Presidente palestino acusa Israel de cometer “50 holocaustos” e recebe críticas

O primeiro-ministro israelense, Yair Lapid, criticou as declarações de Abbas, dizendo que é “uma mentira monstruosa”.

Fonte: Guiame, com informações de AP NewsAtualizado: quarta-feira, 17 de agosto de 2022 às 15:35
Presidente palestino, Mahmoud Abbas. (Foto: Flickr/World Economic Forum)
Presidente palestino, Mahmoud Abbas. (Foto: Flickr/World Economic Forum)

Durante uma entrevista coletiva conjunta com o presidente palestino, Mahmoud Abbas e o chanceller da Alemanha, Olaf Scholz, nesta quarta-feira (17), houve um clima pesado por conta do tema “Holocausto”. 

Abbas foi questionado se pediria desculpas pela ação dos palestinos que tomaram reféns durante os Jogos Olímpicos de Munique, em 1972 — uma ação que terminou com as mortes de 11 atletas e integrantes de comissões técnicas de Israel.

Em vez de responder de forma direta, Abbas comparou o ato com a situação nos territórios palestinos e acusou Israel de ter cometido “50 massacres, 50 holocaustos” contra os palestinos, desde 1947. O assunto foi abordado por conta do 50º aniversário do ataque à equipe israelense.

Reação aos comentários do presidente palestino

“Estou irritado com as declarações ultrajantes feitas pelo presidente palestino Mahmoud Abbas”, tuitou Scholz.

Para nós alemães, em particular, qualquer relativização da singularidade do Holocausto é intolerável e inaceitável. Eu condeno qualquer tentativa de negar os crimes do Holocausto”, continuou. 

Scholz, porém, inicialmente foi criticado, tanto na Alemanha quanto em Israel, por não rejeitar os comentários de Abbas imediatamente na conferência de imprensa. “Gostaríamos que o esclarecimento (de Scholz) tivesse acontecido de modo mais imediato”, escreveu a revista Spiegel.

Relações entre Alemanha e Palestina

Em Jerusalém, o primeiro-ministro israelense, Yair Lapid, também criticou as declarações de Abbas. “Mahmoud Abbas acusando Israel de ter cometido '50 Holocaustos' enquanto está em território alemão não é apenas uma desgraça moral, mas uma mentira monstruosa”, escreveu o primeiro-ministro no Twitter.

O jornalista e porta-voz do governo federal alemão, Steffen Hebestreit, disse que a gafe de Scholz “lança uma sombra escura sobre as relações da Alemanha com a Autoridade Palestina”. 

Ele ainda acrescentou que Scholz organizou um telefonema com o primeiro-ministro israelense, Lapid, para quinta-feira, a fim de poder falar diretamente com ele sobre esse incidente.

Sobre os crimes contra a humanidade

“Seis milhões de judeus foram assassinados no Holocausto, incluindo um milhão e meio de crianças judias. A história nunca perdoará. Foi o crime mais hediondo da história humana moderna”, lembrou o jornalista Steffen.

Por outro lado, o presidente palestino também aponta para a série de incidentes históricos em que palestinos foram mortos por israelenses na guerra de 1948 e nos anos seguintes.

“De 1947 até os dias atuais, Israel cometeu 50 massacres em vilarejos e cidades palestinas, em Deir Yassin, Tantura, Kafr Qasim e muitos outros”, ele detalhou. 

Suas declarações se seguiram a meses de tensão e um breve conflito neste mês, durante o qual 49 pessoas foram mortas em Gaza depois que Israel realizou uma série de ataques aéreos em resposta à amea

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