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Estudo

O Evangelho na inconveniência pessoal

O Evangelho na inconveniência pessoal

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:42

Texto base:  Eclesiastes 11:9

Deus te cobrará pela sua conveniência.

Mas, afinal, o que é Evangelho na inconveniência pessoal?

Constantemente somos provados quando necessitamos sair de nossas conveniências para contribuirmos mais com aquilo que Deus tem determinado para nós, a isso chamamos Evangelho na inconveniência pessoal.

Eu gostaria de falar sobre apenas dois, dos muitos aspectos deste evangelho.

1º aspecto do verdadeiro Evangelho: Obediência na inconveniência.

Quem já ficou hospedado num hotel em que havia  uma placa para se colocar na porta do quarto escrito: POR FAVOR, NÃO PERTURBE?

Eu não vejo problema em se utilizar esta plaquinha na porta do quarto de hotel, o problema é você pendurar esta placa no pescoço e sair vida afora esperando que as pessoas não ultrapassem o limite de sua conveniência em viver o Cristianismo do seu jeito.

Achamos inconveniente quando o culto ultrapassa as nove horas da noite, perturbando nossa conveniência de ir embora cuidar de nossos interesses pessoais. Achamos inconveniente o calor dentro da igreja. Achamos inconveniente o frio quando o ar condicionado está ligado.

O interessante é que isso até acontece ao mesmo tempo dentro do mesmo lugar.

Não nos oferecemos para dar carona a um irmão se ele não morar na mesma direção, pois não podemos desviar nosso curso e sermos importunados em nossa conveniência.

Vivemos a era da conveniência, inclusive na igreja.

Não se pode mais viver sem máquina de lavar roupas, sem telefone celular, sem televisão na sala e no quarto, e com controle remoto.

A bíblia nos diz em Números 9: 15 a 23 que a nuvem de Deus se movia às vezes durante o dia, às vezes durante a noite, não havia um tempo pré determinado para ela estar parada.

Vejam Números 9: 18, segundo o mandado do Senhor, os filhos de Israel partiam, e segundo o mandado do Senhor, acampavam: por todo o tempo em que a nuvem pairava sobre o tabernáculo, permaneciam acampados.

Duvido que eles colocassem placas no pescoço durante a noite, não perturbe, para que Deus soubesse que a nuvem não deveria se movimentar, pois seria muito inconveniente sair durante a noite.

Não havia um calendário mensal, dizendo dia e hora em que a nuvem se moveria, para que eles pudessem se organizar, saber quando poderiam lavar suas roupas e estendê-las para secar.

Saber quando poderiam se programar para estender suas tendas com maior conforto, se preparar mentalmente, emocionalmente, fisicamente.

Você já tentou viver assim, sem uma programação?

Chega em casa amanhã de manhã e diz pra sua esposa assim: Amor, vamos correr, estamos mudando imediatamente...

Isso piora cem vezes mais ao imaginarmos você, esposa acordando seu marido pela madrugada e dizendo a ele:  Levanta amor, corre, coloca a mudança no caminhão que a nuvem já está andando.

Amados: A igreja está viciada em sua conveniência.

Quando Deus decidia que era hora de avançar, eles simplesmente faziam as malas e o seguiam. E a gente ainda diz que era um povo de coração duro.

Vivemos a obediência da conveniência e achamos que isso é evangelho.

2º aspecto do verdadeiro Evangelho: Doação na inconveniência.

Quando lemos João 3: 16 e dizemos que devemos amar como Jesus nos amou e a Sí mesmo se entregou por nós.

Quando traduzimos isso no nosso evangelho da conveniência, quase vira comédia.

Certamente chegamos até a arrazoar: Deus poderia ter economizado mais nessa doação, mas não, Ele deu tudo que tinha. Jesus poderia ter ajudado na economia, mas não, Ele deu tudo que Ele era.

Aí nós nos empolgamos e começamos a dar as coisas que temos. Vamos ao nosso guarda roupas e escolhemos, escolhemos, escolhemos, e finalmente damos aquilo que menos usamos. Sempre damos aquilo que melhor se enquadra na nossa conveniência.

Expurgamos nossa consciência dizendo para nós mesmos: Mas isso tá novinho, está em excelente estado (de abandono).

Vivemos a doação da conveniência e achamos que isso é evangelho. Será que estamos dispostos a passar por alguma inconveniência ou desconforto ocasionalmente para ajudar a quem precisa?

Nossa doação será medida por Deus, pela importância que o que for dado tem em nossa lista de prioridade.

