A natureza reflete a glória de Deus

O ativismo e o excesso de tecnologia tem nos distraído, a ponto de não mais percebermos tamanha grandeza do Eterno.

Fonte: Guiame, Joel EngelAtualizado: sexta-feira, 18 de janeiro de 2019 às 14:31
Bíblia na areia da praia. (Foto: Ben White/Unsplash)
Bíblia na areia da praia. (Foto: Ben White/Unsplash)

“Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos.” (Salmos 119.1)

Enquanto caminhava pela areia branca de uma das lindas praias do Rio de Janeiro, diante de um mar azul cristalino, passei a pensar em sobre como a glória de Deus é refletida pela natureza. O belo céu azul, o mar calmo com suas ondas e até o vento batendo no rosto, aliviando o calor do verão carioca, tudo isso parecia anunciar a grandeza do Eterno, exatamente como está escrito: “Todas as coisas foram feitas por intermédio dele; sem ele, nada do que existe teria sido feito” (João 1.3).

Deus criou todas essas coisas no princípio, a partir de uma terra “sem forma e vazia” (Gênesis 1.2). O Todo Poderoso criou um lugar maravilhoso para a joia de sua criação, que é a humanidade. E tudo o que Ele fez, segundo relato da criação, era bom. Desde as estrelas, a grandeza do universo, o jardim plantado no Éden, tudo foi feito para o homem.

O Senhor afirma que fez tudo o que existe, todas as coisas que estão diante dos nossos olhos, para dar a quem Ele quisesse. Conforme está escrito: “Eu [o Senhor] fiz a terra, os seres humanos e os animais que nela estão, com o meu grande poder e com meu braço estendido, e eu a dou a quem eu quiser” (Jeremias 27.5 – grifo do autor).

Quando entendemos esse princípio, é impossível passarmos desatentos pela natureza, pois cremos que todas as coisas diante de nossos olhos, foram feitas pelo Arquiteto da Vida, para o deleite de Seus filhos. É isso que a bela natureza está nos revelando: o Criador fez tudo por um motivo.

Centenas de anos atrás, Tertuliano declarou:

Não foi a pena de Moisés que introduziu o
conhecimento do Criador... A maior parte da
humanidade, mesmo sem nunca ter ouvido o nome de
Moisés — para não falar de seus livros — conheceu,
não obstante, o Deus de Moisés. A natureza é a
professora; a alma, a pupila... Uma flor da cerca
viva... uma concha vinda do mar... uma pena de uma
ave do pântano... falariam a você de um Criador
mesquinho?... Se eu lhe oferecer uma rosa, você não
desprezará seu Criador.

Cada grão da areia fofa que pisei enquanto andava pela beira do mar, cada concha trazida pelas águas, cada sopro da brisa que movimentava as ondas, cada gotícula de água, dentro de uma imensidão que banha a praia... Tudo isso é um anúncio. O bramido do mar é um megafone. A natureza é um livro aberto, cujo único propósito é apresentar o Criador.

Por isso, creio que o Senhor usa a natureza como interlocutora. Em diversas ocasiões, quando estamos orando e esperando por algo grandioso, o Senhor pode se manifestar através de coisas muito simples, como a própria natureza, por exemplo. Ele também fala através destas coisas, por isso precisamos estar preparados e atentos à voz suave do Espírito Santo.

O ativismo e o excesso de tecnologia tem nos distraído, a ponto de não mais percebermos tamanha grandeza do Eterno. É um privilégio podermos estar conectados com as coisas do alto, perceptíveis à voz de Deus, através de coisas simples, como a beleza de uma praia ao amanhecer.

“Regozijem-se os céus e exulte a terra! Ressoe o mar e tudo o que nele existe! Regozijem-se os campos e tudo o que neles há! Cantem de alegria todas as árvores da floresta”. Salmos 96.11-12

A meu ver, ninguém era tão perceptível à voz de Deus quanto o salmista. Por diversas vezes, ele escreveu sobre a natureza. O Apóstolo Paulo também ensinou que o coração humano pode conhecer a Deus através da natureza:

“Pois o que de Deus se pode conhecer é evidente entre eles, porque o próprio Deus lhes manifestou. Pois desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua natureza divina, têm sido observados claramente, podendo ser compreendidos por intermédio de tudo o que foi criado, de maneira que tais pessoas são indesculpáveis”. Romanos 1.20

Mesmo aqueles que nunca tiveram um exemplar da Bíblia em suas mãos, olham para a natureza como uma obra divina.

Buscando ao Senhor em meio à Natureza

A natureza é a forma encontrada por Deus de nos conduzir para mais perto d’Ele. É por isso que gosto de estar em meio ao verde das matas. Eu nasci e fui criado em um local cercado por plantas e animais e, até hoje, costumo caminhar no Monte da Adoração, observando a copa das árvores, as nuvens e até a neblina que se desloca do alto em direção à cidade. Cada movimento me diz algo, no momento em que presencio esses momentos mágicos.

Gosto também de observar as flores, que nascem tão pequenas e o surgimento das primeiras estrelas, com o cair da tarde. Sempre que posso, me assento em uma das pedras, em frente à Cabana, e observo o movimento da terra, e em tudo isso, posso ver a mão de Deus.

Tive muitas experiências com Deus durante minha caminhada. Há 8 anos, desde que começamos a Escola Profética, em meio a uma grande e prolongada seca, Deus falou comigo que ao construir essa Cabana, Ele enviaria a chuva. Depois disso, as chuvas têm vindo sempre no tempo e na hora certa.

A nossa oração sobe aos céus, mas ela se reflete na descida da chuva e resplandece na natureza. Quando vemos os campos floridos e verdes, entendemos que Deus está alegre conosco.

Uma das práticas que eu gosto, principalmente aos sábados e domingos, é de ir para algum local afastado e ao ar livre, para namorar Deus. Logo nas primeiras vezes, eu saí para um dos meus locais preferidos, um camping da prefeitura de Cachoeira do Sul, mas o dia estava bem movimentado por lá, então eu fui me afastando. Com um fone de ouvido, escutando louvores, eu acabei adormecendo deitado na grama, quando acordei, ao meu redor estavam muitos animais, num círculo perfeito, alinhados: vacas, bois, cavalos, touros, bezerros. Fiquei assustado no início, e pensei que a música os havia atraído. Mas o som estava desligado. Depois de um tempo em que eles estavam ali, parados, chegou um capataz da fazenda, a cavalo. Ele me cumprimentou e os animais foram lentamente se afastando. Ele disse: “O Senhor é um homem de Deus, não é?” Respondi que sim e quis saber como ele havia deduzido aquilo. Ele me explicou que os animais eram ferozes e os cavalos não eram domados, e que ninguém entrava daquele lado da cerca. “Eu estava em um local mais alto e observei que os animais vieram calmamente ao seu redor”, disse ele. Aquilo me deixou extremamente impressionado, em como os animais conseguem sentir a presença de Deus através de nós. A natureza sente a presença de Deus. A nossa oração é sentida pela natureza. Também observo que quando estamos em batalha espiritual, os pássaros não cantam, mas quando há paz, eles cantam. Quando a presença de Deus está forte, os animais se aproximam da Cabana. Tudo isso me leva a ouvir e ver Deus agindo através da natureza.

Que, a partir dessa meditação, possamos estar mais atento à voz de Deus através dos sons da natureza. Ele se manifesta através da simplicidade. Que Deus te abençoe!

Por Joel Engel, pastor, líder do Ministério Engel, em Santa Maria (RS) e fundador do Projeto Daniel, que ajuda crianças órfãs em países da África.

* O conteúdo do texto acima é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

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