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EUA vão revelar plano de paz entre Israel e palestinos em junho, após o Ramadã

Jared Kushner, conselheiro do presidente Donald Trump, anunciou que o plano de paz será revelado após o feriado muçulmano.

Fonte: Guiame, com informações do Jerusalem PostAtualizado: quarta-feira, 24 de abril de 2019 às 13:58
Jared Kushner e o presidente Donald Trump em uma reunião na Casa Branca. (Foto: Jabin Botsford/The Washington Post/Getty Images)
Jared Kushner e o presidente Donald Trump em uma reunião na Casa Branca. (Foto: Jabin Botsford/The Washington Post/Getty Images)

O “acordo do século” que propõe estabelecer paz entre israelenses e palestinos será divulgado pelos Estados Unidos após o Ramadã, em junho. O anúncio foi feito por Jared Kushner, conselheiro sênior do presidente Donald Trump na última quarta-feira (17).

Kushner falou para cerca de 100 diplomatas e embaixadores na Blair House, em  Washington, D.C. Ele pediu para que mantivessem a mente aberta em relação ao plano, pois o acordo exigirá comprometimento de ambos os lados.

Ele destacou que o plano não comprometerá a segurança de Israel e terá um componente político “muito detalhado”, bem como o componente econômico.

Jason Greenblatt, representante especial de Trump para as negociações internacionais, disse na terça-feira (16) que a equipe de paz não divulgará nenhum detalhe antes do prazo. “A especulação não ajuda ninguém e prejudica o esforço. Nós gentilmente sugerimos que parem os jogos de adivinhação”, escreveu no Twitter.

O anúncio de Kushner foi dado depois que palestinos disseram que o plano estaria “morto”, porque removeu questões centrais como Jerusalém, assentamentos e refugiados. Os palestinos afirmam que o plano coloca todos os assentamentos da Cisjordânia sob a soberania israelense, uma afirmação reforçada pela campanha do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

Greenblatt disse que, embora apenas Israel e palestinos possam resolver o conflito, ele acredita que o plano pode ajudá-los a alcançar esse objetivo. “Estamos trabalhando muito para elaborar o que acreditamos ser um plano justo, realista e implementável. Acordos justos exigem compromissos”.

Preocupações

A comunidade evangélica teme que as concessões prometidas pelo governo Trump incluam a perdas ao território israelense. O pastor Tony Perkins publicou um artigo de opinião no Washington Times pedindo a Trump para incluir Judeia e Samaria dentro das fronteiras soberanas de Israel, abstendo-se de qualquer equação de terra.

O embaixador israelense nos EUA, Ron Dermer, disse que o governo Trump e seus enviados no Oriente Médio deveriam dar confiança aos judeus. Falando em evento pré-Páscoa em Washington, ele garantiu que o tão esperado plano de paz irá considerar os interesses de Israel.

“Eu sei que muitas pessoas estão preocupadas com o plano de paz que será lançado em breve. Mas tenho que dizer que, como embaixador de Israel, estou confiante de que este governo, que tem apoiado Israel, levará em conta as preocupações vitais de Israel em qualquer plano que eles apresentarem”, disse Dermer.

Enquanto isso, a União Europeia rejeitou a ideia da soberania israelense na Cisjordânia, afirmando que criaria caos e violência no Oriente Médio. “Se não for uma solução de dois Estados, não será uma solução", disse Federica Mogherini, alta representante da UE para Política Externa, em discurso no Parlamento Europeu em Estrasburgo.

Soberania israelense

Israel capturou o território da Cisjordânia na Guerra dos Seis Dias, mas nunca o anexou. A área C da Cisjordânia, onde os assentamentos israelenses estão localizados, está sob o domínio militar e civil de Israel. As áreas A e B estão sob a autonomia da Autoridade Palestina.

Netanyahu prometeu no início deste mês que, em seu próximo governo, anexaria as partes da Área C da Cisjordânia.

“A UE reconhecerá as mudanças nas fronteiras anteriores a 1967 somente se for acordado pelas partes, inclusive em relação a Jerusalém”, disse Mogherini. “A UE não reconhece a soberania israelense sobre qualquer um dos territórios ocupados por Israel desde junho de 1967, em consonância com o direito internacional e com as resoluções 242 e 497 do Conselho de Segurança da ONU”.

Mogherini disse que essa mesma política se aplica às Colinas de Golã, criticando a decisão do presidente Trump de reconhecer a soberania israelense sobre o local.

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