Mulher ouve sobre Deus pela primeira vez através de seu torturador, na Coreia do Norte

Kyung-ja teve sua primeira experiência com Deus não por meio de um folheto evangelístico, mas por intermédio de seu torturador.

Fonte: Guiame, com informações de Mission Network NewsAtualizado: quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018 às 13:55
Imagem ilustrativa. Cheng Jie foi presa por dirigir um jardim de infância dentro de uma igreja. (Foto: The Voice of the Martyrs/USA)
Imagem ilustrativa. Cheng Jie foi presa por dirigir um jardim de infância dentro de uma igreja. (Foto: The Voice of the Martyrs/USA)

A primeira experiência com Deus de uma mulher na Coreia do Norte não foi por meio de uma mensagem na TV, transmissão no rádio ou folheto evangelístico — mas por intermédio de seu torturador.

Kyung-ja fugiu para a China a fim de tentar ganhar dinheiro para comprar comida e alimentar sua família na Coreia do Norte. Mas quando retornou ao seu país de origem, ela foi presa por oficiais norte-coreanos.

“O interrogador dela continuou perguntando sobre Deus: ‘As pessoas na China falaram com você sobre Deus? Você se encontrou com pessoas que são seguidoras de Deus? Você leu o livro sobre Deus enquanto estava na China?”, relata Todd Nettleton, da organização missionária Vós dos Mártires nos Estados Unidos.

“Kyung-ja não teve contato com os cristãos, mesmo quando ela estava na China. Na verdade, ela nunca tinha ouvido o nome de Deus e continuava explicando ao interrogador: ‘Eu não sei quem é isso! Eu não sei de quem você está falando!’”, completou Nettleton.

O guarda da Coreia do Norte continuou espancando Kyung-ja com um porrete, mesmo ela tendo desmaiado e perdido a consciência. A mulher foi transferida para um campo de trabalho forçado e lá perguntou sobre Deus para outro prisioneiro, que não quis dar muitas explicações por medo.

No entanto, o Espírito Santo já havia plantado uma semente em seu coração. “Se Deus é tão assustador para os guardas norte-coreanos e interrogadores, talvez Ele seja poderoso. Ela começou a orar: ‘Deus, eu não sei se Você é real. Eu não sei quem Você é. Mas se Você estiver aí e me ouvir, Você pode me ajudar?’ Ela começou a ver as respostas de sua oração, mesmo nas orações mais simples, precoces e desesperadas”, conta Nettleton.

Mais tarde, Kyung-ja escapou da Coreia do Norte novamente. Ela entrou em contato com sua filha por telefone, que já tinha desertado para a Coreia do Sul, e fez a ela algumas perguntas sobre Deus, Jesus e a Bíblia.

Atualmente Kyung-ja é seguidora de Cristo e vive na Coreia do Sul, onde se encontrou com Nettleton e compartilhou sua história. “Ela foi discipulada, recebeu o ‘livro de Deus’ e realmente chegou a fé em Cristo, entendendo o significado de ter fé em Cristo”, disse o missionário.

Cristianismo na Coreia do Norte

Quando um norte-coreano escolhe seguir Jesus, ele sabe, desde o início, que isso significa perder a vida por Ele. “Eles certamente sabem que ser crente na Coreia do Norte é uma sentença de morte. É a coisa mais perigosa que você pode fazer”, explica Nettleton.

“O governo norte-coreano vê os cristãos como traidores, como uma ameaça para o governo. Então, as pessoas na Coreia do Norte sabem que se você segue Jesus Cristo, se tem uma Bíblia, se é pego ouvindo a transmissão de uma rádio cristã, é provável que você morra, seja por execução imediata ou em um campo de trabalho”, acrescenta.

Atualmente, o mundo voltou sua atenção para a península coreana por causa dos Jogos Olímpicos de Inverno na Coreia do Sul, que terminam no próximo domingo (25). Mas a apenas 80 quilômetros do estádio olímpico está a Zona Desmilitarizada da Coreia. Depois dessa fronteira, é ilegal ser cristão ou possuir uma Bíblia.

“Espero que as pessoas que estão assistindo as Olimpíadas se lembrem constantemente de orar pela Coreia do Norte, de orar pelas pessoas de lá. Todas as pessoas são oprimidas, mas os cristãos são mais oprimidos do que qualquer outra pessoa. Então ore por nossos irmãos e irmãs cristãos”, pede Nettleton.

O missionário conta que as histórias de morte são muito comuns entre os cristãos norte-coreanos. “Parece que todo mundo já perdeu alguém, seja alguém que tivesse sido executado pelo governo ou que fosse enviado para um campo de trabalho e nunca mais ouviram falar deles novamente. Eles assumem que estão mortos e, de fato, esperam que estejam mortos, para não continuarem sofrendo nesse campo”, afirma.

“É difícil ouvir histórias como essa e pensar sobre quanto sofrimento está acontecendo dentro da Coreia do Norte. Mas espero que isso nos motive a orar por esse país”, observa.

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