EUA denunciam China por violar direitos humanos, em relatório sobre liberdade religiosa

Anthony Blinken disse à imprensa que a China criminaliza amplamente a expressão religiosa e continua a cometer crimes contra a humanidade.

Fonte: Guiame, com informações de CBN News e South China Morning PostAtualizado: quinta-feira, 13 de maio de 2021 às 14:29
Antony Blinken discutindo o Relatório 2020 sobre Liberdade Religiosa Internacional, no Departamento de Estado em Washington, dia 12 de maio de 2021. (Foto: AFP)
Antony Blinken discutindo o Relatório 2020 sobre Liberdade Religiosa Internacional, no Departamento de Estado em Washington, dia 12 de maio de 2021. (Foto: AFP)

O tema “Liberdade Religiosa Internacional” ocupou o centro do palco no Departamento de Estado dos Estados Unidos, na quarta-feira (12), quando Anthony Blinken, o secretário de Estado, divulgou o atual relatório de 2020.

Blinken se dirigiu aos repórteres na sala de coletiva de imprensa, lembrando que a liberdade religiosa é um direito humano. 

“Na verdade, vai ao cerne do que significa ser humano — pensar livremente, seguir a própria consciência, mudar as crenças caso nossos corações e mentes nos levem a fazer isso, expressar essas crenças em público e em privado”, iniciou.

Declaração Universal dos Direitos Humanos

Adotada e proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas (resolução 217 A III) em 10 de dezembro 1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos foi aceita globalmente como o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo.

“A liberdade religiosa está consagrada na Declaração Universal e também faz parte da Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos. O compromisso do nosso país em defender a liberdade de religião e crença remonta há séculos. E continua até hoje”, reafirmou o secretário.

“Todas as pessoas, em todos os lugares, têm direito a ela, não importa onde vivam ou no que acreditam. A liberdade religiosa é igual a outros direitos humanos porque os direitos humanos são indivisíveis”, continuou.

Blinken defende que a liberdade religiosa não é mais nem menos importante do que a liberdade de falar e de se reunir, de participar da vida política de seu país, de viver livre de tortura e escravidão ou de qualquer outro direito humano”, disse.

“Quando os direitos são negados gera divisão”

“A liberdade religiosa não pode ser plenamente realizada a menos que outros direitos humanos sejam respeitados, e quando os governos violam o direito de seu povo de acreditar e adorar livremente, isso prejudica todos os outros”, ressaltou. 

Para o secretário, a liberdade religiosa é um elemento-chave de uma sociedade aberta e estável. “Sem isso, as pessoas não são capazes de dar sua contribuição total para o sucesso de seu país. E sempre que os direitos humanos são negados, isso acende a tensão, gera divisão”, observou.

O secretário também citou a descoberta do Pew Research Center de que 56 países, abrangendo uma maioria significativa da população mundial, têm restrições altas ou severas à liberdade religiosa. Alguns dos piores criminosos destacados no relatório deste ano incluem Irã, China, Birmânia, Rússia, Nigéria e Arábia Saudita.

China aparece no estudo como “repressora de cristãos”

A pesquisa de 2.400 páginas examinou a tolerância religiosa em cerca de 200 países e territórios. A China representou a maior seção e o Departamento de Estado citou relatos persistentes de violações dos direitos humanos no país, incluindo tortura, abuso físico, prisões, detenções, doutrinação forçada da ideologia do Partido Comunista e mortes sob custódia de crentes religiosos.

Blinken chegou a citar a China como “repressora” de cristãos, muçulmanos e budistas tibetanos e anunciou a imposição de sanções a um funcionário do Partido Comunista (PC) por graves violações dos direitos humanos. 

Ao divulgar o relatório, o secretário de Estado disse que o oficial do PC, Yu Hui, ex-diretor de um escritório de Chengdu que visa suprimir "religiões heréticas", teria sua entrada negada nos Estados Unidos, junto com sua família imediata.

Ele foi designado por seu envolvimento em graves violações dos direitos humanos, ou seja, a detenção arbitrária de praticantes do Falun Gong por suas crenças espirituais”, disse Blinken, referindo-se ao grupo de exercícios e meditação fundado em 1992 e proibido na China como um “culto maligno" em 1999.

“A China criminaliza amplamente a expressão religiosa e continua a cometer crimes contra a humanidade e genocídio contra uigures muçulmanos e membros de outros grupos religiosos e étnicos minoritários”, disse Blinken a repórteres.

Continuaremos a considerar todas as ferramentas adequadas para responsabilizar aqueles que promovem violações e abusos dos direitos humanos na China”, concluiu.

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