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Saúde

Gula: o pecado light

Sermões, palestras e estudos sobre os diversos assuntos são ministrados, mas é difícil ouvir em nossas igrejas alguma mensagem sobre o pecado da gula.

Fonte: GuiameAtualizado: quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018 às 11:59
Em alguns casos, a gula pode estar associada à obesidade. (Foto: Reprodução)
Em alguns casos, a gula pode estar associada à obesidade. (Foto: Reprodução)

A gula parece ser um pecado que os cristãos “adoram” ignorar. Não demoramos para apontar a luxúria, a preguiça ou a ira como pecados, mas por algum motivo a gula é tolerada ou até mesmo bem aceita no meio evangélico. Sermões, palestras e estudos sobre os diversos assuntos são ministrados, mas é difícil ouvir em um domingo, em nossas igrejas alguma mensagem sobre o pecado da gula.

Mas o que é a gula? O que a Bíblia diz sobre comer em excesso?

A gula pode ser definida como glutonaria, vício de comer ou beber em excesso e um desejo insaciável quase sempre ligado a comidas e bebidas.

Cientificamente falando, a gula é conhecida como Transtorno Alimentar Compulsivo, que pode (em alguns casos) estar associada à obesidade.

As pessoas que sofrem com a gula têm dificuldade de alimentar-se adequadamente. Os episódios estão relacionados com pelo menos quatro aspetos: comer mais rápido do que o usual, ingerir alimentos até se sentir desconfortavelmente saciado, consumir grandes quantidades de alimentos, apesar de não sentir fome, comer sozinho por se sentir constrangido com a quantidade que está sendo consumida, sentir-se culpado, decepcionado ou deprimido pela super-ingestão.

Muitas vezes, a fome é o menos importante para o glutão, o que ele deseja é acalmar um apetite voraz que não tem fim. Normalmente está relacionada a uma forma de aliviar sentimentos negativos, como raiva ou frustrações. É muito comum a pessoa associar o alimento como uma forma de aliviar ou compensar o sofrimento. A gula também está relacionada com a ansiedade, dando uma sensação falsa de alívio.

Deus nos abençoou ao encher a Terra de alimentos deliciosos, nutritivos e até mesmo prazerosos. Entretanto, como cristãos sinceros, somos advertidos a buscar uma vida com moderação e equilíbrio em todos os aspectos.

Apetites físicos são uma analogia de nossa habilidade de nos controlar. Se somos incapazes de controlar nossos hábitos em relação à comida, isso é uma indicação que somos incapazes de controlar outros hábitos, tais como fazer parte de fofocas e intrigas.

Provérbios 23:20-21 nos adverte: “Não estejas entre os bebedores de vinho nem entre os comilões de carne. Porque o beberrão e o comilão caem em pobreza; e a sonolência vestirá de trapos o homem”. Provérbios 28:7 declara: “O que guarda a lei é filho prudente, mas o companheiro de libertinos envergonha a seu pai”. Provérbios 23:2 proclama: “mete uma faca à tua garganta, se és homem glutão”.

Não devemos deixar nossos desejos nos dominar, porém devemos ter controle sobre nossos desejos (Deuteronômio 21:20, Provérbios 23:2, 2 Pedro 1:5-7, 2 Timóteo 3:1-9 e 2 Coríntios 10:5).

A capacidade de dizer “não” a qualquer coisa em excesso — “domínio próprio” — é uma parte do fruto do Espírito que pertence a todos os cristãos (Gálatas 5:22).

Se a gula é ocasionada pela ansiedade, como cristãos, devemos aprender a confiar em Deus. Em 1 Pedro 5:7, somos instruídos: "Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós." Deus não quer que carreguemos sobre nossas costas o peso de nossos problemas e aflições. Jesus nos dá garantia que nosso Pai celestial sempre suprirá todas as nossas necessidades (Mateus 6:25-34).

Devemos entregar a Deus todas as nossas necessidades e preocupações (Filipenses 4:6), ao invés de tentar resolvê-las nos entregando aos nossos desejos.

Que possamos viver nossas vidas como Paulo, onde “todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm. Todas as coisas me são lícitas; mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas. Os alimentos são para o estômago e o estômago para os alimentos; Deus, porém aniquilará, tanto um como os outros. Mas o corpo não é para a prostituição, mas para o Senhor, e o Senhor para o corpo (1 Coríntios 6:12-13)”.

Juliana Gomes dos Santos
Nutricionista

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