“Atingimos o maior nível de perseguição aos cristãos”, diz Marco Cruz da Portas Abertas

Em entrevista ao Guiame, o Secretário Geral da organização no Brasil alertou que a perseguição aos cristãos triplicou em menos de 10 anos.

Fonte: Guiame, Cris BeloniAtualizado: terça-feira, 25 de janeiro de 2022 às 17:02
Marco Cruz, secretário geral da Portas Abertas no Brasil. (Foto: Captura de tela/Live Guiame)
Marco Cruz, secretário geral da Portas Abertas no Brasil. (Foto: Captura de tela/Live Guiame)

É alarmante o aumento do número de cristãos perseguidos no mundo todo. Em 2013 eram 100 milhões e, hoje, já são mais de 360 milhões, conforme o Secretário Geral da Portas Abertas no Brasil, Marco Cruz.

Em entrevista exclusiva ao Guiame, ele disse que este é o pior ano. “Nós atingimos o maior nível de perseguição desde que a Portas Abertas começou a monitorar essa questão”, disse ao ressaltar que “em menos de 10 anos mais do que triplicou a quantidade de cristãos perseguidos. 

Resumindo, 1 a cada 7 cristãos enfrenta a perseguição por causa do nome de Jesus. 

Piores países para os cristãos: Afeganistão e Coreia do Norte

“A Coreia do Norte atingiu sua maior pontuação”, disse Marco ao mencionar os trabalhos da Portas Abertas desde o início, em 1993. “E a perseguição aumentou ainda mais no Afeganistão com a tomada do poder pelo Talibã”, explicou.

Ou seja, após 20 anos liderando no topo da Lista Mundial da Perseguição, a Coreia do Norte deu lugar ao Afeganistão, não porque a violência por lá diminuiu, mas porque agora os dois países concorrem entre os lugares mais violentos e perigosos do mundo para quem professa o cristianismo. 

“Na Coreia do Norte existem de 50 a 70 mil cristãos presos em campos de trabalho forçado. A situação é muito ruim, as pessoas passam fome e são submetidas a torturas diárias”, revelou.

“Mas, no Afeganistão é ainda pior, porque todos os cristãos são secretos e, se descobertos, é bem provável que enfrentarão a morte. Para o cristão afegão o risco de vida é mais iminente”, comparou.

Assista na íntegra:

China fere cada vez mais a liberdade religiosa

O comunismo e a ideologia chinesa já estão servindo de inspiração para outros líderes que tentam implantar o socialismo em suas nações, o que acarreta em mais perseguição aos cristãos.

“À medida que a China aumenta o seu poderio econômico, sua força se espalha pelo mundo. Dentro do país, existe só um partido — o comunista — então, existe um modelo de conformidade padrão. Quem não segue o modelo sofre as penalidades”, disse Marco que já morou na China por três anos.

“Esse modelo está se espalhando para outros países, como Vietnã, Mianmar e até a Índia, que é considerada uma grande democracia no mundo. É só fachada, porque o modelo único na Índia é a hinduinização”, alertou.

Perseguição aos cristãos na América Latina

Sabe-se que a perseguição já chegou à América Latina, dando suas amostras através do México, da Colômbia e de Cuba. “Dos três países, a perseguição mais violenta acontece na Colômbia, um dos países com maior número de cristãos assassinados, em especial os pastores”, frisou.

“Por lá, há um domínio do tráfico de drogas e guerrilhas”, continuou e falou um pouco sobre a fonte de perseguição em Cuba. “O país segue um pouco o estilo de perseguição chinês. Existe um governo autoritário, comunista, que impõe a conformidade ao pensamento marxista”, explicou. 

“Em julho do ano passado, houve protestos em Cuba, onde líderes cristãos se levantaram pedindo liberdade. Não houve vandalismo, e mesmo assim acabaram sendo presos, torturados ou multados. Esse é o mecanismo”, esclareceu.

A perseguição aos cristãos é uma profecia bíblica

De acordo com Mateus 24.9, um dia, todos os países do mundo serão hostis ao cristianismo — “serão odiados por todas as nações”. Isso significa que o Brasil não será livre de perseguição. 

Atualmente, há todo tipo de liberdade em nosso país — liberdade de expressão, de pensamento, de imprensa e de religião. “Nós gozamos de liberdade quando comparados aos países que estão na Lista Mundial da Perseguição”, disse.  

Porém, um dia essa liberdade vai acabar, não se sabe quando. Marco se mostra positivo quanto a esse futuro e diz que é preciso considerar o que diz a Bíblia. “Bem aventurados os perseguidos. Onde há luz de Jesus, as trevas reclamam”, considerou.

“Não há indício de que a perseguição esteja acontecendo no Brasil, mas não há base bíblica dizendo que isso nunca vá acontecer. Por isso, temos que aprender com o testemunho dos cristãos perseguidos”, prosseguiu.

Pandemia acelerou a discriminação contra cristãos

“Na pandemia, o cristão perseguido enfrentou dupla vulnerabilidade”, disse o secretário. Além da pressão cotidiana, durante a crise sanitária por Covid-19, em regiões da África, Ásia e Oriente Médio, houve também grande discriminação contra a Igreja de Cristo. 

Conforme Marco, o socorro emergencial do governo não chegou às mãos de milhares de cristãos. “Há relatos de médicos e enfermeiros cristãos que foram deslocados para tratar de casos mais graves da Covid e não receberam EPI [equipamento de proteção individual] pelo simples fato de serem cristãos”, lembrou.

“Orem pelos cristãos perseguidos, pois a sua oração pode chegar aonde você não pode ir. A situação vai ficar cada vez mais tensa e mais crítica. Os dados da Portas Abertas confirmam isso. A Igreja Perseguida precisa de ajuda, contamos com o apoio de todos”, pediu e finalizou Marco Cruz.

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