Mais de 280 crianças são sequestradas por terroristas em escola na Nigéria

O sequestro em massa foi confirmado por Uba Sani, governador do estado de Kaduna.

Fonte: Guiame, com informações da BBCAtualizado: segunda-feira, 11 de março de 2024 às 16:32
Acredita-se que quase todas as famílias da cidade tenham um filho entre os sequestrados. (Imagem representativa: Captura de tela/YouTube/BBC)
Acredita-se que quase todas as famílias da cidade tenham um filho entre os sequestrados. (Imagem representativa: Captura de tela/YouTube/BBC)

Autoridades relatam que mais de 280 estudantes nigerianos foram sequestrados na cidade de Kuriga, localizada no noroeste do país. Segundo relatos de uma testemunha, os alunos estavam reunidos no local por volta das 8h30, quando homens armados em motocicletas invadiu a escola.

Segundo fontes, os sequestradores também levaram uma professora junto com os alunos, que têm idades entre oito e 15 anos.

Nos últimos anos, gangues de sequestro, conhecidas como bandidos, têm capturado milhares de pessoas, especialmente na região noroeste da Nigéria.

No entanto, houve uma diminuição nos casos de sequestro em massa de crianças desde o ano passado até esta semana.

Pagamento de resgate

Segundo informações da BBC, geralmente, os sequestrados são liberados após o pagamento do resgate.

O sequestro em massa foi confirmado por Uba Sani, governador do estado de Kaduna, que abrange Kuriga. Ele afirmou que 187 estudantes desapareceram de uma escola secundária e 125 da escola primária local, porém, 25 deles já retornaram.

O presidente Bola Tinubu declarou que está “confiante de que as vítimas serão resgatadas”.

 Expressando solidariedade às famílias das vítimas, o presidente acrescentou que "ordenou às agências de segurança e de inteligência a resgatarem imediatamente as vítimas e garantirem que a justiça seja feita contra os responsáveis por esses atos abomináveis".

Um aluno, provavelmente com 14 anos de idade, baleado pelos homens armados não resistiu e morreu enquanto estava recebendo tratamento no hospital.

Um professor que conseguiu escapar relatou que a população local tentou resgatar as crianças, porém foram repelidos pelos homens armados, resultando na morte de uma pessoa durante o tiroteio.

Oração

Zakariyya Nasiru, cujo irmão e irmã foram feitos reféns, disse à BBC que sua família não conseguiu dormir na noite de quinta-feira. "Todos nós não conseguimos dormir enquanto continuávamos pensando neles. Estamos aqui orando por seu retorno seguro."

Nasiru também mencionou que um menino conseguiu escapar na noite anterior e trouxe relatos angustiantes sobre suas condições, incluindo a falta de comida.

Acredita-se que quase todas as famílias da cidade tenham um filho entre os sequestrados.

As forças armadas realizaram uma operação para encontrar os estudantes. “Nenhuma criança será deixada para trás”, prometeu o governador.

Grupo islâmico

Em janeiro deste ano, criminosos mataram o diretor de uma escola na área e sequestraram sua esposa.

O sequestro ocorreu dias após dezenas de mulheres e crianças terem sido sequestradas pelo grupo islâmico Boko Haram enquanto pegavam lenha no nordeste da Nigéria.

Ansaru é uma facção dissidente do Boko Haram, conhecida por atividades terroristas, incluindo o sequestro de mais de 200 estudantes na cidade de Chibok em 2014.

O ataque de quinta-feira foi atribuído à Ansaru, que controla os locais próximos.

Gangues criminosas

Nenhum grupo reivindicou a responsabilidade por nenhum dos sequestros até o momento.

Acredita-se que a maioria dos sequestros no noroeste da Nigéria, incluindo no estado de Kaduna, sejam realizados por gangues criminosas com o objetivo de obter dinheiro através do pagamento de resgates.

Numa tentativa de conter a crescente e lucrativa indústria de sequestros na Nigéria, uma lei controversa foi aprovada em 2022, tornando crime o pagamento de resgates. A legislação estabelece uma pena de prisão de pelo menos 15 anos para quem violá-la, no entanto, até o momento, ninguém foi preso por esse motivo.

No início deste ano, a família de irmãs sequestradas na capital, Abuja, contestou uma declaração policial que afirmava que as forças de segurança haviam resgatado as meninas, afirmando que não tinham outra opção senão pagar o resgate.

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