Minha mãe Eunice

Eunice para muitos, Nicinha para outros tantos, para mim, minha mãe.

Fonte: Guiame, Edmilson Ferreira MendesAtualizado: sexta-feira, 12 de maio de 2017 às 19:59
Mãe e filho. (Foto: BBC)
Mãe e filho. (Foto: BBC)

Toda minha infância enfrentei uma parada das mais difíceis: bronquite asmática e alérgica. Morando em São Paulo os enfrentamentos eram um pouco piores do que nas demais regiões do Brasil, consequência da poluição que sempre acometeu nossa Pauliceia Desvairada tão bem poetizada por Mário de Andrade. Lutar contra a falta de ar é desesperador, você procura o ar para respirar e não o encontra, e dá-lhe inalações sem fim...

No último 08/05/17 cheguei a grata marca de 53 anos bem vividos. Para chegar precisei de muita ajuda. Uma que jamais esquecerei é a ajuda sempre presente de minha mãe. Guerreira e sempre atenta, em todas as minhas crises lá estava ela com seus chás de limão e muita oração. Trazia alívio, paz e muitas vezes cura. Noutras vezes precisava de remédios fortes, antibióticos, mas nunca faltava o chá, a oração, o carinho, o colo.

Eunice para muitos, Nicinha para outros tantos, para mim, minha mãe. Com a peculiar psicologia que só as mães têm, em meio as minhas crises, quando o apetite sumia e eu me negava a comer, lá vinha minha mãe com um forte e certeiro argumento. Não importava o prato, podia ser um pão, um cuscuz, um frango, uma maionese, um ovo frito, não importava, a frase dela era assim: “Come menino porque esse prato é bom pra bronquite, sara na hora!” E eu, ávido por cura e alívio, comia! E cá pra nós, fortalecia e ajudava muito.

Foi no colo da minha mãe que algumas vezes chorei e fui consolado quando eu e a Re, por duas vezes, terminamos nosso namoro. Foi minha mãe que não se cansou de esperar comigo o meu primeiro emprego na minha tão sonhada área. Foi minha mãe que ao olhar para a Regina já amou de cara e, até hoje, a trata como uma filha de sangue. É, nas horas cruciais e decisivas ela sempre esteve lá, a minha mãe Eunice.

Neste aspecto, sou tão agraciado quanto foi Timóteo pelas palavras de Paulo: “Lembro-me da sua fé sincera, a mesma fé que a sua avó Lóide e a sua mãe Eunice tinham. E tenho certeza de que você também a tem.” Gosto desta referência e testemunho citados pelo apóstolo. Em meio a doutrina, exortação, orientação, evangelho e muita teologia, Paulo se preocupa em destacar a comunhão, o afeto, o exemplo e o valor de se ter e vivenciar a fé numa família cristã.

Aprendi e aprendo muito com minha mãe. Ela tem defeitos e falhas? Evidente que sim. Assim como eu os tenho em número e quantidade que não consigo contar ou calcular e, afinal, quem não os tem? O fundamental, o importante, o essencial, no entanto, minha mãe soube comunicar e transmitir, uma vida devotada, com caráter, honestidade, trabalho, fidelidade e coragem. A baixinha - sim, ela é baixinha -, nunca se entregou, foi firme em suas opiniões e convicções sem nunca abrir mão de sua fé.

Há dois mil anos mais ou menos, Paulo admirou as mesmas virtudes que eu hoje admiro, perseverança, persistência, crença, firmeza. Impressionou Paulo, inspirou Timóteo, cativou a mim. Parabéns mãe pelo Dias das mães que está chegando, a senhora é mais que merecedora do nosso reconhecimento e amor por suas virtudes que, graças a Deus, vejo como reais também na mãe dos meus filhos e na mãe da minha esposa. É bom estar cercado por amores assim!

Paz!

 

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