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EUA apresentam “acordo do século” para paz entre israelenses e palestinos

Plano econômico para o Oriente Médio foi apresentado pelo conselheiro da Casa Branca, Jared Kushner. A Autoridade Palestina boicotou a reunião no Bahrein.

Fonte: Guiame, com informações da Al JazeeraAtualizado: quarta-feira, 26 de junho de 2019 às 16:24
Conselheiro da Casa Branca, Jared Kushner, em reunião com o presidente dos EUA, Donald Trump e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. (Foto: Carlos Barria/Reuters)
Conselheiro da Casa Branca, Jared Kushner, em reunião com o presidente dos EUA, Donald Trump e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. (Foto: Carlos Barria/Reuters)

Os Estados Unidos apresentaram nesta terça-feira (25) o “acordo do século”, que propõe resolver o conflito israelo-palestino, durante a conferência “Da Paz à Prosperidade”, hospedada no Bahrein, um pequeno país insular do Golfo Pérsico.

A Autoridade Palestina decidiu boicotar a reunião, que será concluída nesta quarta-feira (26) na capital do país, em Manama.

O plano econômico para Oriente Médio foi apresentado por Jared Kushner, genro de Donald Trump e conselheiro da Casa Branca. Sua proposta é criar um fundo de investimento global de US$ 50 bilhões para os palestinos e Estados árabes vizinhos, uma “pré-condição necessária” para a paz israelo-palestina.

O plano de 10 anos prevê projetos no valor de US$ 28 bilhões para os territórios palestinos — a Cisjordânia ocupada por Israel e a Faixa de Gaza —, além de US$ 7,5 bilhões para a Jordânia, US$ 9 bilhões para o Egito e US$ 6 bilhões para o Líbano.

Kushner chamou o plano de paz do Oriente Médio de “oportunidade do século” em vez de “acordo do século”.

“Mas devemos ser claros: o crescimento econômico e a prosperidade do povo palestino não são possíveis sem uma solução política duradoura e justa para o conflito — que garanta a segurança de Israel e respeite a dignidade do povo palestino”, disse ele.

“Minha mensagem direta ao povo palestino é que, apesar do que aqueles que o abandonaram no passado disseram, o presidente Trump e os EUA não o abandonaram”, acrescentou, falando sobre os acordos de paz anteriores.

O primeiro-ministro palestino, Mohammad Shtayyeh, considerou o plano econômico dos EUA um “absurdo” e afirma que a fonte do problema econômico da Palestina é a “ocupação israelense”.

Segundo autoridades americanas, o plano não mencionará a solução de “dois Estados”. O governo Trump pretende aplicar uma nova abordagem para acabar com o conflito, com um plano que pode ser revelado em novembro, depois das legislativas em Israel.

Centenas de palestinos realizaram protestos em toda a Cisjordânia contra a conferência liderada pelos EUA no Bahrein e a participação de delegações árabes.

“Qualquer plano que inclua a liquidação da causa palestina é rejeitado pelos palestinos e não é discutível ou negociável”, disse Saeb Erekat, secretário-geral do comitê executivo da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), em comunicado.

Israel criticou o boicote da liderança palestina. “Eu não entendo como os palestinos rejeitaram o plano antes mesmo de saber o que ele contém”, disse o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu nesta terça-feira aos membros das Nações Unidas que continuem financiando a Agência das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina (UNRWA). Ele disse ainda que é importante “empreender esforços de paz para concretizar a visão de dois Estados, Israel e Palestina, vivendo lado a lado em paz e segurança”.

Já o ministro de Estado da Arábia Saudita, Mohammed al-Sheikh, expressou nesta quarta-feira apoio ao plano econômico de Washington para os territórios palestinos, uma vez que inclui o setor privado.

“Eu realmente acredito que isso pode ser feito se as pessoas acreditarem que isso pode ser feito”, disse al-Sheikh em Manama. “A maneira de fazer as pessoas acreditarem é dar a elas a esperança de que isso será sustentável, que isso será eterno e que, finalmente, haverá prosperidade e desenvolvimento sustentado”.

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