Em 2ª Samuel 24:24 Davi diz: Não oferecerei ao meu Senhor holocausto que não me custe nada.

Que não me custe minha conveniência, meu conforto, meu suprimento, minha reserva, etc...

Quanto afinal tem te custado o evangelho que você vive? Será que nosso evangelho está preparado para entrar no nível da doação, da abnegação, da renúncia?

O duro é chegar à conclusão que no verdadeiro Evangelho a doação que às vezes nos é inconveniente, sempre será para a conveniência de alguém.

Deus te interromperá em sua conveniência e te pedirá para fazer alguma coisa para tornar a vida de alguém mais conveniente, e Ele chama isso de Evangelho do reino.

Para Deus, dar significa sacrifício, inconveniência. Se não houver inconveniência, não será computado como doação por Deus.

Pedro, André, Tiago, João, todos os apóstolos tinham sua vida comum. Sem qualquer aviso, um dia, Jesus chegou e disse: Sigam-me. Isto está registrado em Mateus 4:18 a 21.

Ele não disse: Orem a respeito, perguntem a sua esposa o que elas acham disso.

Eles não perguntaram quanto seria o salário, se haveria pagamento de hora extra, insalubridade, pagamento pela periculosidade do trabalho, se haveria férias.

Quando penso nisso, entendo a seguinte equação: Quanto maior a oportunidade, maior deve ser o sacrifício.

Mas a oportunidade  deve ser vista antes do plantio.

Eclesiastes 11:4

Sinceramente, creio que Jesus tenha chamado centenas de homens que se recusaram por não estarem dispostos a correrem o risco, até creio que não há registro disso até porque faz parte do prêmio dos que aceitaram sair da zona de conforto pela fé nas palavras de Jesus, o fato de somente estes nomes estarem registrados nas escrituras.

Digo a vocês que se Deus está nos chamando a fazermos uma revolução de amor neste evangelho, devemos calcular o preço que isso vai nos custar antes de começarmos.

A bíblia é a antítese da conveniência.

Deus nunca pediu aos homens que o honraram com suas vidas que o fizessem dentro de suas conveniências. Não espere que seja diferente com você.

Se você está disposto a honrar a Deus, espere inconvenientes em seu conforto, em seus hábitos, em seus planos.

Abraão teve que abandonar seu país e sua família, caminhou a vida toda, foi um nômade todos os dias de sua vida, morreu no Egito, numa terra opressora, mas nunca questionou Deus: Onde está a tua promessa?

Não a vejo dentro de minha conveniência. Realmente, nunca veremos o grande projeto de Deus para nossas vidas sob a ótica de nossa conveniência pessoal.

José teve que ser abruptamente retirado do conforto e do convívio de sua família, ser jogado num poço roto durante anos de sua vida.

Talvez tenha pensado várias vezes: Deus se esqueceu de mim, pois não via conveniência alguma naquilo que Deus fazia com sua vida.

Muitas pessoas na bíblia sofreram inconvenientes terríveis para que a vida de outros que nem sequer foram registrados, fossem mais convenientes.

Jesus morreu a nossa inconveniente morte, para que pudéssemos viver sua conveniente vida eterna.

O verdadeiro Evangelho de Jesus só conquistará o mundo quando nós, os que Deus quer usar para disseminá-lo, estivermos dispostos a viver as inconveniências pessoais em favor das conveniências coletivas que Deus quer para as pessoas que nos cercam.

O que vocês pensam que destruiu Sodoma e Gomorra?

Por que, afinal, aquelas cidades foram destruídas?

Em geral achamos que a perversão sexual foi a gota d’água para sua destruição, e que elas eram terrivelmente piores que a cidade na qual vivemos.

Mas o problema não estava na cidade, estava na conveniência de seus moradores.

Leiam em Ezequiel 16: 49 e 50

Tinham um estilo de vida excessivamente conveniente.

Deus espera que sejamos canais que permitam sua graça fluir, e não que a retenhamos entre quatro paredes.

Faz sentido agora para vocês o viver o Evangelho da inconveniência pessoal?

Moises Romero   e sua esposa Cristina Romero são pastores do Ministério Shalom. Uma igreja nova, mas que tem feito a diferença na vida de centenas de pessoas, na cidade de Anápolis – GO. A formação teológica do pastor é auto-didática, de profundas pesquisas in loco em literatura e cultura de Israel. Tem como títulos acadêmicos: Publicidade com pós graduação em marketing Empresarial, Direito Civil, pós graduação em Estratégia Política pela ESG.  

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