Família inicia ministério com desertores da Coreia do Norte: “Queremos glorificar a Deus”

Kim Jong-Wook ajudou desertores até ser preso no país comunista. Hoje, seu filho continua a missão que começou.

Fonte: Guiame, com informações de Voice of the Martyrs Atualizado: quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023 às 17:38
Dylan continuou o ministério do pai, discipulando desertores. (Foto: VOM).
Dylan continuou o ministério do pai, discipulando desertores. (Foto: VOM).

O sul-coreano Dylan Kim cresceu vendo seu pai servir e pregar a desertores da Coreia do Norte

Kim Jong-Wook dividia seu tempo em estar na Coreia do Sul e na China, onde os norte-coreanos se refugiavam.

Quando Dylan era adolescente, sua família se mudou para a China e iniciou um ministério com os desertores.

Em Dandong, uma grande cidade portuária na fronteira com a Coreia do Norte, a família ajudava os norte-coreanos que fugiram da ditadura comunista. 

“Nós adoramos juntos com desertores norte-coreanos em alguns apartamentos em diferentes áreas. Demos a eles um lugar para ficar, comida para comer e fizemos treinamento de discipulado com eles”, contou Dylan ao Voice of the Martyrs (VOM).

Seu pai, Jong-Wook, também treinava os fugitivos para pregarem o Evangelho, caso um dia voltassem para a Coreia do Norte.

Capturado pelo governo norte-coreano

Em setembro de 2013, Kim Jong-Wook disse ao filho que estava planejando viajar para a Coreia do Norte.

“Ele nos disse que só entraria por um curto período de tempo e sairia”, lembrou Dylan. Um mês depois de entrar no país comunista, Jong-Wook foi preso pelas autoridades. A família soube da prisão através de uma coletiva de imprensa.

Segundo Dylan, eles não ficaram surpresos já que seu pai havia sido detido em outros países, como o Laos, por ajudar desertores.

O filho acredita que o pai também não foi surpreendido pela prisão. “Meu pai nos explicou sobre seu chamado para as missões norte-coreanas e que estava colocando sua vida em risco. Ele teve fé suficiente para morrer se fosse para morrer”, comentou.

Detido em campo de trabalho forçado


Dylan continuou o ministério do pai, discipulando desertores. (Foto: VOM).

E acrescentou: “Eu não fiz perguntas ou culpei a Deus. Eu orei para que Deus o devolvesse para nós. Também imaginei que meu pai seria torturado, então orei para que ele não perdesse a fé. Às vezes, orávamos essas coisas juntos como uma família, e eu também orava sozinho”.

A suspeita é que informantes norte-coreanos tenham se infiltrado no ministério de Kim e o convencido a ir para a Coreia do Norte para que pudessem capturá-lo.

Jong-Wook está entre os quatro missionários sul-coreanos presos no país e um dos cerca de 30 mil cristãos detidos em prisões e campos de trabalhos forçados.

Kim foi condenado à prisão perpétua em um desses campos, onde os prisioneiros são tratados como escravos e obrigados a trabalharem longas jornadas. Eles ainda são espancados e chegam a comer ratos para não morrerem de fome.

Seguindo os passos do pai

Seguindo os passos do pai, Dylan decidiu continuar o ministério com os desertores. Ele se formou no seminário teológico e com a experiência que herdou da família, começou a discipular refugiados norte-coreanos na missão Voz dos Mártires, na Coreia do Sul.

“Quando ensino a Palavra de Deus aos alunos e vejo que eles entendem, fico feliz”, declarou o jovem.

"Vi desertores passando por situações extremamente difíceis quando eu estava na China. Então, quando ouço as histórias de nossos alunos sobre as dificuldades que estão passando, não é algo novo para mim. É muito familiar”.

Ao contar a história de sua família aos seus alunos, os refugiados também oferecem acolhimento e oração a Dylan.

“Muitos deles são tocados, choram e oram por meu pai. A maioria deles tem familiares na Coreia do Norte”, observou ele.

Um funcionário da missão testemunhou: “Eles oram por ele, seu pai e sua família e juntos compartilham a dor de estarem longe de seus entes queridos que estão dentro da Coreia do Norte”.

Desde a prisão do pai, Dylan não teve mais notícias dele. O jovem missionário afirmou que continua orando pelo pai e que a melhor maneira de seguir seus passos é atender ao chamado de Deus.

“Quero fazer um trabalho que dê glória a Deus. Penso que a obra de salvar almas é a que mais alegra Deus e lhe dá mais glória”, concluiu.

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