China remove palavras “Bíblia, Deus e Cristo” das histórias infantis de autores clássicos

Livro escolar sobre cultura, para alunos do quinto ano, sofreu manipulação feita pelo Ministério da Educação chinês.

Fonte: Guiame, com informações do Barnabas Fund e Asia NewsAtualizado: sexta-feira, 2 de agosto de 2019 às 19:26
Trecho do clássico “A pequena vendedora de fósforos” com texto adulterado pelo Ministério da Educação chinês. (Foto: Reprodução/Asia News)
Trecho do clássico “A pequena vendedora de fósforos” com texto adulterado pelo Ministério da Educação chinês. (Foto: Reprodução/Asia News)

Autoridades na China apagaram as palavras Bíblia, Deus e Cristo das histórias infantis clássicas de Anton Chekhov, Alexandre Dumas, Victor Hugo, incluindo Robinson Crusoé, como parte de ações para redigir referências cristãs.

As histórias foram manipuladas em obediência ao presidente Xi Jinping, que quer a “sinicização" das religiões e a rejeição dos "valores ocidentais", afirma o Asia News. O medo de que a China se torne "o país mais cristão do mundo".

As histórias populares estão entre as quatro obras de escritores estrangeiros que aparecem em um novo livro escolar chinês para alunos do quinto ano, com cerca de 11 anos, que oferece aos alunos uma “compreensão de outras culturas”, segundo o Ministério da Educação.

Mas a descrição do autor Daniel Defoe de como o náufrago Robinson Crusoé recupera três Bíblias dos restos de seu naufrágio foi alterada do romance original de 1718 para a leitura de que Crusoé salvou “alguns livros”.

O escritor dinamarquês Hans Christian Anderson disse em seu conto de 1845, A pequena vendedora de fósforos, que "quando uma estrela cai, uma alma vai estar com Deus". Na versão sinicizada (feita em chinês), o texto diz: "Quando uma estrela cai, uma pessoa deixa este mundo".

A história de Anton Chekhov, Vanka, recebe tratamento similar. Uma seção que fala de uma oração na igreja foi deixada de fora e toda menção da palavra Cristo foi apagada.

As autoridades chinesas anunciaram novas políticas de sinicização em um Livro Branco sobre religião no início de 2018, com a intenção de reinterpretar seletivamente o Cristianismo e as Escrituras.

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