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Rosh Hashaná tem relação com a volta do Messias, dizem hebraísta e rabino

Segundo Getúlio Cidade e Mário Moreno, os judeus messiânicos acreditam que a volta do Messias pode acontecer em 2022, 2029 ou 2036.

Fonte: Guiame, Cris BeloniAtualizado: sexta-feira, 23 de setembro de 2022 às 15:08
Hebraísta Getúlio Cidade e rabino Mário Moreno. (Foto: Montagem/Guiame)
Hebraísta Getúlio Cidade e rabino Mário Moreno. (Foto: Montagem/Guiame)

Faltam poucos dias para a chegada do ano de 5.783, conforme o calendário judaico. No próximo domingo, dia 25 de setembro, os judeus vão comemorar o Rosh Hashaná — uma das Festas do Senhor considerada bem peculiar por ocorrer no início da lua nova, enquanto as demais ocorrem na lua cheia”, conforme observa o hebraísta e escritor, Getúlio Cidade.

Em entrevista ao Guiame, ele conta que por não se enxergar a lua no céu, no primeiro dia de sua fase nova, Rosh Hashaná é visto simbolicamente como o “Dia Escondido” ou “Yom HaKeseh”. 

“Quando Jesus, em seu sermão profético, se referiu à sua segunda vinda como sendo o dia e a hora que ninguém sabe, estava fazendo menção velada à Yom HaKeseh, ligando-a à Festa de Rosh Hashaná”, ele explicou.

“Seus discípulos não tiveram nenhuma dificuldade em fazer essa ligação, pois eram judeus e as Festas do Senhor estavam no cerne de sua cultura. E até hoje é assim em Israel e com o povo judeu espalhado pelo mundo”, continuou.

‘Jesus vai voltar numa Rosh Hashaná associada num Shemitá’

De acordo com Getúlio, a Igreja não observa essas datas e suas mensagens porque “se afastou tanto de suas raízes que isso soa como algo completamente estranho”. 

“Mas não era assim na Igreja primitiva, que celebrava as Festas do Senhor em todas as comunidades messiânicas até o rompimento trazido pelo Império Romano. Logo, a tradição messiânica crê que esse é o tempo de sua volta”, disse.

“Realmente, o dia de seu retorno ninguém sabe, pois continua escondido dos homens e do inimigo de Deus, mas sabemos a época, embora não saibamos em que ano se dará”, prosseguiu. 

“E uma das coisas que Jesus em muito nos exortou foi saber reconhecer as épocas e o tempo de sua volta. Isso tem tudo a ver com Rosh Hashaná, o Dia Escondido. As Festas do Outono se iniciam em Rosh Hashaná e apontam para a volta do Messias Yeshua”, ele afirma. 

Conforme o hebraísta, Rosh Hashaná, assim como as demais Festas do Outono, é especial por ocorrer no sétimo mês religioso e que marca o primeiro mês do calendário civil de Israel. 

“O número sete é a base da contagem de Deus, é um número sagrado. Ele consagra inclusive o tempo, de acordo com Gênesis 2.3 — ‘E Deus abençoou o sétimo dia’. Da mesma forma, Ele consagrou para si a Shemitá que é um mandamento sobre a Terra de Israel, conforme Lv 25.1-7”, detalhou. 

“Assim como o sétimo dia, o sétimo ano — Shemitá — foi consagrado por Deus para si. É inegável a importância desse ano para Deus”, disse ainda.

Um ciclo de 7 anos se encerra

“Portanto, Rosh Hashaná é a primeira Festa Bíblica do sétimo mês do calendário religioso, um dia que celebra a criação do homem — a maior obra do Criador”, disse Getúlio ao apontar para o dia 25 de setembro.

“Esse dia, em especial, marca o fim de uma Shemitá, um ano sagrado. Encerra-se, deste modo, um ciclo de sete anos. Isso traz inevitavelmente mudanças, algumas drásticas e marcadas por crises”, explicou. 

“O mais importante é que a engrenagem do tempo de Deus continua a se mover, de acordo com suas estações e propósitos. Lembremo-nos que a última semana de Daniel, conhecida no Novo Testamento por Grande Tribulação, equivale a um ciclo de sete anos que, necessariamente, começa logo após uma Shemitá, em Rosh Hashaná. Precisamos estar em vigilância quanto a isso”, alertou.

“A partir do pôr-do-sol do dia 25 de setembro de 2022 — 1 de Tishrei — inicia-se não apenas um novo ano, mas um novo ciclo de sete anos e podemos esperar mudanças e transformações, tanto no nível pessoal, familiar quanto no nível nacional e global. Tem sido assim ao longo da História de Israel e das nações e, desta vez, não será diferente. Esse é talvez o maior mistério da shemitá”, enfatizou.

O hebraísta presume, com base nas tradições rabínica e messiânica, que o Messias vem no primeiro ano de um novo ciclo de sete anos. Ou seja, imediatamente após uma Shemitá. “Se não for em 2022, poderá ser após 7 anos, ou seja, em 2029, e assim por diante”, esclareceu.

Questão de obediência

“O ano de Shemitá é um ano de descanso sobre a terra e o lavrador deveria deixar que o Senhor abençoasse os campos e ele deveria comer somente do que a terra desse. Isso o faria participante de um milagre de multiplicação”, disse ao Guiame o rabino Mário Moreno, que também é colunista no portal e fundador do Ministério Profético Shema Israel

Durante o ano sabático, o lavrador teria tempo de meditar na Torá, ou seja, na palavra de Deus. “O Eterno vai avaliar se fizemos isso e se nos permitimos viver um tempo de milagres. É por isso que o próximo ano será um reflexo de tudo o que fizemos”, associou.

O que esperar para o ano de 5.783?

Conforme o rabino, após o próximo domingo (25), um novo ciclo se abrirá e, falando profeticamente, será um tempo “muito interessante”, como ele descreve. 

“O que o ano de 5.783 reserva para nós? Segundo os sábios rabinos, este é o ano da retribuição, haverá recompensa ou punição por tudo o que foi falado durante a Shemitá. Vamos colher o que plantamos através das nossas palavras”, disse. 

Um ano de justiça e de julgamento é o que terá a humanidade, conforme o rabino. “Bênçãos ou maldições, dependendo do lado em que a pessoa esteja”, resumiu. “Estaremos transicionando de um tempo para o outro e cada um vai receber aquilo que plantou, pois a retribuição de Deus é justa”, disse ainda.

Sobre a vinda do Messias, o rabino disse também que se apóia na tradição rabínica, que diz que Ele virá ao final de um ano de Shemitá. “Pode ser 2022, 2029 ou 2036, assim por diante”, concluiu.

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