça do islã militante para restringir as liberdades. O registro de igrejas é proibido, não é possível evangelizar as pessoas abertamente e ninguém possui o direito de associação ou reunião.

A legislação de setembro de 2011 restringe a livre adoração. Para manter as regras, os governantes aumentaram o controle sobre a expressão religiosa, o que significa aumento de vigilância, invasão em caso de reuniões clandestinas e prisões.

 

Quem sofre mais com a perseguição?

Para as igrejas ortodoxas russas a situação é mais tranquila, já que não costumam evangelizar a população cazaque. Já para os “cristãos cazaques de origem muçulmana” enfrentam a pior perseguição, tanto nas mãos do Estado quanto da família, amigos e comunidade. 

Alguns convertidos são trancados pelas famílias por longos períodos, são espancados e podem ser expulsos das comunidades. Mulás locais [líderes muçulmanos xiitas] também pregam contra eles.  

 

Como é a situação das mulheres cristãs?

Culturalmente, as mulheres já são vistas como inferiores pelos islâmicos, mas quando abandonam o islã a situação fica pior. Elas correm o risco de sofrer abuso físico, verbal e até sexual. Muitas sofrem ameaça de prisão domiciliar e isso acontece normalmente, porque para a família é uma grande vergonha ter um parente desviado da fé nacional.

O casamento forçado com um muçulmano não é incomum e, às vezes, está ligado ao sequestro. Algumas mulheres preferem esconder a fé por causa da grande pressão sobre elas e outras chegam a abandonar o lar. 

 

Como vivem os homens cristãos cazaques?

Eles estão sujeitos a abusos verbais e físicos, acusações e ameaças, espancamentos, detenção domiciliar, rejeição e perda da herança. O serviço militar obrigatório para jovens oferece um risco potencial extra de perseguição porque é um ambiente altamente controlado pelo Estado, que tem maioria muçulmana. Quando um homem cristão se torna alvo de perseguição toda sua família é afetada. Jovens que ainda são estudantes e precisam de apoio financeiro correm o risco de perder esse apoio se deixarem o islã. 

 

A perseverança dos cristãos na Ásia Central

Cristãos que vivem nos países da Ásia Central [Cazaquistão, Turcomenistão, Uzbequistão, Tajiquistão e Quirguistão] costumam se manter firmes na fé, apesar da violenta perseguição. “Se eu sair, quem vai contar a eles sobre Isa [Jesus]? Como podem aprender sobre Ele se não através de mim? Quanto mais brutalmente eles me batiam, mais eu via a necessidade de eles amarem Isa Massih”, disse Khan, um cristão perseguido que vive nessa região e que já foi atacado por causa do seu amor a Cristo.

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