Após se recusar a entregar escola para islâmicos, cristão pode ser executado na Síria

Radwan Muhammad foi preso em sua casa na vila de Jaqmaq Kibir, na Síria, no final de julho.

Fonte: Guiame, com informações do CSWAtualizado: segunda-feira, 17 de agosto de 2020 às 12:51
Radwan Muhammad preso por radicais islâmicos. (Foto: Reprodução / CSW)
Radwan Muhammad preso por radicais islâmicos. (Foto: Reprodução / CSW)

Um cristão sírio foi preso e acusado de apostasia pelo grupo islâmico Failaq Al-Sham, leal à Turquia, em 30 de julho. A apostasia é vista como um crime punível com a morte por alguns muçulmanos radicais.

Segundo fontes locais relatam os combatentes do grupo prenderam Radwan Muhammad em sua casa na vila de Jaqmaq Kibir, próximo de Rajo, uma pequena cidade no noroeste da Síria perto de Afrin.

Muhammad, que trabalha como professor e diretor de inglês, recusou as ordens do grupo de entregar o prédio de sua escola a eles para que pudessem transformá-lo em uma escola islâmica.

De acordo com fontes locais, Muhammad disse ao grupo: “Vou entregar-lhes o edifício em um caso apenas: quando Jesus Cristo descer à terra novamente.”

A esposa de Muhammed morreu recentemente, mas o grupo impediu a família de lavar e envolver seu corpo de acordo com os costumes da região. Ela havia se convertido do Islã ao cristianismo há algum tempo.

O pastor Nihad Hassan, que lidera uma igreja curda em Beirute, no Líbano, e que é originário de Afrin, disse à CSW que “estamos extremamente preocupados com a vida e o bem-estar de Radwan, ele está detido na sede [do Failaq Al-Sham] em Afrin e eles podem executá-lo”.

“Esses grupos islâmicos e seus mestres turcos estão seguindo os passos do Estado Islâmico. Na verdade, muitos de seus combatentes são ex-membros do EI e da Al Qaeda”, revelou o pastor.

Failaq Al-Sham é um grupo islâmico afiliado à Irmandade Muçulmana. Funciona no noroeste da Síria sob o Exército Nacional Sírio, um grupo guarda-chuva de diferentes facções islâmicas sob o comando direto da Turquia.

Cidade tomada

Em março de 2018, o exército turco capturou a cidade de Afrin com a ajuda de alguns grupos islâmicos sírios. A Anistia Internacional relata que, desde então, “residentes de Afrin [foram] detidos e torturados, com casas e negócios saqueados e confiscados e escolas destruídas ou tomadas.”

O presidente-executivo da CSW, Mervyn Thomas, emitiu nota sobre o caso: "Estamos profundamente preocupados com o bem-estar de Muhammad e instamos seus sequestradores a libertá-lo imediatamente e sem condições.

"Também pedimos às autoridades turcas que intervenham restringindo os vários grupos de milícias islâmicas que funcionam sob seu comando e que ponham fim imediatamente a todas as formas de violência e abusos dos direitos humanos nas áreas que controlam”, apelou.

"Apelamos à comunidade internacional para pressionar a Turquia a cumprir os direitos humanos internacionais e o direito humanitário, e a cessar todas as formas de perseguição às minorias religiosas em Afrin e arredores", disse Thomas.

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