Cerca de 750 pessoas são assassinadas em ataque a igreja na Etiópia

O massacre ocorreu durante um ataque à igreja ortodoxa de Maryam Tsiyon, em Aksum, a mais antiga do cristianismo na Etiópia.

Fonte: Guiame, com informações do Christian Post / Church TimesAtualizado: terça-feira, 19 de janeiro de 2021 às 11:33
Cristãos da Etiópia têm sofrido com os conflitos armados, sobretudo na região de Tigray. (Foto: World Watch Monitor)
Cristãos da Etiópia têm sofrido com os conflitos armados, sobretudo na região de Tigray. (Foto: World Watch Monitor)

Cerca de 750 pessoas foram mortas em um ataque a uma igreja ortodoxa, na região devastada pela guerra de Tigray, no norte da Etiópia, que é o lar de milhares de igrejas e mosteiros.

A igreja atacada é conhecida por supostamente guardar a Arca da Aliança, descrita no Livro do Êxodo na Bíblia.

As centenas de vítimas do massacre estavam escondidas na Igreja Maryam Tsiyon, em Aksum, em meio a um conflito armado. Elas foram encontradas pelos assassinos e mortas a tiros. Os residentes locais acreditam que o objetivo era levar a Arca da Aliança para Addis Abeba, segundo informou o Programa Externo Europeu para a África sem fins lucrativos com sede na Bélgica no relatório situacional deste mês, divulgado em 9 de janeiro.

“O número de pessoas mortas é relatado como 750”, informou o relatório. A igreja, que é a mais antiga do cristianismo etíope e também conhecida como Igreja de Santa Maria de Sião, pertence à Igreja Ortodoxa Etíope de Tewahedo.

Um professor de história da Universidade de Toronto comentou o massacre em depoimento ao jornal The Telegraph e explicou as possíveis causas do cenário conflituoso na Etiópia.

“O governo e os eritreus querem exterminar a cultura de Tigrayan. Eles acham que são melhores do que o resto do povo no país. O saque à igreja é para destruir e remover a presença cultural de Tigray”, explicou Gervers.

O ex-editor do BBC World Service Africa e pesquisador sênior do Institute of Commonwealth Studies, Martin Plaut, disse que aqueles que escaparam do massacre de Aksum relataram que o ataque começou depois que as tropas federais etíopes e a milícia Amhara abordaram a igreja, conforme relatou o site britânico Church Times.

“As pessoas estavam preocupadas com a segurança da Arca e, quando ouviram que as tropas se aproximavam, temeram que eles tivessem vindo para roubá-la. Todos os que estavam dentro da catedral foram forçados a sair para a praça”, disse Plaut.

A igreja e a arca provavelmente não foram danificadas, acrescentou ele.

Acredita-se que cerca de 1.000 pessoas estivessem no complexo da igreja no momento do ataque. O Programa Externo Europeu para a África disse que o massacre foi executado por tropas federais etíopes e milícias aliadas da região de Amhara, que estão lutando contra a Frente de Libertação do Povo Tigray.

O conflito começou em Tigray no dia 4 de novembro (2020), quando o partido político governante da região, Frente de Libertação do Povo Tigray, capturou a base do Comando do Norte na capital regional de Mekelle como parte de um levante, após o qual o primeiro-ministro Abiy Ahmed ordenou uma ofensiva militar. Abiy afirmou em 28 de novembro que a Força de Defesa Nacional da Etiópia havia recuperado o “comando total” de Mekelle.

No entanto, trabalhadores humanitários dizem que o conflito continua.

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