A Surdez ao longo da história

A Surdez ao longo da história

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:27

Imagina-se que existem surdos desde o começo da humanidade, e com eles surgiu a língua dos sinais, que nasceu da necessidade de comunicação dessas pessoas. O tratamento oferecido a pessoas surdas esteve diretamente relacionado aos fatos que marcaram a história da humanidade, bem como os valores e crenças mantidos pela comunidade. Através dos estudos destes fatos, pode-se perceber que a pessoa surda nem sempre foi respeitada por sua diferença, vista como uma ''anormalidade'' dentro de uma sociedade majoritariamente ouvinte.

Na Antiguidade, os deficientes eram considerados inválidos e eram sacrificados. Aristóteles acreditava que o pensamento era desenvolvido através da linguagem, e a linguagem com a fala. Assim o surdo não pensava e conseqüentemente não poderia ser considerado gente, humano.

Na Idade Média, como a sociedade era muito voltada à Igreja e às idéias religiosas, as pessoas começaram a ver o deficiente como alguém que merecia compaixão, deixando-os viver; porém os surdos eram colocados em instituições para serem afastados da sociedade. Apenas no século XVI é que os ouvintes começaram a se interessar pela educação dos surdos. No período do Humanismo Renascentista, novas descobertas eram alcançadas através do estudo do corpo, dando início às pesquisas sobre o desenvolvimento da audição.

Padre Pedro Ponce de León inicia, mundialmente, a história dos Surdos, tal como a conhecemos hoje em dia. Para além de fundar uma escola para Surdos, em Madrid, ele dedicou grande parte da sua vida a ensinar os filhos Surdos, de pessoas nobres, nobres esses que de bom grado lhe encarregavam os filhos, para que pudessem ter privilégios perante a lei (assim, a preocupação geral em educar os Surdos, na época, era tão somente económica). León desenvolveu um alfabeto manual, que ajudava os Surdos a soletrar as palavras.

Em 1780, surgiu na França o Método Gestual, do Abade L'Epeé que misturava o francês escrito com a língua de sinais, ou seja, era o francês sinalizado. O método do Abade fez muito sucesso, então o governo da França resolveu apoiar o Abade criando o Instituto de Surdos-Mudos de  Paris, a primeira escola pública para surdos no mundo.

Em 1857, o professor francês Hernest Huet veio ao Brasil, a convite de D. Pedro II, para fundar a primeira escola para surdos: o Imperial Instituto de Surdos-Mudos, hoje Instituto Nacional de Educação de Surdos - INES, no Rio de Janeiro.

Em 1880, porém, no Congresso Mundial de Professores de Surdos (Milão), chegou-se a conclusão de que todos os surdos deveriam ser ensinados através do Método Oral Puro. As línguas de sinais foram proibidas nas escolas e os professores surdos afastados. Nesse mesmo ano  nasce Hellen Keller, na Alemanha. Hellen ficou cega e surda aos 19 meses de idade, por causa de uma doença, e hoje é reconhecida mundialmente pelo seu legado.

Apenas em 1951 os surdos conseguiram, após muita luta, conquistar um importante avanço político, criando uma Federação Mundial - World Federation of the Deaf (W.F.D.).

Sinal:

Na comunidade surda cada pessoa possui o seu sinal. O sinal pessoal é o nome próprio, o ''nome de batismo'' de uma pessoa que é membro de uma comunidade Surda. Este sinal geralmente pode representar uma característica da pessoa, representar a sua profissão, a primeira letra do seu nome, etc.

Nilton Câmara de Oliveira é Membro da Comunidade Cristã Videira; Coordenador do Grupo de Dança Surdos Videira; Mestrando em Lingüística Aplicada (UECE - Universidade Estadual do Ceará), Graduado em Letras (UNIFOR - Universidade de Fortaleza), Especialista em Linguistica e o Ensino da Lingua Portuguesa (UFC - Universidade Federal do Ceará), Bacharel em Teologia (STBC - Seminário Teológico Batista do Ceará), Intérprete Profissional de LIBRAS há 12 anos; Aprovado no PROLIBRAS (MEC): Proficiência em Tradução e Interpretação na categoria fluente em LIBRAS e Proficiência no uso e no ensino da LIBRAS - ambos em nível superior completo.

www.niltoncamara.net

Contatos: [email protected]

(85) 9969.4059

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