Série #MulheresqueBuscam – Mianmar

Conheça testemunhos de cristãs da Igreja Perseguida

Fonte: Portas AbertasAtualizado: segunda-feira, 5 de janeiro de 2015 às 17:10
bandeira de Mianmar
bandeira de Mianmar

Com base na história bíblica da mulher samaritana, a Portas Abertas publicou uma série com testemunhos de cristãos da Igreja Perseguida.

Em três publicações, você vai conhecer mulheres que enfrentam situações que as levam a buscar cada vez mais a Deus.

 

Fazia sol. Ele parou junto ao poço enquanto seus amigos foram comprar comida. Então a mulher apareceu, trazendo seu jarro vazio. Ficou incomodada com a presença do homem ali, bem na sua hora de buscar água. Ela ia naquele horário justamente para evitar contato com outras pessoas. Sabia que falavam mal dela pelas costas. Sabia que diziam coisas horríveis a seu respeito. E sabia que tudo aquilo era verdade (texto baseado em João 4).

Também fazia sol em Mianmar. Após a cerimônia de graduação dos alunos de Teologia, colaboradores da Portas Abertas usaram algumas cadeiras para formar um pequeno círculo. Em trajes menos festivos que os de seus maridos, e carregando filhos em lugar de diplomas, algumas cristãs timidamente tomaram assento e relataram a vida de quem ocupa a posição menos desejável na família e na igreja: a mulher.

Essas irmãs são da etnia chin, a única de Mianmar a se autodenominar cristã. Evangelizados há séculos por missionários ocidentais, 90% dos chins se dizem cristãos, mas a maioria deles o é apenas nominalmente. A influência da tradição e a falta de ensinamento bíblico fizeram com que princípios do evangelho se perdessem ao longo dos anos, dando à cultura o lugar central.

Segundo esta, a mulher é inferior ao homem. A educação das meninas termina onde começam as necessidades da família. Em vez de ir à escola, elas são enviadas para o trabalho no campo e, ainda em tenra idade, algumas são dadas em casamento a hindus — uma escolha lucrativa para a família empobrecida.

Essa posição de inferioridade, ainda que contrária aos ensinamentos bíblicos, é aceita por muitas cristãs. Sem direitos, tanto na comunidade como em casa e na igreja, elas se consideram indignas até de compartilhar o evangelho com a família.

Thiri* é uma esposa de pastor com a qual o grupo conversou. Ela busca ajudar em casa enquanto seu marido ministra à comunidade. Thiri vive na casa dos sogros — a tradição chin diz que a responsabilidade de cuidar dos pais pertence ao filho mais velho, e esse é o caso de seu marido —, mas nem todos os membros da família são cristãos como Thiri. “Um de meus cunhados está no exército, o outro, desaparecido. Espero que nossa família possa servir ao Senhor junta, para apoiar o ministério de meu marido. Mas, às vezes, sinto-me menor, pois não tenho instrução para testemunhar de Jesus a eles. Na família, quando os homens estão presentes, as palavras de uma mulher não são aceitas”.

Quem é Deus?
Quase tudo o que Thiri e outras irmãs chins sabem a respeito de Deus e seu propósito para a vida delas lhes foi ensinado por outra pessoa, pois elas não são capazes de ler a Bíblia por conta própria. Assim, quando lhes perguntaram quais eram seus pedidos de oração, elas falaram apenas do trabalho de seus respectivos maridos, uma vez que apoiá-los é o único ministério que podem desempenhar na igreja.

Esse é o grande perigo que corre o cristão que não conhece a Deus pessoalmente. Tal como a mulher samaritana, sobre quem lemos em João 4, sua visão do Mestre, e de si mesmo aos olhos de Deus, está ligada ao que recebe dos outros. Apenas conhecendo verdadeiramente a Deus é que mulheres como Thiri podem ter um conceito real sobre si mesmas como imagem e semelhança do Senhor. Porém, como o conhecerão se não conseguem ler sua Palavra?

Leia a segunda parte dessa série amanhã, e conheça a história de Fazeela*, uma cristã paquistanesa.

*Nomes e foto alterados por motivos de segurança.

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